É possível que você tenha uma vida muito ocupada, usando sua mente para resolver problemas e criando soluções para o dia a dia, mas provavelmente você já se sentiu agindo sem inteligência não é mesmo?
Essa
sensação pode ser facilmente compreendida quando analisada sob o ponto de vista
da neurociência, segundo Livia Ciacci, neurocientista e Mestre em Sistemas
Neuronais do Supera – Ginastica para o cérebro.
O
primeiro ponto para entendermos o porquê nos sentimos assim é entender que a
inteligência como a entendemos hoje é um fator que depende de algumas
variantes, veja:
Como
sei que estou usando o cérebro da forma correta?
O
cérebro humano é um órgão incrível, mas, assim como a própria natureza humana
ele também é limitado. Muitas vezes nos alimentamos mal, dormimos mal, nos
forçamos a ter motivação por coisas que não gostamos, tentamos absorver um
volume imenso de informações e gastamos muita energia tomando decisões fúteis.
“E
depois de tudo isso, queremos que o cérebro tenha um desempenho incrível, e
perguntamos como fazer para ser mais inteligente! O primeiro passo, que estaria
escrito no manual de instruções do cérebro, é respeitar as limitações biológicas
e ajudá-lo a ficar saudável”, lembrou a cientista.
Algum
esforço mental pode nos deixar mais inteligentes?
Inteligência
é um termo com muitas definições a depender da área de estudo, mas pode ser
entendida como a capacidade de analisar informações, aprender com a experiência
e adaptar-se ao ambiente. Podemos entender a inteligência principalmente como a
habilidade de usar nossos sentidos e pensamentos para resolver problemas, o que
não é simplesmente receber um estímulo do ambiente e reagir a ele, segundo a
especialista. “Ser inteligente na espécie humana é saber analisar dados
racionalmente - adotando o tipo de pensamento metódico - e ao mesmo tempo
perceber que pode mudar o ponto de vista e inverter totalmente a estratégia -
adotando o tipo de pensamento flexível”, lembrou.
O
treino cognitivo e a inteligência
A
ginástica para o cérebro ou treino cognitivo torna uma série de habilidades
mais bem desenvolvidas e automatizáveis com mais facilidade, o que poupa
energia para usar em processos de pensamento mais lentos, como ponderar
decisões e ser criativo.
“Foco,
concentração, memória, noção visuoespacial e atenção são funções cognitivas
base para todo processamento cognitivo - treiná-las é como ‘afiar o machado’.
Por exemplo, se desenvolvemos a habilidade da atenção seletiva, conseguimos
focar melhor nas informações úteis sem o desespero de tentar “guardar tudo na
cabeça” - o que seria ineficaz! Se desenvolvemos bem a memória de trabalho,
entendemos que ela é limitada e aprendemos quais estratégias vão funcionar para
que você não esqueça aquela tarefa importante”, lembrou Livia Ciacci,
neurocientista do Supera.
Como
usar melhor o cérebro em diferentes faixas etárias?
Algumas
dicas para usufruir melhor das habilidades do seu cérebro:
1) Otimize
a energia: O cérebro é naturalmente preguiçoso
porque pensar gasta muita energia. Quando forçamos o pensamento durante muito
tempo em uma mesma tarefa, provocamos a fadiga mental - estado onde não
conseguiremos progredir e ainda comprometemos a qualidade das nossas decisões.
O ideal é que haja alternância entre períodos mais curtos de esforço mental com
períodos de descanso, ou atividade intelectual alternada com atividade manual.
2) E
continue otimizando...: A fadiga mental após o tempo de
esforço cognitivo também vale para decisões. Quanto maior o número de decisões
que tomamos, menos energia (e menos qualidade de raciocínio) temos para as
próximas decisões! A dica é diminuir os atritos de decisão - a rotina aqui é
nossa aliada. Deixar o cardápio da semana pronto, a roupa do dia seguinte
separada, a agenda visível e organizada são hábitos que poupam o cérebro de
tomar uma série de pequenas decisões, que no fim das contas, somam um grande
volume!
3) Não
tente guardar tudo na cabeça: Tentar absorver excesso de
informação é o erro mais comum das gerações atuais, o cérebro não foi feito
para gravar tudo! Eleja seus curadores, quem são as referências confiáveis
sobre os assuntos que mais são úteis para você? Use ferramentas externas para
registrar ideias e informações: Anote ou desenhe tudo que faz sentido e será
útil para você, libere espaço mental para as melhores habilidades do cérebro -
imaginar e planejar!
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