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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Prematuridade foi comum na pandemia e acende alerta para risco maior de estrabismo

Bebês nascidos antes do tempo têm maior risco de desenvolver problemas oculares
 

A pandemia do novo coronavírus afetou a população mundial de várias formas. Infelizmente, a taxa de nascimento de bebês prematuros foi elevada em vista das complicações do covid-19 nas mães. A prematuridade é um fator de risco para diversas condições oculares, entre elas o estrabismo.
 
Segundo a oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, além dos efeitos clínicos do desalinhamento dos olhos, os bebês que desenvolvem a condição apresentam maior risco de redução da acuidade visua.

"Além da baixa visão, esses bebês apresentam uma chance maior de não desenvolverem a visão binocular. Por fim, o estrabismo também é um fator de risco para a ambliopia, mais conhecida pelo termo “olho preguiçoso”.
 
Evidências científicas
 
Um estudo publicado no periódico BMC Ophthalmology apontou que a prematuridade e o baixo peso ao nascer são fatores de risco para o desenvolvimento do estrabismo. O estudo foi feito com um grupo de bebês nascidos a termo e um grupo de bebês prematuros com variadas idades gestacionais pré-termo.
 
No grupo dos bebês a termo, a prevalência do estrabismo foi de 2%, dentro dos dados existentes na literatura. Entre os prematuros de 29-32 semanas, a prevalência foi de 22%. Naqueles nascidos com menos de 28 semanas, foi de 26%.
 
Consulta oftalmológica deve ser precoce
 
“O mais importante é que os pais de bebês prematuros devem ser orientados a procurar alguns especialistas, como um oftalmopediatra nos primeiros meses de vida. Há bebês que ainda na maternidade já são diagnosticados com algumas condições mais graves, como a retinopatia da prematuridade (ROP), catarata congênita etc.”, comenta Dra. Marcela.
 
“Entretanto, a consulta com um oftalmologista infantil é muito importante para detectar alterações visuais, em geral, que podem se desenvolver nos prematuros, como o estrabismo e erros refrativos”, reforça a médica.
 
Tratamento do estrabismo é cirúrgico

O estrabismo é o desalinhamento do eixo visual que costuma se desenvolver na infância. As formas mais graves, inclusive, podem ser detectadas nos primeiros dias de vida. Quando não tratado, o estrabismo pode reduzir a visão da criança a medida em que o olho com o desvio não se desenvolve da mesma maneira.
 
Em outras palavras, a visão de um olho será melhor que a do outro, condição chamada de ambliopia. Além disso, a criança não irá desenvolver a visão binocular, essencial para enxergar em profundidade e em 3D.
 
“A cirurgia é o tratamento padrão para todos os tipos de estrabismo, com exceção do desvio causado pela hipermetropia, facilmente resolvido com o uso de óculos. Quanto mais cedo o procedimento for realizado, maior a chance promover um desenvolvimento visual saudável”, finaliza Dra. Marcela.


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