De
acordo com especialista do Hospital Santa Catarina - Paulista, a falta de
atividade física resultou em um impacto ortopédico relevante na população, com
a redução da massa muscular, surgimento de complicações associadas ao
alongamento dos músculos, articulações e má postura
A prorrogação do isolamento social por conta da pandemia
da Covid-19 resultou em mais tempo em casa e maior taxa de sedentarismo,
aumentando as chances de desencadear dores nas costas, quadris e joelhos. De
acordo com o Ministério da Saúde, 47% dos brasileiros adultos não chegam a
praticar 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de exercícios
moderados durante a semana, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS).
Após um ano e meio vivendo em ambientes restritos, os
ossos, músculos e articulações, por causa da baixa mobilidade, podem ter
perdido resistência, reforçando a importância de cuidados para prevenir
possíveis lesões decorrentes da volta abrupta a uma rotina ativa. Segundo o
Google Trends, o termo "dor nas costas" teve crescimento de 76% desde
o início do novo coronavírus no país.
Uma pesquisa no Frontiers of Medicine, em 2020, aplicada
em 14 países, inclusive no Brasil, identificou que a prática exercícios que
elevam a respiração e batimentos cardíacos, como caminhadas, corridas, esportes
variados e, até mesmo, atividades corriqueiras, diminuíram, em média, 41%
durante a pandemia. Já a proporção de exercícios rigorosos caiu 42%.
Impactos ortopédicos do sedentarismo
De acordo com o Dr. Emerson Garms, coordenador médico da
Ortopedia e Traumatologia do Hospital Santa Catarina - Paulista, a falta de
atividades físicas, leves ou moderadas, resultou em impactos ortopédicos relevantes
na população. "A perda de mobilidade durante este período desencadeou um
aumento no sedentarismo, além de outros fatores como a redução de massa
muscular, o surgimento de complicações associadas ao alongamento de músculos e
articulações e a má postura", completa.
De acordo com o médico, as partes do corpo mais afetadas
por este fenômeno foram a lombar, cervical e articulações de carga, como
quadris e joelhos, cujos impactos podem estar associados a longos períodos
sentados. Estas repercussões também estão relacionadas à falta de pequenos
momentos no dia a dia em que a locomoção e movimentação eram necessárias, pois
estes ajudavam na manutenção dos ossos, músculos e articulações.
Cuidados no retorno presencial
O Dr. Garms destaca que existem possíveis repercussões
ortopédicas que podem surgir a partir dos esforços exigidos pela nova rotina
presencial. "É possível que o aumento abrupto e intenso das atividades
físicas possa resultar em um acréscimo nas queixas de dor no corpo.
Curiosamente, as áreas mais afetadas por este fator seriam as mesmas que
sofreram maior impacto durante o isolamento social e, por isso, muitos
indivíduos poderão apresentar dores lombares, cervicais, musculares e nas
articulações de carga", ressalta. Caso seja notada a presença dos sintomas
citados acima, um especialista deve ser consultado prontamente para evitar a
evolução de complicações que podem interferir a longo prazo na qualidade de
vida.
"As principais recomendações para manter a saúde em
dia incluem manter uma rotina de exercícios físicos semanais, que contemplem,
no mínimo, três dias por semana e que envolvam atividades com uma intensidade
baixa ou moderada. Cada sessão diária deve ter uma duração de 30 a 60 minutos.
Além disso, é importante garantir uma alimentação saudável, pois a ingestão
exacerbada de comidas com baixo valor nutricional pode causar a perda de massa
muscular e o excesso de peso", finaliza o ortopedista.
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