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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Miopia na infância aumenta risco de desenvolver estrabismo, aponta estudo

Aumento dos casos de miopia preocupa especialistas e pode afetar 50% da população mundial em 2050



Uma meta-análise recente, que inclui a revisão de mais de 23 mil estudos, mostrou que a miopia é um fator de risco para o estrabismo divergente intermitente.

Nesse tipo de desalinhamento, o olho se desvia para fora, em direção às orelhas. Outra característica é a intermitência do desvio, ou seja, ele não é constante.  
 
Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, uma das hipóteses é que a miopia está associada à diminuição das necessidades de acomodação.

“Trata-se da capacidade do olho humano de garantir que a imagem captada tenha foco e nitidez. Isso reduz a convergência e pode explicar, portanto, o risco aumentado para desenvolver o estrabismo divergente”.


 
Estrabismo intermitente

O estrabismo divergente intermitente é o mais comum de todos os desvios. Normalmente, se desenvolve entre os 12 meses e 4 anos de idade
 
“Esse é o estrabismo em que o olho se desvia para fora, em direção às orelhas. O mais comum é o desalinhamento intermitente. Isso quer dizer que o desvio ocorre em alguns momentos. Em geral, aparece quando a criança está mais cansada, nervosa ou irritada”, comenta Dra. Marcela.  
 
A boa notícia é que ambas as condições têm tratamento. A miopia é corrigida com óculos e o estrabismo com cirurgia. Vale lembrar que apenas o estrabismo acomodativo, causado pela hipermetropia, a correção é com óculos e não com alinhamento cirúrgico.


 
Janela de oportunidade
 
O sistema visual é o último a se desenvolver. Por essa razão, a intervenção precoce pode prevenir a perda da visão binocular e o desenvolvimento da ambliopia, mais conhecida pelo termo “olho preguiçoso.
 
“Para atingir bons resultados, a cirurgia de correção do estrabismo deve ser feita entre os 2 e 4 anos de idade, de preferência”, reforça Dra. Marcela.
 
“Quanto à miopia, é importante dizer o crescimento do olho ao longo da infância e adolescência pode aumentar ou diminuir o grau. Por isso, o acompanhamento da criança com o oftalmopediatra deve ser regular até que o grau se estabilize, o que ocorre por volta dos 18 anos”, finaliza.  


 
 Prevenção
 
A miopia tem uma forte ligação com a história familiar. Filhos de pais míopes têm 50% de chance de desenvolver a condição. Entretanto, é possível adotar hábitos que podem prevenir a miopia ou ainda o aumento do grau.
 

  • Reduza ao máximo o tempo da criança em frente às telas (tablets, computadores e celulares)
  • Crianças com menos de 2 anos não devem ser expostas às telas
  • Incentive atividades ao ar livre, se possível todos os dias
  • Leva o bebê no oftalmopediatra ainda no primeiro ano de vida e depois, de forma preventiva

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