terça-feira, 30 de novembro de 2021

40 anos da Aids no Brasil: conheça os avanços na prevenção e no cotidiano dos pacientes

Medicamentos continuam sendo elaborados para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, mas vacina ainda é o foco principal


Há 40 anos, no dia 1º de dezembro, era descoberto o primeiro paciente com aids no Brasil, e de 1981 até o momento, houve grande evolução para o tratamento da doença e a prevenção do vírus do HIV, com os coquetéis na década de 1990, além dos antirretrovirais e testes rápidos mais recentemente.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a doença no estágio mais avançado da infecção causada pelo vírus do HIV – vírus da Imunodeficiência Humana em português -, que ataca o sistema imunológico agindo nas células de defesa do corpo. O HIV é transmitido em relações sexuais, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas, agulhas ou objetos infectados, e na transmissão vertical (da mãe para o bebê durante o parto ou amamentação).

Desde a década de 1980 existem os medicamentos antirretrovirais para as pessoas que vivem com HIV ou aids, inibindo a multiplicação do HIV no organismo e evitando o enfraquecimento do sistema imunológico. O avanço para a prevenção da transmissão de HIV e aids também avançou com a possibilidade da chamada “Prevenção Combinada”, que associa o uso do preservativo com a PrEP e PEP, além de contar com a prevenção da transmissão vertical durante a gravidez, tratamento das infecções sexualmente transmissíveis e o tratamento das pessoas que vivem com HIV ou aids.

Segundo João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os avanços obtidos nestes 40 anos impactaram positivamente na prevenção e no tratamento das pessoas que vivem com HIV ou aids, mas a busca por uma vacina e uma cura continuam sendo essenciais.

“A busca por um imunizante é importante, porém difícil. O vírus tem várias mutações, se esconde no sistema imunológico após a infecção e pode agir de maneiras diferentes em cada pessoa. Além da vacina, que precisa ter 100% de eficácia para realmente proteger as pessoas, também é necessário encontrar a cura para os já infectados”, diz o médico da BP.

Mesmo com as conquistas, por meio de medicamentos desenvolvidos ao longo dos anos, ainda não existe uma vacina com eficácia comprovada para a proteção da população ou a descoberta da cura para os infectados. Entretanto, há estudos em andamento para a criação de uma vacina como, por exemplo, o Mosaico, pesquisa Janssen Vaccines and Prevention B.V. com a HIV Vaccine Trials Network (HVTN) e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, que ainda está em fase de testes de sua eficácia no Brasil e em outros países.

De acordo com o Ministério da Saúde, há cerca de 920 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil, com um decréscimo de 18,7% na detecção de aids entre os anos de 2012 e 2019, assim como uma queda de 17.1% na mortalidade entre 2015 e 2019. Atualmente, a maior concentração de casos de aids no país está entre os jovens de 25 a 39 anos, com 492,8 mil registros até 2019, o que reforça a importância da prevenção à aids e da busca pelo diagnóstico precoce e tratamento da doença.

Apesar da espera por uma vacina, o desenvolvimento de medicamentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV ou aids continua. O primeiro medicamento injetável aprovado nos EUA e em outros países é um exemplo e, apesar de não estar ainda disponível no Brasil – país referência no tratamento e na prevenção –, é importante o acompanhamento da evolução de medicamentos e nos índices nacionais.

 


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo 


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