Neurologista
ressalta importância do diagnóstico precoce e explica sobre tratamento
Rara e autoimune, a esclerose múltipla (EM) é uma doença que atinge 2,3 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, e, no Brasil, estimam-se 15 casos para cada 100 mil habitantes. A doença neurológica compromete o sistema nervoso central e pode levar a alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade atinge principalmente pessoas entre 18 e 55 anos. E para conscientizar sobre a EM, agosto ganha a cor laranja.
Descobrir que possui esclerose múltipla é um baque para muitas pessoas. Contudo, o neurologista Alexandre Castro (CRM - 17286), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, tranquiliza os portadores da enfermidade. “O diagnóstico de esclerose múltipla é, sem dúvida, um impacto para muitos pacientes. Porém, na maior parte dos casos, sobretudo em estágios iniciais da doença, o paciente pode levar uma vida absolutamente normal. Ter um médico de confiança para tirar todas as dúvidas e angústias do paciente pode fazer toda a diferença”, destaca.
As pessoas acometidas pela esclerose múltipla apresentam surtos ou ataques agudos, que podem ser revertidos espontaneamente ou com o uso de medicamentos. Os sintomas mais comuns são perda visual (neurite óptica), diminuição ou perda de movimentos dos membros (paresia), sensação de dormência ou formigamento (parestesia), disfunções da coordenação e do equilíbrio, inflamação da medula espinhal (mielite), além de alterações cognitivas e comportamentais.
Os pacientes podem apresentar, ainda, alterações
ligadas à fala e deglutição, fadiga e problemas no trato urinário e digestivo.
O neurologista explica que existem alguns subtipos da doença. “A forma mais
comum apresenta-se em surtos, nos quais ocorrem manifestações neurológicas
súbitas que podem ou não deixar sequelas. O acúmulo de tais sequelas podem levar
eventualmente a algum grau de incapacidade”, revela Alexandre Castro.
Tratamento
“Existem tratamentos para o surto em si, nos quais podemos utilizar corticóides, e existem ainda tratamentos para evitar os surtos, que são chamados imunomoduladores ou drogas modificadoras da doença”, esclarece o especialista.
No geral, os tratamentos buscam evitar que a
enfermidade progrida. “Esta doença apresenta diversas manifestações clínicas. O
principal objetivo do tratamento medicamentoso da esclerose múltipla é evitar a
ocorrência de outros surtos, reduzindo a progressão da doença e a incapacidade
por ela gerada”, afirma. Ele ainda destaca que é de suma importância manter um
estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e manter a prática de
atividades físicas”, salienta o neurologista Alexandre Castro.
Vacinação
No último mês, a atriz e humorista Cláudia Rodrigues, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2000, enfrentou complicações relacionadas à doença, pois para poder receber a vacina contra a Covid-19, ela fez uma pausa no tratamento, apresentou uma piora no quadro clínico e foi internada. O caso ganhou repercussão, no entanto, Alexandre Castro tranquiliza os pacientes em relação à vacinação contra o coronavírus. “Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa, em uso em território nacional, são seguras em pacientes com esclerose múltipla. Na maior parte dos casos, não há necessidade de interrupção das terapias”, ressalta.
O especialista detalha que existem apenas
ocorrências pontuais. “Casos isolados, como pacientes que fizeram uso de
Rituximab, um anticorpo monoclonal, devem respeitar um intervalo de três meses
da última infusão para se vacinarem”, conta o neurologista, que garante a
segurança das vacinas. “A vacinação é segura para pacientes com esclerose
múltipla. O que ainda não sabemos é se pacientes em uso de terapias
imunossupressoras podem ter uma resposta à vacinação reduzida. Assim, mesmo
vacinados, é fundamental manter as medidas de segurança como distanciamento
social, higienização das mãos e o uso de máscaras”, reforça Alexandre Castro.
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