Comemorado
em 9 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data que busca
valorizar as diferentes culturas e etnias que existem ao redor do mundo,
refletindo sobre a urgência em combater o preconceito e o racismo contra povos
indígenas. Criada em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data
também levanta discussões sobre direitos humanos, diversidade e inclusão.
Para
Cristine Takuá, autora do material didático da BEĨ Educação sobre cultura
indígena, a data é importante pois traz visibilidade para grupos historicamente
marginalizados e excluídos da sociedade. No entanto, a especialista destaca que
é necessário ampliar a consciência sobre os povos indígenas para além de um dia
específico, dando destaque para o assunto principalmente em escolas e espaços
culturais.
Educação contra a
violência e o preconceito
Segundo
dados de um relatório elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
em 2019 no Brasil registrou-se um aumento de 150% nos casos de violências
diversas cometidas contra povos indígenas, entre elas, homicídio, racismo,
discriminação étnico-cultural, invasão e exploração de território.
De
acordo com Cristine, o primeiro passo para combater a violência e o preconceito
contra indígenas é por meio da educação. “Entender o passado de dominação que
perpassa a história desses povos é uma forma de refletir criticamente sobre o
assunto e gerar mais conscientização sobre a luta e os direitos indígenas”,
afirma.
A
autora também defende que um dos principais fatores de preconceito e racismo
contra indígenas é a ideia equivocada de que eles compartilham uma cultura
única. “Os povos indígenas são muito diversos e distintos em termos de língua,
espiritualidade e costumes, mas no senso comum têm-se a ideia de que eles são
uma coisa só”, explica.
Apesar
de existir uma lei determinando o ensino obrigatório de história e cultura
indígena nas escolas brasileiras, na prática, o assunto ainda é invisibilizado
ou então abordado de forma muito superficial. Para Cristine, isso reforça um
entendimento equivocado de que a cultura indígena é algo distante de nós e que
deve ser segregado.
“Muitos
dos costumes e crenças que temos hoje são herança direta dos povos indígenas,
mas isso acaba sendo apagado da história. Para que não haja mais preconceito é
preciso ter conhecimento”, finaliza.
Sobre
a BEĨ Educação.
A BEĨ Educação desenvolve projetos pedagógicos que trabalham a cidadania, a
identidade, as potencialidades, os conhecimentos, os valores e os sonhos dos
estudantes. Com o propósito de educar para uma cidadania mais engajada e
humanizada, ela busca criar um novo tipo de educação, mais relevante e
atraente, para esta e as próximas gerações de estudantes e professores. A BEĨ
Educação é um desdobramento da BEĨ Editora, que há 30 anos vem construindo um
catálogo de livros sobre arte, design, arquitetura, urbanismo, fotografia,
economia e gastronomia, bem como organizando exposições e ações culturais
relacionadas ao exercício da cidadania e à promoção da cultura brasileira. A
empresa conta hoje com três frentes de atuação: introdução à educação
financeira; vida urbana e noções de cidadania; arte, história e cultura
indígenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário