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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Mitos e Verdades sobre doenças reumatológicas em crianças

A Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg explica as crenças que podem estar relacionadas aos problemas reumáticos nos mais novos


Doenças reumáticas não são exclusivas de adultos ou idosos. a maioria das pessoas não sabe, mas elas podem afetar também crianças e adolescentes e causar grandes complicações caso não sejam tratadas corretamente. Devido à falta de conhecimento de muitos pais, o reumatismo na infância pode ser considerado preguiça ou até mesmo manha, mas é de fundamental importância ficar atento aos primeiros sintomas para realização de diagnóstico precoce.

A reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg é especialista em reumatologia pediátrica e esclarece dúvidas sobre esse tema.


Por serem novas demais, crianças não sentem dores nas articulações

Mito. Crianças podem sentir dores e rigidez nas articulações e isso pode ser mais comum do que se imagina. Elas podem estar relacionadas a dores do crescimento ou a condições crônicas de saúde como a Artrite Idiopática Juvenil (JIA) ou outras doenças reumáticas. Para Cláudia, crianças que sofrem de dores nas articulações podem ter o funcionamento físico, social e funcional prejudicado, sofrerem com problemas de sono e fadiga, além de dificuldades pra praticar esportes e atividades recreativas. “A observação e um exame físico específico e completo são necessários para uma avaliação. Isto é importante já que a dor articular pode levar a uma marcha anormal, espasmos musculares, e quedas frequentes”, afirma a reumatologista.


A dor de crescimento trata-se de um problema reumatológico

Verdade. Essa situação ocorre principalmente em crianças entre os três e 12 anos de idade. Segundo a especialista, as dores costumam afetar as pernas, coluna, braços e o pescoço e podem se estender por meses. “Assegurar a família de que o problema eh transitório e manter uma rotina saudável costuma ajudar no alívio dos sintomas; a criança pode e deve aderir a prática de atividade física, ter uma boa qualidade de sono e manter a postura correta nas suas atividades diárias. Mas é indispensável àprocura de um médico especialista para fazer o diagnóstico correto da dor”, ressalta a médica.


O Lúpus pode ser ocorrer em crianças

Verdade. Com base em dados internacionais, estima-se que a doença atinja um a cada 100 mil crianças. Em sua maioria, o diagnóstico precoce (antes que ela se agrave) permite controlar os sintomas e evitar consequências mais graves. No Lúpus Eritematoso Sistêmico, o sistema imunológico perde a capacidade de diferenciar um intruso estranho e os próprios tecidos e células de uma pessoa. “O Lúpus é uma inflamação que pode atingir todo o corpo, causando febre e vermelhidão no rosto, além de dores e inchaço nas articulações, queda de cabelo, emagrecimento, anemia, apatia e se o rim for afetado, pode conter sangue na urina”, conta Cláudia Goldenstein.


Inflamação na garganta pode causar febre reumática

Verdade. A febre reumática é causada pela reação a uma infecção de garganta por uma bactéria conhecida como estreptococo e é uma doença inflamatória que pode comprometer as articulações, coração, cérebro e pele. Segundo Cláudia Goldenstein, entre os sintomas estão a febre, dor de garganta, ínguas no pescoço (gânglios aumentados) e vermelhidão intensa, pontos vermelhos ou placas de pus na garganta. “Se a enfermidade não for tratada de maneira correta, pode deixar sequelas graves. A febre reumática atinge pacientes entre cinco e 15 anos de idade”, segundo a doutora.

A reumatologia pediátrica atende pacientes desde o período neonatal até a adolescência, a consulta com esse profissional pode ajudar os jovens a prevenir e/ou começar com um tratamento mais efetivo o quanto antes.

 


Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.


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