O mundo vive um momento de alinhamento de estratégias rumo a um objetivo comum: a descarbonização. A neutralidade do carbono é pauta do dia, uma vez constatado o papel do dióxido de carbono (CO2) no aquecimento global.
A missão, portanto, é reduzir a emissão de CO2 na
atmosfera o quanto antes e isso passa pela mudança de matriz energética nos
setores de energia, indústria e mobilidade.
A transição já vem ocorrendo. Muitas indústrias têm
se comprometido com novos processos para operar de forma limpa e sustentável. O
mesmo ocorre no setor de transportes. Carros elétricos ou movidos a hidrogênio
verde não são mais uma projeção para um futuro distante. Diversos países já
apresentam opções de veículos adaptados a essas matrizes alternativas e o
avanço destas tecnologias devem torná-los cada vez mais acessíveis ao grande
público.
O hidrogênio já vem sendo utilizado também em
grande escala em indústrias para algumas aplicações e também como fonte
energética. O que muitas pessoas ainda não sabem, é que dependendo do processo
de produção, o hidrogênio tem suas categorias, divididas em 3 cores: cinza,
azul e verde. Ainda, o mais utilizado pelas indústrias, é o cinza, produzido a
partir de gás natural, com liberação de dióxido de carbono, o que contribui
para o aquecimento global.
O azul, demanda o consumo de combustíveis fósseis,
com captura e armazenamento de carbono visando ter uma menor pegada de carbono.
Ele gradualmente vem sendo substituído pelo hidrogênio verde, produzido a
partir de energia limpa como por exemplo solar, hidroelétrica, eólica ou uma
combinação destas todas, ou seja, com zero impacto ambiental. Hoje a fabricação
do hidrogênio verde demanda mais investimentos que a do azul, mas estudos
recentes apontam que este custo está em queda e que o verde se tornará a opção
mais econômica até 2030*.
E o Brasil desempenha um papel-chave nessa
iniciativa mundial de descarbonizar o planeta, nas próximas décadas. Isso
porque o país é abundante em recursos limpos para geração de energia necessária
para produção do hidrogênio verde, como vento e sol para energia eólica e
solar, respectivamente, além de hidrelétricas – nossa matriz energética é 83,7%
renovável.
Comprometida com a descarbonização, a Air Products
está com uma iniciativa adiantada para produção de hidrogênio verde em escala
global. Trata-se da parceria entre Air Products, thyssenkrupp, ACWA Power e
NEOM, para instalação de uma fábrica de amônia baseada em hidrogênio verde,
movida a energia renovável na Arábia Saudita. Considerado o maior projeto de
hidrogênio verde do mundo, essa parceria fornecerá 650 toneladas de hidrogênio
sem carbono por dia, reduzindo as emissões de CO2 em três milhões toneladas por
ano.
Previsto para entrar em operação em 2025, o
Projeto NEOM terá a Air Products como compradora exclusiva da amônia verde, que
será destinado à produção de hidrogênio verde em diversos mercados
internacionais, buscando atender prioritariamente o setor de transporte.
“A parceria da Air Products com a thyssenkrupp,
ACWA Power e a NEOM é motivo de orgulho. Aproveitando o perfil único do sol e
do vento do NEOM para converter água em hidrogênio, este projeto renderá uma
fonte de energia totalmente limpa em grande escala que eliminará emissões de
carbono equivalentes a mais de 700.000 carros por ano. Queremos expandir pelo
mundo a ideia do hidrogênio verde como um combustível produzido a partir de
energia limpa, que não traga consequências para o meio ambiente, e disponível
para todos os países”, explica Marcus Marinho, Gerente Geral da Air Products
Brasil e Argentina.
Recentemente, a Air Products também assinou um
memorando de entendimento (MOU) com a Cummins Inc. para um projeto de
aceleração de integração de caminhões com células de combustível de hidrogênio
nas Américas, Europa e Ásia. A Cummins fornecerá motores elétricos de
combustível de hidrogênio integrados em caminhões pesados de parceiros
selecionados para a Air Products, que inicia processo de conversão de sua frota
global de veículos.
*https://www.bloomberg.com.br/blog/hidrogenio-verde-deve-superar-o-azul-ate-2030/
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