Relatório
divulgado pela ISI Emerging Markets analisa as fusões e aquisições ocorridas em
julho
Relatório divulgado pela EMIS, do Grupo ISI
Emerging Markets, traz o panorama do mês de julho com
informações sobre as fusões e aquisições latino-americanas no setor de
fintechs. O cenário aponta para o crescimento de bitcoins.
De acordo com a análise, o setor de serviços
financeiros na América Latina tem enorme potencial inexplorado, isso porque a
adoção dos consumidores é notoriamente baixa: a maioria das 650 milhões de
pessoas em 33 países analisados estão desbancarizadas.
Para o Head de fusões e aquisições da EMIS, Stefan
Stoyanov, áreas pouco exploradas como esta oferecem espaço para o
estabelecimento de bases para novos players na área das fintechs, para assim
atender melhor os clientes existentes, além de conquistar novos.
Mercado a ser explorado
“Por enquanto, eles têm feito um trabalho notável
ao colocar pressão em um sistema que, até recentemente, exigia que a maioria de
seus clientes fizessem seus serviços bancários pessoalmente. Neobanks, ou
bancos digitais, têm redesenhado as finanças. A América Latina abriga quatro
das 20 maiores empresas do setor em todo o mundo, incluindo o Nubank - o maior
banco digital com 40 milhões de usuários -, C6 Bank, Uala e Neon”, explica.
Para Stoyanov, o incentivo para atender centenas de
pessoas desbancarizadas e quebrar o monopólio do sistema bancário inundou o
mercado de empreendimentos com capital de risco e capital privado, reflexo do
que chamam da era Pontocom. “Recentemente, em meio à recuperação pós-Covid, as
atividades das fintechs orientadas por capital privado e capital de risco na
América Latina obtiveram um impulso significativo de outro lugar - a ascensão
meteórica de criptomoedas em 2020/2021”.
Crescimento das criptomoedas
Segundo o relatório, Bitcoin, Ethereum e milhares
de outras moedas formam uma classe de ativos de rápido crescimento na região e
estão naturalmente atraindo a atenção dos investidores. Para Stoyanov, o boom
nos preços das criptomoedas e a correspondente adoção institucional de Bitcoin
adicionou outra camada de desafio ao sistema financeiro na América Latina. El
Salvador, por exemplo, se tornou o primeiro país a legalizar o Bitcoin.
Venezuela e Argentina também estão entre os principais países onde o Bitcoin
está sendo adotado, caminho que as pessoas e empresas procuram para se prevenir
de controles de inflação e moeda.
Investidores apostam alto
Os investidores começaram a não apenas tomar
conhecimento, mas também a agir sobre este mercado. O economista cita alguns
exemplos notáveis dos últimos meses, que incluem o investimento de USD 200
milhões do banco japonês SoftBank na rodada da Série B do Mercado Bitcoin - a
primeira bolsa de criptomoedas do Brasil e uma das maiores da América Latina,
valorizando a empresa a USD 2,1 bilhões. Menos de dois meses antes disso, a
mexicana Bitso arrecadou USD 250 milhões em uma rodada de financiamento
coliderada pela Tiger Global e Coatue que avaliou a plataforma de negociação em
USD 2,2 bilhões.
Já a Buenbit, a bolsa de criptomoeda argentina,
anunciou uma rodada de financiamento da Série A liderada pela Libertus Capital
por USD 11 milhões. Para Stefan Stoyanov, o Nubank pode não ser uma empresa
cripto-nativa, mas já está entrando no universo das criptomoedas, permitindo
que seus clientes possam usar o reembolso de cartão de crédito para comprar
Bitcoins por meio de sua subsidiária Easynvest. “Ainda assim, o Nubank
conseguiu um aproveitamento de USD 500 milhões às custas de Warren Buffet, um
notório cético do Bitcoin, e agora está avaliado em USD 40 bilhões”, lembra.
Por fim, o economista acredita que as fintechs
latino-americanas estão em um ponto de inflexão, recebendo um novo impulso
vindo da indústria de criptografia. “Essas empresas têm o potencial de não
apenas serem as próximas a valer bilhões de dólares, mas também fornecer a tão
necessária inclusão financeira e, posteriormente, liberdade para seus
clientes”, conclui.
EMIS
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