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Entre os dias 1º e 7
de agosto é celebrada a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) criada
para a realização de atividades que buscam promover o leite materno como
alimento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou
mais.
A campanha, que em
2022 completa 30 anos de existência, é comemorada no Brasil desde 1999 e faz
parte das ações do Agosto Dourado, criado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 1991 com o
objetivo de prover, incentivar e dar informações acerca da importância da
aleitamento materno.
A amamentação é,
isoladamente, a estratégia que mais contribui para a diminuição da mortalidade
infantil em todo o mundo, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dados
do Ministério da Saúde apontam que o leite materno pode reduzir até 13% a
mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. Além disso, os
riscos de desenvolver um câncer de mama reduzem em 6% a cada ano que a mulher
amamenta.
Para a enfermeira
Rosimeire da Silva Criscuolo, supervisora do Programa Parto Seguro, gerenciado
pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a campanha é
importante para planejar, divulgar e executar ações para promoção da
amamentação.
"Estas ações
estão focadas na sobrevivência, proteção e no desenvolvimento da criança. Com o
Agosto Dourado reforçamos, que apoiando o aleitamento materno, os benefícios
são de curto, médio e longo prazo e levam a um impacto positivo na saúde, na
economia e nas questões sociais."
A cor dourada foi
escolhida para representar a campanha pois o leite materno é considerado por
especialistas padrão ouro de qualidade.
Além dos benefícios
à saúde da criança e da mulher, a enfermeira ressalta a importância do gesto
para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, social e emocional da criança,
fortalecendo o vínculo entre mãe e filho para toda a vida.
Rede de apoio à
amamentação
Neste ano, a
campanha recebeu tema "Proteja amamentação: uma responsabilidade
compartilhada" que, além conscientizar à sociedade acerca das vantagens do
aleitamento materno, tem o objetivo de divulgar a importância da Norma
Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactantes e Crianças de
Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), que protege as
mulheres e suas famílias do marketing, não ético.
Por fim, outra
bandeira importante que a campanha levanta é a necessidade de fortalecer a
importância da rede de apoio à amamentação, que se trata de um grupo de pessoas
que podem contribuir de alguma forma com a mãe lactante
Segundo a enfermeira,
essa rede pode ser composta por diferentes pessoas, desde o marido, um parente,
um amigo próximo, um vizinho ou até uma instituição que dê suporte para mulher
que esteja amamentando.
"À essas
pessoas cabe o auxílio prático com os afazeres domésticos, compras no
supermercado, cuidados com outros filhos, cuidar da alimentação, hidratação e
repouso da mãe, além de respeitar e apoiar suas decisões. A mulher deve ser
preparada, assim como as pessoas à sua volta, pois elas devem atuar como sua
rede de apoio", explica a especialista.
Blues puerperal
durante a amamentação
A enfermeira chama
atenção para os riscos do blues puerperal, um estado efêmero que atinge cerca de 50% a 80% das
mulheres no período do pós-parto, entre o quarto e quinto dia devido às alterações
hormonais e de adaptação ao novo papel de mãe.
De acordo com Rose,
isso pode interferir na amamentação e nos cuidados com o bebê, pois a mulher
passa por momentos de altos e baixos, com crises de choro, tristeza, euforia,
frustração, ansiedade, exaustão e insônia, esquecendo até mesmo de si mesma em
alguns casos.
"A mulher deve
ser ajudada e tranquilizada por sua rede de apoio e pelos profissionais de
saúde, pois essa trata-se de uma fase de adaptação."
Segundo a enfermeira,
para casos de blues
puerperal
não há necessidade de medicação, mas é necessário que a mãe seja observada e
acompanhada.
Programa Parto
Seguro
No Programa Parto
Seguro, a amamentação é abordada capacitando sistematicamente os colaboradores,
para auxiliar a mãe, o bebê e seus familiares no manejo de aleitamento materno.
Segundo a
enfermeira, entre as ações práticas, os profissionais do programa orientam as
mães sobre como reconhecer os sinais de fome do seu bebê, além de oferecer o
peito à criança, observando questões como a boa pega e a posição do bebê. Eles
também ensinam a auto ordenha para esvaziamento da mama, quando necessário.
"Oferecemos
informações relevantes às mulheres, além de ajuda prática, fortalecendo o
processo antes do nascimento e durante toda a internação, para que a mãe saia
de alta fortalecida, para a prática do aleitamento materno", finaliza a
especialista.
CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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