• Nova pesquisa revela que quase 7 em cada 10 leitores de veículos digitais no Brasil aumentaram o consumo de notícias durante a pandemia;
• Grupo Globo, UOL e R7 estão entre os
principais veículos, aponta pesquisa
Nova pesquisa
publicada nesta semana pela Luminate, organização filantrópica global,
constatou que durante a pandemia COVID-19, 65% dos leitores de veículos
digitais no Brasil aumentaram o consumo de notícias. A pesquisa mostra que 92%
dos consumidores acessam notícias por meios digitais (veja a pesquisa completa aqui) pelo menos duas
vezes por semana, com 83% pelo menos uma vez por dia. A pesquisa também mostra
que as plataformas digitais agora respondem por mais da metade (59%) de todo o
conteúdo de notícias consumido, destacando o crescente domínio das plataformas
digitais1 como fontes primárias de notícias e informações.
Junto com o aumento da demanda por notícias, a pesquisa, que entrevistou 8.570 pessoas de 18 a 65 anos na Argentina, Brasil, Colômbia e México, descobriu que os consumidores no Brasil estão dispostos a pagar por conteúdo digital, 16% deles já pagando por pelo menos uma assinatura de notícias ou serviço. Embora relativamente modestos, esses números mostram que a disposição de pagar por notícias digitais entre os consumidores no Brasil é maior do que em alguns outros países, incluindo mercados estabelecidos como o Reino Unido (8%) e Alemanha (10%) e não está muito atrás dos EUA (20%)2 .
A pesquisa identificou
uma série de fatores-chave que influenciam as decisões dos consumidores de
pagar por uma assinatura ou serviço de notícias digitais. Para os consumidores
que atualmente pagam por notícias, dois dos fatores mais importantes são a
capacidade de fornecer conteúdo de alta qualidade (34%), seguida de perto pela
credibilidade do veículo como fonte de informações sérias e confiáveis (31%). Além desses fatores, a metodologia MaxDiff3 descobriu que
para todos os participantes da pesquisa, incluindo aqueles que atualmente não
estão pagando pelas notícias, a independência do veículo em relação a
interesses políticos ou outros interesses velados também foi importante (4.7
MaxDiff).
1 Sites on-line de veículos de notícias tradicionais, veículos de mídia digitalmente nacional, mídia social e YouTube
2 Reuters Institute
for the Study of Journalism, Digital News Report 2020
3 Na análise MaxDiff
ou "melhor-pior escala", os participantes escolhem o mais importante
/ melhor e o menos características importantes / piores de uma lista de itens.
Isso resulta em medidas de escala de intervalo que são baseadas em julgamentos
comparativos que podem ser facilmente realizados, mesmo quando o número de
atributos não é pequeno.
"O jornalismo
independente é uma condição para democracias saudáveis, e a disposição em pagar
por notícias é central para esta independência. Nesse contexto, o alto consumo
e a grande abertura de brasileiras e brasileiros em pagar por assinaturas ou
realizar doações a meios de comunicação são boas notícias, tanto para redações
como para a democracia brasileira" argumenta Rafael Georges, representante
da Luminate no Brasil
Embora a pesquisa destaque uma série de
oportunidades para veículos digitais, ela identificou duas barreiras que os
empreendimentos de mídia deverão considerar ao buscar atrair novos consumidores
pagantes. Em primeiro lugar, a relevância do conteúdo é fundamental. Dos
entrevistados que atualmente não pagam por notícias digitais, 90% dos
participantes afirmaram que as informações não eram suficientemente relevantes
ou não traziam diferenciais que justificassem um pagamento quando comparados a
outras fontes de informação. Em segundo lugar, o custo é um grande problema,
com 90% afirmando que simplesmente não estariam dispostos a pagar,
especialmente se podem acessar notícias gratuitamente em outro lugar.
Outros dados notáveis da pesquisa são:
• Para 1 em cada 4
consumidores R$ 30 por mês é considerado um pagamento aceitável em compra de
notícias digitais
• Em média, o período
de assinatura de um serviço de notícias digitais é mantido por pouco mais de
dois anos (24,5 meses)
• 26% dos consumidores
no Brasil estão dispostos a fazer doações voluntárias a veículos digitais.
A pesquisa foi
encomendada pela Luminate - uma das principais financiadoras da mídia
independente em todo o mundo, inclusive na América Latina - para fornecer
informações adicionais aos veículos de notícias à medida que desenvolvem suas
ofertas digitais e procuram aumentar a receita por meio de assinaturas e outros
serviços pagos. Esta pesquisa é uma continuidade do trabalho iniciado com o
relatório Inflection Point publicado pela Luminate e pela SembraMedia em 2017,
que explorou a saúde da mídia digital na América Latina, e o lançamento do
programa Velocidad em 2019, acelerador que fornece financiamento e
consultoria para novas startups de jornalismo operando na América Latina.
Sobre a pesquisa:
Esta pesquisa foi
conduzida pela Provokers, uma empresa internacional de marketing estratégico e
pesquisa de mercado com presença regional na América Latina. A sondagem
explorou se os leitores de notícias digitais na Argentina, Brasil, Colômbia e
México estão interessados em pagar pelo serviço e buscou entender os
motivos que contribuem para modelos de sucesso na rentabilidade de veículos digitais. A
pesquisa consistiu em 8.570 entrevistas realizadas por meio de uma pesquisa
online (pelo menos 2.000 entrevistas por país), 80 entrevistas em profundidade
(20 por país) com indivíduos que liam notícias online pelo menos duas vezes por
semana e nove entrevistas em profundidade com especialistas em mídia digital e
notícias online. As pesquisas com consumidores incluíram uma amostra
nacionalmente representativa de homens e mulheres, níveis socioeconômicos,
idades e localizações geográficas.
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