O
filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu alerta para o uso da inteligência
emocional para o equilíbrio e assim evitar o pânico
Lidar com uma situação de pânico pode ser extremamente difícil
para muita gente. Para alguns a situação num ataque de pânico é tão extrema que
o seu corpo lhe dá uma resposta física extremamente forte também. Em tempos de
quarentena, o nível de stress aumenta e, para muitos, leva a um estado de
pânico.
Levando em consideração de que há muita gente que sofre deste tipo
de transtorno o filósofo, psicanalista e especialista em estudos da mente
humana, Fabiano de Abreu decidiu abordar o tema.
"O pânico e suas consequências como em qualquer outro
comportamento depende das nuances e do tamanho de sua potência. Um ataque de
pânico, por exemplo, pode até baralhar a sua mente com emoções que aceleram o
batimento cardíaco, desfocam a visão e aumentam a transpiração levando
inclusive, em casos extremos, a um ataque cardíaco ou AVC. Há o cuidado com a
questão dos sintomas pois a ansiedade resulta em sintomas que pareça com
infarto e não é.", explica o psicanalista.
"O pânico é um episódio de medo e a sua intensidade varia de
acordo com o tamanho das circunstâncias para o tamanho do seu medo. ",
refere Abreu, consciente de que nem todos temos a mesma capacidade de gerir
estas situações.
Mas tudo tem a sua explicação lógica e racional. O pânico não é
exceção e também ele tem a sua definição biológica e química.
"Um aglomerado de neurônios que constitui a amígdala é o
centro integrativo das emoções, motivações e todos os comportamentos emocionais
incluindo a nossa reação de medo levando ao aumento da ansiedade. Há dois medos
nos dias atuais, do falecimento e da falência.”, explica o especialista.
O pânico é um encadear de situações, um comboio interno que
acelera a toda a velocidade quando lhe perdemos o comando. Como muito bem
explica Fabiano de Abreu: "Então a definição do pânico é o medo que leva
ao aumento da ansiedade que causa estresse e, nessa situação podemos distorcer
a realidade por ter fugido em larga escala da razão sendo tomado totalmente
pela emoção. "
Mas há sempre formas de controlar e contornar este tipo de
problemas. Ter ciência deles é o grande primeiro passo.
"Inteligência emocional é como denominamos a capacidade de
manter o equilíbrio entre a razão e a emoção. Quando a emoção está fora de
controle, perdemos a razão e, então, deixamos de ter a racionalidade e
começamos a agir de uma maneira que nós mesmos em sã consciência, na razão, não
aprovaríamos.", explica Fabiano.
Para o psicanalista há uma série de etapas que devemos seguir.
Segundo ele, "Temos que usar da inteligência emocional para vencer o
pânico e a melhor forma é agir de acordo para que isso aconteça. Uma boa
alimentação, atividades físicas, técnicas de relaxamento e distrações que lhe
tragam conforto e bem-estar são o melhor remédio para evitar o pânico e
controlar assim a ansiedade para que não perca a razão. São técnicas que
aumentam a produção dos hormônios do prazer e do humor para buscar o equilíbrio
em relação ao hormônio do estresse."
Tudo parte de pequenas escolhas que fazemos para nós mesmos e de
pequenas atitudes de hábitos que podemos controlar e mudar. Segundo Abreu,
"Não podemos esquecer que podemos controlar a nossa mente e os nossos
comportamentos. Se alimentamos a nossa mente de informações negativas, estamos
a induzindo-nos ao pânico. Isso pode ser um ciclo vicioso, o medo causa
estresse que libera o hormônio cortisol, responsável pela resposta do organismo
ao estresse, ele afeta os receptores do hipocampo lugar onde está determinada a
nossa capacidade de memória, atenção e codificação da realidade.
O cortisol se mantendo em alta dosagem pode ser muito perigoso e
se, continuamente nos alimentarmos de informações que mantenham o nosso
medo, estaremos também mantendo essa produção maior de cortisol."
Concluindo, o pânico tolda-nos a razão, retira-nos a capacidade de
agir dentro de um padrão racional, impede-nos de fazer as melhores escolhas. No
entanto, há pequenos comportamentos que conseguimos adotar que vão melhorar de
forma significativa a nossa vida e a maneira como lidamos com algo que nos
assusta.
"O pânico bloqueia a razão inibindo a plasticidade
cerebral.", termina Fabiano de Abreu
O conceito sobre o pânico de Fabiano de Abreu encontra-se no CPAH
– Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, com sede em Portugal e unidades
no Brasil e na Holanda e estará no seu livro que será lançado este ano com o
nome, Viver Pode Não Ser Tão Ruim - volume 2, 'Das Frasetas ao Contexto.'
Fabiano de Abreu é membro da Mensa, associação de pessoas mais
inteligentes do mundo com sede na Inglaterra conseguindo alcançar o maior QI
registrado com 99 de percentil o que equivale em numeral a um QI acima de 180.
Especialista em estudos da mente humana, é membro e sócio da CPAH – Centro
de Pesquisas e Análises Heráclito, com sede em Portugal e unidades no
Brasil e na Holanda.
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