Psicóloga
define todas as fases e explica como lidar com os sentimentos
O Isolamento Social está abalando o
psicológico de muita gente! O ser humano é um ser social que precisa de
contato, companhia e afeto. Para nós brasileiros que gostamos de abraçar,
beijar e tocar nas pessoas, isso se torna ainda mais difícil. Então, como lidar
com tudo isso? A psicóloga e hipnoterapeuta da Epopéia Desenvolvimento Humano, Sabrina Amaral, respondeu a
algumas destas questões nesta entrevista estilo ping pong.
Como você
descreveria o fenômeno do isolamento nas pessoas?
Eu diria que ele é muito similar ao que acontece no luto, que nada mais é do que um processo que ocorre imediatamente após a perda de algo ou alguém importante para nós. Isso vale para coisas, pessoas e até mesmo situações. Não se trata de um único sentimento, mas sim um conjunto de emoções que requer um tempo para ser elaborado.
Quanto tempo
leva para as pessoas se reequilibrarem?
Cada um de nós tem um ‘tempo emocional’, por isso, este processo jamais deve ser apressado, e, embora cada ser humano seja um indivíduo único; existem etapas comuns a todos no processo de elaboração. A negação, a raiva, a barganha, a depressão e, finalmente, a aceitação ou a conciliação.
Como funcionam
estas etapas?
NEGAÇÃO O choque é tão grande que ficamos entorpecidos com o que está acontecendo e se ignorarmos isso vai passar. Tipo aquela pessoa que fala que tudo isso é um grande exagero e não passa de uma gripezinha, sabe?
RAIVA Quando se tem um sentimento de revolta com tudo que está
acontecendo e se quer achar um culpado para a situação. Os ricos que trouxeram
o vírus para os pobres, o governo que não fez o que deveria, o seu vizinho que
continua andando na rua como se nada estivesse acontecendo.
BARGANHA É uma forma de buscar uma trégua temporária, um
equilíbrio... Você concorda em ficar em casa, ser uma boa pessoa, ajudar os
vizinhos, tudo isso para ser recompensado por um bom comportamento. Neste
estágio, virão pensamentos do tipo “vou acordar e perceber que tudo isso foi um
pesadelo”, ou ainda, os pensamentos do “e se tivesse...”.
DEPRESSÃO Neste momento não temos alternativa senão olhar para o
presente. Nos ressentimos, choramos e isso nos afeta de forma tão profunda como
jamais imaginaríamos. É angustiante, pois parece que nunca vai passar. Bate um
desânimo muito grande e nos questionamos se vale a pena continuar com tudo.
ACEITAÇÃO Ainda não passou, mas vemos uma luz no fim do túnel e que
tudo há de ficar bem. Aceitamos a realidade e começamos gradativamente a reagir
e buscar alternativas para recuperar nosso equilíbrio emocional e estabilidade.
Qual a melhor
maneira de lidar com os sentimentos?
O psicólogo Carl Jung diria que, parafraseando-o: “não há despertar da consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando ao limite do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Mas, ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim ao se conscientizar da escuridão". Levando para o cenário que vivemos, isso ocorre ao nos conscientizarmos da perda e da necessidade de reestruturar a vida a partir de um novo contexto, que é a aceitação das limitações deste momento.
Numa sociedade hedonista como a
nossa, é quase um pecado se permitir sentir a tristeza, a melancolia e a dor. A
pressão social pela ditadura da felicidade pode inibir o contato com os
sentimentos, esta é uma etapa importante!
Como isso
funciona na prática?
Após a perda, a melhor forma de lidar com os sentimentos é criar uma rotina diferente. O ser humano se sente mais seguro quando tem uma estrutura que dá a ele uma sensação de controle e segurança. Nesta rotina falamos de autocuidado, atividades físicas, estar com seus entes queridos (ainda que virtualmente), mas especialmente de trabalho. Ao se sentir produtiva, a pessoa não se rende ao desânimo e à paralisia, minimizando os impactos.
Mas, cuidado para não se enganar, há
pessoas que se entregam de forma tão profunda a esta rotina que desequilibram
outras áreas importantes. Então, se esconder atrás do trabalho e fingir que
nada está acontecendo, não te ajuda a se equilibrar novamente.
Qual é o momento
de buscar ajuda de um psicólogo?
Toda essa mudança está virando o mundo das pessoas de cabeça pra baixo, isso não é fácil. O medo e a tristeza são naturais neste momento, o perigo é se este estágio se prolonga mais do que deveria ou ainda agrava algum quadro anterior de depressão, pânico e ansiedade. Neste momento é bom buscar ajuda profissional para evitar o agravamento dos sintomas e o sofrimento tanto do indivíduo quanto das pessoas que estão no seu entorno.
Às vezes, poucas sessões são o suficiente
para elaborar sentimentos que você usualmente não consegue partilhar com os
outro ou trazer sentimentos que você nem sabia que estavam lá. Eu costumo dizer
que é difícil ler o rótulo de uma garrafa estando do lado de dentro dela.
Precisa de alguém de fora para te tirar desse turbilhão de sentimentos e
emoções que te consomem dia a dia. Para mais informações ou atendimento online
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Sabrina
Amaral - Idealizadora da Epopéia
Desenvolvimento Humano, a psicóloga e hipnoterapeura Sabrina
Amaral é graduada em psicologia e pós-graduada em gestão
estratégica de pessoas, especializada em hipnose clínica avançada, pela Omni
Hypnosis Training Center, hipnose para tratamento de dor crônica pelo
HypnoPain, e tem ainda formação em Transe Conversacional – ACT (Elizabeth
Erickson), entre outras capacitações que a tornam uma referência no assunto na
Região Metropolitana de Campinas, onde também é embaixadora e mentora da Rede
Mulher Empreendedora. Da sua crença na transformação do ser humano, após uma
vivência de duas décadas na gestão de processos de RH, nasceu a Epopéia
Desenvolvimento Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de
melhor com o intuito de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.
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