A
tragédia chegou ao Brasil. A epidemia cresce exponencialmente e nem sabemos sua
dimensão pois certamente existe subnotificação. A autoridade que ainda
subestima o problema precisa se atualizar e já, pois está desestimulando o
isolamento domiciliar e as medidas radicais de proteção, a esta altura
indispensáveis. Infelizmente, a Itália se deu conta muito tarde.
O
grande problema é, e será cada vez mais, o grau de contaminação dos hospitais.
Na China, mais de 50% da intensidade da epidemia foi atribuída à contaminação
hospitalar, deles sendo ainda mais expurgado o vírus para a comunidade. O
Governo chinês omitiu informações durante dois meses e, quando se deu conta os
hospitais já estavam todos contaminados. Seguiu-se a catástrofe. Porque será
que eles construíram mega hospitais de campanha tão rápidos? Para limpar os
hospitais habituais! Se não fizermos precocemente isso por aqui enfrentaremos
uma epidemia com proporções piores que na Itália. Faltam Equipamentos de
Proteção Individual adequados na maioria dos Hospitais. No momento que os
hospitais lotarem e a maioria dos profissionais se contaminar, a situação será
lamentável. E a comunidade sofrerá grandes consequências.
Em São
Paulo, providências iniciais neste sentido estão sendo tomadas. Esperemos que
sejam rápidas e eficazes. Pacientes com gravidade moderada serão encaminhados
para estes hospitais de campanha, assistidos em tendas montadas em grandes
estádios, com boa ventilação. Nosso Governo Estadual, que já tem feito o que
pode, precisa agir mais rápido ainda. Colocar doentes moderados em hospitais de
campanha, por exemplo estádios de futebol, com possibilidade do uso de
ventilação mecânica, e reservar as internações estritamente em hospitais de
referência destinados exclusivamente para este fim. Também, precisamos muito
mais testes para diferenciar todos os casos mais graves suspeitos, e melhorar
muito a proteção dos profissionais da saúde.
A
Itália usou hospitais de campanha tardiamente e nós precisamos aprender com
urgência esta amarga lição, para não seguirmos um caminho ainda pior. Decisões
radicais devem ser baseadas em dados que nos últimos dias nos assustam. Nesta
situação, decisões políticas são urgentes, fundamentais e salvadoras!
Resumo:
quarentena domiciliar rígida, hospitais de campanha, e proteção máxima para
profissionais da saúde.
Luiz
Carlos Corrêa da Silva / Luciano M. Corrêa da Silva - Médicos Pneumologistas.
Fumo Zero AMRIGS. Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina
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