Com mais de 21 milhões de fumantes no Brasil, o
tabagismo é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão de
acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Apesar de muitas pesquisas
levantarem os maleficios causados pelos cigarros tradicionais, as alternativas
como os cigarros light, eletrônico ou narguiles também poddem ser prejudiciais
à saúde.
Cigarro light
Cientistas da Ohio State University, nos
Estados Unidos, apontaram que o cigarro do tipo light pode ser a razão do
aumento de um câncer chamado adenocarcinoma pulmonar, muito comum entre
fumantes, bastante agressivo e de difícil remoção cirúrgica. Durante o estudo,
os pesquisadores perceberam que o consumo excessivo desses cigarros pode estar
diretamente ligado ao aumento dos casos nos últimos 50 anos.
Isso porque os cigarros do tipo light foram
desenvolvidos com filtros minúsculos. Os furos de ventilação do filtro permitem
que os fumantes inalem mais fumaça, responsável por aumentar os níveis de
produtos químicos e outras toxinas no organismo. Considerada uma opção menos
agressiva que os demais cigarros comercializados no mercado, hoje essa ideia já
é contestada por toda a comunidade médica.
Segundo a oncologista Dra. Mariana Laloni, do
Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade paulista do Grupo Oncoclínicas,
existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas
células e de não pequenas células. "O carcinoma de não pequenas células
corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide,
adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no
mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes", comenta.
Cigarro eletrônico
Um estudo publicado esta semana na revista
científica Thorax, realizado pela Universidade de Birmingham, revelou
que o vapor inalado através do cigarro eletrônico pode debilitar as células que
protegem os tecidos pulmonares. Os macrófagos alveolares – importantes células
que promovem o controle de elementos estranhos no corpo – que foram expostos ao
vapor apresentaram danos maiores em relação à exposição apenas ao líquido do
dispositivo.
Essa não foi a primeira pesquisa que evidenciou os
perigos do cigarro eletrônico. Outro estudo elaborado por pesquisadores da
faculdade de medicina da Universidade de Nova York relacionou o uso do o
cigarro eletrônico ao aumento do risco de câncer e doenças cardíacas.
A Dra. Mariana Laloni conta que, apesar de conter
menos substâncias cancerígenas que os cigarros convencionais, o cigarro
eletrônico, principalmente após o uso prolongado, ainda apresenta riscos e não
deve ser considerado uma opção segura.
Narguilé
O Narguilé é um cachimbo que traz um fumo feito de
tabaco, melaço e frutas ou aromatizantes. Por conter água e um mecanismo de
filtragem, difundiu-se a ideia de que o seu consumo pode ser menos prejudicial
à saúde, mas na realidade, ele pode ser tão ruim quanto os cigarros
tradicionais.
De acordo com uma estimativa da Organização Mundial
da Saúde (OMS), uma sessão de narguilé, que dura em média de 20 a 80 minutos,
equivale a fumar cerca de cem cigarros.
A oncologista ainda afirma que as outras formas de
consumo de tabaco (como narguilé, charuto, cachimbo e cigarros eletrônicos) são
responsáveis por ampliarem em cerca de 20 vezes o risco de surgimento do câncer
de pulmão e de quatro a dez vezes mais chances de desenvolver ao menos 13
outros tipos de câncer: de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas,
fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de
leucemia.
Grupo Oncoclínicas
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