No mundo estima-se
que, a cada 100 mil habitantes, 33 sofram com a enfermidade; no Brasil são 35
mil pessoas
O Dia Mundial da Esclerose Múltipla,
lembrado neste ano em 29 de maio, surgiu para conscientizar a população sobre a
doença. A esclerose múltipla é uma doença inflamatória, degenerativa e
silenciosa que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal)
causando danos na fala, equilíbrio, visão, coordenação. Outra característica
é sua autoimunidade, ou seja, o sistema imunológico ataca o próprio corpo,
neste caso, os neurônios.
No mundo estima-se que, a cada 100 mil
habitantes, 33 sofram com a enfermidade. No Brasil, o cálculo do ministério é
que em torno de 35 mil pessoas convivam com a esclerose múltipla. A doença pode
acometer pessoas de todas as idades e sexos, mas, na maioria das vezes, os
primeiros sintomas se manifestam em mulheres e em indivíduos de 18 a 45 anos.
A esclerose múltipla não é uma doença
hereditária. As causas ainda são desconhecidas, mas estudos apontam relações
com genes de suscetibilidade, problemas hormonais e infecções com o vírus Epstein-Baar, responsável
pela mononucleose, mais conhecida como Doença do Beijo.
De acordo com a coordenadora do
Instituto de Neurologia do Hospital Santa Paula, Renata Simm, os sintomas são
variados, podem acontecer a qualquer momento e duram, em média, cerca de uma
semana.
O diagnóstico é clínico, baseado no
relato do paciente e em exames, como a ressonância magnética do cérebro e o
exame do líquido da medula espinhal. Eles são importantes para a confirmação da
esclerose e também para afastar a suspeita de outras doenças. Entre os
principais sintomas estão:
- Perda da visão, visão dupla ou
embaçada.
- Alterações no controle da urina.
- Fraqueza em partes do corpo.
- Formigamento das pernas ou de um
lado do corpo.
- Desequilíbrio.
- Falta de coordenação motora.
- Fadiga desproporcional à atividade
realizada.
A esclerose múltipla ainda não tem
cura, mas existem meios de diminuir a progressão da doença. Os tratamentos
atuais buscam controlar a frequência dos surtos, reduzir a progressão da
incapacidade física causada pela doença e evitar o surgimento de novas lesões
no cérebro e/ou na medula espinhal. Os corticosteroides são drogas
utilizadas para tratamento dos surtos e os imunomoduladores, imunossupressores
e imunobiológicos (anticorpos monoclonais) servem para tratar a doença.
A descoberta da esclerose múltipla
pode afetar de forma significativa a autoestima do paciente. Para
enfrentar o problema, o ideal é buscar ter hábitos de vida mais saudáveis,
auxílio médico e amparo emocional. Renata explica que é possível manter
uma vida ativa por meio de atividades físicas e experiências sociais
agradáveis. “Com o tratamento adequado e com a adoção de um estilo de vida mais
leve, as pessoas podem lidar melhor com a doença.”
Veja algumas recomendações da
neurologista para os pacientes:
- Tenha acompanhamento médico regular
e tome a medicação corretamente.
- Mantenha um estilo de vida saudável,
com boa alimentação, repouso e prática de atividades físicas.
- Interrompa o tabagismo.
- Evite temperaturas extremas, pois
elas podem piorar os sintomas preexistentes e até induzir novos surtos.
- Faça fisioterapia quando os
movimentos forem comprometidos.
- Em surtos agudos, fique em repouso.
Hospital Santa Paula
Av. Santo Amaro, nº 2468 - Vila
Olímpia - (11) 3040-8000
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