O Brasil tem 20 milhões de fumantes, segundo o Ministério da
Saúde, e 428 pessoas morrem por dia no país por
doenças provocadas pelo cigarro, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(Inca). A dependência do fumo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo,
alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS) e já não é novidade entre a
população sua relação com o desenvolvimento de câncer e problemas cardíacos e
respiratórios. O que nem todos sabem é que o fumo também provoca e agrava
doenças renais.
“O tabagismo está entre as principais causas dos cânceres de rim e
de bexiga, aumenta a probabilidade de formação de cálculos renais e pode também
causar incontinência urinária”, diz o médico nefrologista Bruno P. Biluca, da
Fenix Alphaville.
A fumaça do cigarro leva ao organismo, em apenas uma tragada, mais
de 4,7 mil substâncias tóxicas. Essas toxinas, explica o especialista, se
acumulam nos rins, que não conseguem filtrar adequadamente todas essas
substâncias. “Os rins ficam sobrecarregados e a exposição a essa alta
concentração de agentes nocivos pode provocar uma série de doenças”, afirma. O
Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, alerta para os danos à saúde causados pelo
cigarro e, segundo o nefrologista, é uma oportunidade para as pessoas se
informarem e refletirem sobre seus hábitos.
Entre as substâncias presentes no cigarro está o alcatrão, um
composto que tem mais de 40 elementos comprovadamente cancerígenos, de acordo
com o Inca. Estudos mostram que os fumantes têm risco de duas a três vezes
maior de ter câncer de rim e de bexiga em relação aos não fumantes. “O fumo
está entre os principais fatores que levam ao desenvolvimento desses tipos de
tumores e muitos casos poderiam ser evitados”, alerta o médico. Dados do
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) mostram que o cigarro é
responsável por 65% dos casos de câncer de bexiga em homens e 25% nas mulheres.
O tabaco provoca ainda a formação de placas nas artérias,
reduzindo o fluxo de sangue em circulação e contribuindo para o surgimento dos
problemas de pressão. A hipertensão, lembra Biluca, é reconhecidamente um dos
principais fatores de risco para a doença renal crônica.
Segundo o nefrologista, pesquisas realizadas na última década têm
mostrado uma ligação ainda mais direta entre o hábito de fumar e os problemas
nos rins. “Estudos científicos apontam que o fumo não só aumenta as chances de
comprometimento das funções renais como também pode acelerar a sua progressão
nas pessoas que já têm a doença renal crônica, especialmente se forem
hipertensas ou diabéticas. Essa relação entre o fumo e o agravamento das lesões
nos rins é relativamente recente, mas já há uma série de evidências da evolução
mais acelerada da insuficiência renal em fumantes”, afirma o médico.
Outros efeitos do tabaco no sistema urinário são a maior
probabilidade de formação dos cálculos renais, as populares pedras nos rins, e
a perda involuntária da urina pela uretra.
Isso ocorre, de acordo com Biluca, porque as substâncias que compõem o cigarro
provocam a irritação das paredes da bexiga, alterando o funcionamento do
músculo responsável pelos movimentos de contração, para expulsão da urina, e de
relaxamento, que permite que se encha novamente. A superestimulação do músculo
pode levar ao aumento da frequência urinária e até à incontinência.
SAIBA MAIS
O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado anualmente em
31 de maio, foi criado em 1987 pelos estados membros da Organização Mundial de
Saúde (OMS) com objetivo de atrair a atenção do mundo para a epidemia do
tabagismo e para as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao fumo. Entre as
mais de 4,7 mil substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro
estão o monóxido de carbono, metais pesados,
elementos radioativos, agrotóxicos e venenos. Uma das principais, a nicotina, é
descrita pela OMS como uma droga psicoativa com alto poder de gerar dependência
e sua ação sobre o sistema nervoso central é comparada à da cocaína e heroína.
O tabaco, de acordo com a organização, provoca mais de 50 doenças diferentes e
é comprovadamente uma das principais causas de diversos tipos de câncer, entre
eles os de bexiga e rim.
O funcionamento normal dos rins é vital. São eles os maiores
responsáveis pelo equilíbrio da química interna e de líquidos e sais do corpo,
com um sistema de filtração que elimina as toxinas do sangue. Também atuam na
formação do sangue, dos ossos e na regulação da pressão sanguínea. Os cuidados
gerais com a saúde e manter hábitos saudáveis,
como alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e uma boa
hidratação, ajudam a proteger os rins. Doenças como hipertensão arterial,
diabetes, obesidade e o tabagismo são fatores que podem comprometer a função
renal. Quando os rins já não funcionam corretamente, pode ser necessário fazer
diálise. Na maioria das vezes, o tratamento deve ser feito para o resto da vida
se não houver possibilidade de transplante renal.
Fenix Alphaville
Edifício Medic Life, na Avenida
Copacabana, 112, 1º andar, em Alphaville, Barueri-SP.
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