Patologistas brasileiros e do
exterior se reuniram no 32º Congresso Brasileiro de Patologia para falar do
diagnóstico, tratamento e manejo dos pacientes
No mês em que
se comemora o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher (28 de maio),
médicos especialistas em Patologia e de outras especialidades, do Brasil e do
mundo, estiveram juntos para debater o diagnóstico e o tratamento do câncer de
mama, no 32º Congresso Brasileiro de Patologia. Realizado pela Sociedade
Brasileira de Patologia (SBP) de 2 a 5 de maio, em Fortaleza (CE), o evento
teve uma questão recorrente: o futuro do tratamento é a personalização?
O Dr. Clovis Klock, presidente da SBP, explica que há vários tipos moleculares de câncer de mama e a sua identificação, feita pelo médico patologista, é essencial para a personalização e definição do tratamento específico para cada paciente. Para a determinação do tipo molecular, são utilizados marcadores imuno-histoquímicos e outros testes moleculares, quando indicados e disponíveis:
“O câncer de mama foi o primeiro que teve esse tipo de personalização do tratamento. Além disso, a definição do tipo molecular de câncer de mama auxilia na determinação da evolução da doença. No Brasil, temos centros de excelência nas redes pública e privada de saúde, que oferecem tratamentos iguais àqueles que existem nos Estados Unidos e na Europa”, complementa Klock.
Para o Dr. Alejandro Contreras, médico patologista da Universidade do Texas - MD Anderson Cancer Center (EUA), a personalização também já acontece até na comunicação com cada paciente: “Devemos abordar diferentemente cada paciente, ressaltando as informações mais relevantes para cada tipo de caso, individualmente”.
Contudo, segundo o Dr. Ian Ellis, médico patologista da Universidade de Nottingham, ex-presidente da Sociedade de Patologia da Grã-Bretanha e Irlanda, ainda é necessário subir alguns degraus neste sentido, como por exemplo, para maior individualização da quimioterapia, considerando o tipo de câncer e a chance de resposta ao tratamento: “Nós precisamos de melhores métodos para predizer o prognóstico e a resposta terapêutica de cada paciente e ainda precisamos ampliar o nosso entendimento acerca destas questões”.
O Dr. Clovis Klock, presidente da SBP, explica que há vários tipos moleculares de câncer de mama e a sua identificação, feita pelo médico patologista, é essencial para a personalização e definição do tratamento específico para cada paciente. Para a determinação do tipo molecular, são utilizados marcadores imuno-histoquímicos e outros testes moleculares, quando indicados e disponíveis:
“O câncer de mama foi o primeiro que teve esse tipo de personalização do tratamento. Além disso, a definição do tipo molecular de câncer de mama auxilia na determinação da evolução da doença. No Brasil, temos centros de excelência nas redes pública e privada de saúde, que oferecem tratamentos iguais àqueles que existem nos Estados Unidos e na Europa”, complementa Klock.
Para o Dr. Alejandro Contreras, médico patologista da Universidade do Texas - MD Anderson Cancer Center (EUA), a personalização também já acontece até na comunicação com cada paciente: “Devemos abordar diferentemente cada paciente, ressaltando as informações mais relevantes para cada tipo de caso, individualmente”.
Contudo, segundo o Dr. Ian Ellis, médico patologista da Universidade de Nottingham, ex-presidente da Sociedade de Patologia da Grã-Bretanha e Irlanda, ainda é necessário subir alguns degraus neste sentido, como por exemplo, para maior individualização da quimioterapia, considerando o tipo de câncer e a chance de resposta ao tratamento: “Nós precisamos de melhores métodos para predizer o prognóstico e a resposta terapêutica de cada paciente e ainda precisamos ampliar o nosso entendimento acerca destas questões”.
Atuação da SBP
O câncer de mama é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo o tipo mais comum entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma, embora população masculina também seja atingida. No Brasil, são esperados quase 60 mil novos diagnósticos anualmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E apesar de haver hospitais de referência na rede pública, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem diversos desafios a enfrentar.
A Sociedade Brasileira de Patologia tem contribuído com o avanço no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. No primeiro semestre de 2019, juntamente com o Instituto Oncoguia, teve atuação decisiva em uma conquista para o enfrentamento da enfermidade: conseguiu que o Ministério da Saúde emitisse o Ofício n° 322/2019, que poderá trazer maior agilidade para o início do tratamento específico contra o câncer de mama HER2-positivo.
“Em vários países, nos casos de câncer de mama em que o exame de imuno-histoquímica é positivo em três cruzes, não há indicação de confirmação pelo exame de hibridização in situ (FISH). A alteração da Diretriz Diagnóstica e Terapêutica do Câncer de Mama facilitará o acesso de pacientes à terapia anti-HER2”, ressalta Klock.
A não exigência do exame de hibridização in situ para os casos HER2-positivos em três cruzes na imuno-histoquímica, explica a Drª Marina De Brot, patologista e secretária geral da SBP, contribuirá para que as pacientes recebam o tratamento adjuvante anti-HER2 em até 60 dias após a cirurgia, conforme prevê as diretrizes do próprio SUS, prazo necessário para a máxima eficácia terapêutica: “Após este período, há redução da eficiência da terapia. A exigência do FISH para este grupo de pacientes é uma etapa a mais que prolonga desnecessariamente o começo do tratamento, dificultando e algumas vezes privando as pacientes da terapia anti-HER2”.
Clube da Mama da SBP
Pela importância do diagnóstico e do tratamento do câncer de mama no país, a SBP também reativou o Clube da Mama, que teve seu segundo encontro durante o 32º Congresso Brasileiro de Patologia. O evento reuniu patologistas do Brasil e do mundo para discutir e disseminar informações sobre o diagnóstico e o tratamento dessa enfermidade.
A Drª Marina De Brot, que também é patologista do A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo (SP), foi uma das coordenadoras do encontro, juntamente com a professora Helenice Gobbi, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), e explica que, após ser reativado, o Clube da Mama reúne um grupo de mais de 400 membros na rede social Telegram.
“Seja durante reuniões presenciais ou por meio de atividades online, patologistas participantes do Clube discutem sobre os desafios no diagnóstico de casos difíceis ou raros, compartilham experiências e trocam referências bibliográficas. Além disso, a SBP está sempre promovendo cursos, tutoriais e palestras para o aprimoramento de seus associados, tanto na patologia mamária como em outras áreas”, relata Marina.
“A maior parte dos tratamentos no Brasil acontece no SUS. Por isso, nos preocupamos com o acesso dos pacientes a um diagnóstico e tratamento de qualidade. Neste contexto, é importante a melhoria e reajuste nos valores pagos pelo Ministério da Saúde na tabela de exames anatomopatológicos, citopatológicos e imuno-histoquímicos, bem com a inclusão de novos exames, como testes moleculares. Assim, teremos um melhor atendimento, com amplitude e rapidez nos exames e no início do tratamento”, conclui o presidente da SBP.
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