A
flexibilização do comércio de gás natural, que permitirá o acesso à
matéria-prima por preço competitivo, é apontada como janela para o
desenvolvimento da indústria nacional, conforme os especialistas que
participaram do V Seminário Dia da Indústria, realizado nesta
sexta-feira (24/5), em Santo André, sob a organização do Comitê de Fomento
Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC). O encontro recebeu profissionais de
indústrias, instituições públicas, associações de classe, universidades e
consultorias para debater perspectivas de desenvolvimento para o setor.
No abertura, Luís Pazin, presidente do COFIP ABC e diretor industrial
das Unidades de Químicos da Braskem no Sudeste, falou sobre os objetivos de
gestão à frente do Comitê e destacou os esforços para estreitar o
relacionamento do complexo industrial com a comunidade do entorno, representada
no seminário por integrantes do Conselho Comunitário Consultivo (CCC).
“Queremos atuar de forma harmônica com todos os públicos para promover a
perenidade do Polo Petroquímico”, declarou.
O peso da indústria química para a região foi avaliado pelo deputado
federal Alex Manente, presidente da Frente Parlamentar da Química (FPQuímica),
que ressaltou a necessidade do relacionamento da sociedade civil organizada com
o poder público para o avanço deste setor. “Nós temos uma grande empreitada na
luta pelo destravamento da utilização do gás natural”, pontuou o parlamentar do
Cidadania.
Em seguida, José Paulo de Lavra, secretário de Segurança de Mauá,
elogiou a sinergia estabelecida entre o COFIP ABC e a Prefeitura, além de
reforçar que a cidade está de portas abertas para as iniciativas do Comitê. O
mesmo tom foi adotado por Evandro Banzato, secretário de Desenvolvimento
Econômico de Santo André, que falou sobre a importância de conexão entre o
poder público e a iniciativa privada.
Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associação Brasileira da
Indústria Química (Abiquim), analisou as perspectivas de desenvolvimento da
indústria a partir de estudos realizados pela entidade e compartilhou
expectativas, como privatização de refinarias, implementação de novo mercado de
gás, desburocratização e regulação de substâncias químicas. “O Brasil está
caminhando”, avaliou.
Um novo estudo sobre a indústria química no ABC foi divulgado por João
Luiz Zuñeda, sócio-fundador da MaxiQuim Assessoria de Mercado. O levantamento
demonstrou resiliência do Polo Petroquímico entre 2013 e 2018, fase de
instabilidade econômica no País, com o crescimento de 14% do faturamento anual
do Polo, que passou de R$ 8,5 bi para R$ 9,7 bi, e a preservação de 10 mil
postos de trabalho. Zuñeda destacou o grande potencial do gás natural para a
economia brasileira e para alavancar o setor. “A chave é disponibilizar o gás
natural no continente, no Estado de São Paulo, e isso já está sendo planejado
com a rota 4, que traria para o continente o gás natural vindo das plataformas
de exploração do Pré-sal”, disse.
CASE – Robson Casali, gerente de Desenvolvimento de
Negócios em Energia da Braskem, apresentou um projeto de inovação focado em
geração de energia, que tem implantação prevista até setembro de 2020 e prevê a
substituição de turbinas a vapor por motores elétricos no acionamento dos
equipamentos de produção na central petroquímica. “O projeto aumentará a
confiabilidade elétrica da planta”, apontou.
O seminário recebeu muitas lideranças, como Edson Sardano, secretário de
Segurança Cidadã de Santo André; Paulo César Rodrigues, secretário-adjunto de
Relações Institucionais de Mauá; Kelly Fernanda e Silva, comandante do 3º
Subgrupamento do Corpo de Bombeiros; Antonio Donizete da Silva,
chefe-comandante da Defesa Civil de Ribeirão Pires; Marcos de Cayres, coordenador
da Defesa Civil de São Bernardo; Edgar Brandão, secretário-executivo do
Consórcio Intermunicipal Grande ABC; e Arnaldo Santos Jr., diretor da Agência
de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC).
COFIP ABC – Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC
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