Apesar de
afastarem-se do trabalho menos que os homens por motivos de doença, a população
feminina sofre com problemas de saúde que podem se apresentar de maneira
crônica
O dia 28 de maio é marcado pelo Dia Internacional
de Luta pela Saúde da Mulher. De acordo com a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), dentre as principais doenças que mais atingem esse grupo
populacional estão câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no
colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade. Em paralelo, a GESTO,
health tech de corretagem de seguro saúde, baseada em ciência de dados, mapeou
uma base de aproximadamente 720 mil vidas formada por beneficiários atendidos
por planos de saúde empresariais e observou que o mais preocupante disso é que
os problemas estão correlacionados com os motivos crônicos que se apresentam
com mais frequência dentre elas.
No Brasil, a maior parte da saúde suplementar é
custeada pelas empresas por meio do plano de saúde. “Ou seja, temos dois
agentes co-responsáveis por cuidar do indivíduo: a própria pessoa, que deve
querer seu bem maior; e o gestor da companhia, que precisa controlar a
sinistralidade para manter a sustentabilidade do benefício”, explica a médica
encarregada pela Gestão de Pacientes da GESTO, Dra. Lais Fieschi Braun
Ferreira.
“Sabendo de maneira antecipada os principais
problemas que atingem a saúde das colaboradoras de uma determinada população
empresarial, temos um poderoso instrumento para melhor direcionar programas
específicos de promoção de saúde e prevenção de doenças com foco em reduzir a
incidência de casos crônicos, além de cuidar mais de perto e oferecer apoio
médico dedicado às patologias que se concretizarem”, detalha a médica. “Contar
com um atendimento focado tranquiliza o beneficiário. A empresa também se
beneficia na diminuição dos reajustes do seguro saúde, na redução de ausências
dos colaboradores e na melhora do desempenho do time.”
Segundo o estudo, que considerou 375 mil mulheres
na amostra, dislipidemia (elevação de colesterol e triglicerídeos), diabetes,
problemas reumáticos e oncológicos afetam as mulheres significativamente, assim
como questões ortopédicas e infecto-contagiosas. Esse cenário, que contribui
para elevar as taxas de internação no País e que se assemelha com os oficiais
da ANS, demanda certa atenção para elevar a qualidade de vida delas.
As questões reumatológicas são diversas e necessitam
de cuidados direcionados para cada doença. A fibromialgia, por exemplo, não tem
cura, mas pode ser aliviada com um trabalho multidisciplinar que envolve a
combinação de medicamento, terapia, exercícios, fisioterapia, terapia
cognitivo-comportamental e medicina alternativa como acupuntura, massoterapia
entre outras técnicas.
No geral, casos como diabetes e dislipidemia podem
ser controlados com mudança no estilo de vida investindo em uma alimentação
saudável, exercícios físicos regulares, perda de peso, além da medicação para
controle dos níveis de açúcar no sangue e da lipoproteína de baixa densidade
(LDL). O cuidado com essas doenças que podem se comportar como crônicas no
longo prazo evita o surgimento de problemas ainda mais graves como os coronários,
os cardiovasculares, a cegueira dentre outras conseqüências possíveis.
Já as pacientes oncológicas precisam de tratamentos
específicos para o tipo e grau do câncer detectado, que no caso feminino é mais
comum e frequente surgir nas mamas e no colo do útero. Para descobrir o
problema no início e aumentar as chances de cura dessa patologia, o ideal é que
as mulheres façam anualmente check-up ginecológico com mamografia e papanicolau
e outros exames indicados pelos médicos, além de fazer mensalmente o autoexame
de mama.
Apesar disso tudo, o mapeamento da health tech
também concluiu que, diferente do que a crença popular imagina, as mulheres,
excluindo os atestados médicos emitidos durante a gravidez, têm apenas 18% de
ausência ao trabalho por motivos de saúde, enquanto os homens apresentam uma
taxa de 59% dos documentos. Se incluirmos período da gestação, elas somam
apenas 41% do total emitido pela base de vidas. “O cuidado que as mulheres têm
com a saúde é maior. A responsabilidade histórica com filhos, casa e trabalho
pode ser uma explicação para que elas realizem seus check-ups regularmente,
diminuindo a incidência de afastamento das atividades”, finaliza Lais.
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