As
substâncias Rasagilina e Clozapina serão ofertadas para tratar a doença. Dados
indicam que 200 mil pessoas sofrem com o Parkinson no país
O
Ministério da Saúde atualizou o Protocolo de Tratamento para Parkinson. Entre
as novidades terapêuticas está a indicação dos medicamentos Rasagilina (1mg) e
Clozapina (25mg e 100 mg). A oferta dos fármacos tem como objetivo proporcionar
mais qualidade de vida aos pacientes com transtornos associados à doença, que
afetam 200 mil pessoas no país.
A Rasagilina foi incorporada em agosto
de 2017 e estará à disposição da população até o final de fevereiro nas
unidades de saúde do país. O medicamento promove a melhora da evolução clínica
dos pacientes que iniciaram o medicamento na fase inicial da doença. A
Clozapina já era oferecida no SUS para tratamento de transtorno bipolar e
esquizofrenia, e agora passa a ser ofertada também para controle de sintomas
psicóticos das pessoas com Parkinson.
O investimento do Ministério da Saúde
previsto para a disponibilização da rasagilina aos pacientes com doença de
Parkinson é de cerca de R$ 16 milhões, em 2018, e da clozapina de R$1,91 milhão
em 2018, o que resulta num total de R$ 17,91 milhões.
A oferta dos medicamentos, para o
tratamento da doença, foi aprovada na Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS (Conitec), atendendo pedido da Secretaria de Atenção à Saúde
do Ministério da Saúde. A portaria que renovou o protocolo sobre Parkinson foi
publicada no Diário Oficial da União do dia 9 de novembro.
A doença de Parkinson é
neurodegenerativa, e, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),
acomete 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos. No Brasil,
estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com o problema. Além dos
problemas motores mais conhecidos, várias manifestações não motoras podem surgir
à medida que a doença progride, inclusive os sintomas psicóticos.
Os sintomas motores mais comuns são:
tremor, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão na resposta) e alterações
posturais. Entretanto, manifestações não motoras também podem ocorrer, como:
comprometimento da memória, depressão, alterações do sono e distúrbios do
sistema nervoso autônomo. A evolução dos sintomas é usualmente lenta, e
variável em cada caso.
TRATAMENTO – O Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas sobre Parkinson foi
criado em 2002, atualizado em 2010 e agora em 2017. O documento estabelece o
tratamento multidisciplinar e apresenta os diversos sinais e sintomas da
doença.
Para tratamento da doença de
Parkinson, o SUS oferece ainda os procedimentos de implante de eletrodo e
implante de gerador de pulsos, ambos para estimulação cerebral. Na lista de
materiais especiais, também constam o conjunto de eletrodo e extensão, além do
gerador para estimulação cerebral.
Atualmente, no Brasil há 27
estabelecimentos habilitados em Neurocirurgia Funcional Estereotáxica 105/008
(método minimamente invasivo de cirurgia cerebral) pelo Ministério da Saúde,
sendo dois habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em
Neurologia/Neurocirurgia e 25 habilitados como Centro de Referência de Alta
Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.
O SUS já ofertava acesso a sete
medicamentos para tratamento da doença: Pramipexol; Amantadina; Bromocriptina;
Entacapona; Selegilina; Tolcapona e Triexifenidil. Ainda existem outros três
medicamentos (Levodopa+Carbidopa, Biperideno e Levodopa), que são ofertados por
meio do Programa Farmácia Popular. Esses medicamentos podem ser retirados com
até 90% de desconto.
Carolina Valadares
Agência Saúde
Ascom/MS
Ascom/MS
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