Por
trás de uma indústria que faturou 49 bilhões no ano passado existe uma certeza:
cedo ou tarde todo mundo acaba precisando do produto. Trata-se da indústria de
medicamentos, que viu um aumento de 42% nas vendas de remédios em farmácias nos
últimos quatro anos, segundo levantamento da Interfarma/QuintilesIMS. Embora
seja um item comum na prateleira de quase todo mundo, é importante se atentar
ao fato de que remédio é coisa séria. E deve ser tratado como tal. Por isso é
importante conhecer mais sobre os diversos tipos de remédios, como tomar, onde
guardar, entre outras coisas. E quem responde essas dúvidas é a farmacêutica da
Rede Compre Certo, Mirna Alves Silva Pires.
Para
começar, a principal dúvida: o genérico tem realmente a mesma eficácia do
remédio de marca? "É importante salientar que não existe diferença entre
um e outro. O medicamento genérico tem a mesma eficácia terapêutica do
medicamento de referência. Ele é submetido a testes de bioequivalência e
biodisponibilidade justamente para verificar essa questão", explica a
especialista. O que acontece é que os genéricos geralmente são produzidos após
a quebra da patente ou de outros direitos de exclusividade. Após aprovação da
comercialização – que é feita pela ANVISA – o medicamento fica à disposição do
consumidor, geralmente a um custo menor.
Já
o remédio similar, como o nome indica, tem algumas diferenças. Entre as
diferenças entre um e outro estão as características relativas ao tamanho e
forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e
veículo (substâncias que completam a massa ou volume do medicamento).
"Desde 2003, os similares precisam apresentar testes de biodisponibilidade
e equivalência farmacêutica para comprovar que o medicamento possui o mesmo
comportamento no organismo e as mesmas características de qualidade do de
referência", explica Pires.
Medicamentos
de referência, por sua vez, são remédios que possuem eficácia terapêutica,
segurança e qualidade comprovadas cientificamente. Eles só são lançados no
mercado após anos de pesquisa e desenvolvimento para comprovar a eficácia e
segurança no tratamento das doenças indicadas.
E
quanto aos homeopáticos e fitoterápicos? Dá para confiar? A filosofia da
homeopatia é utilizar, em pequenas quantidades, substâncias que causam sintomas
parecidos com os que paciente apresenta para que o corpo potencialize a
capacidade curativa e seja capaz de combater a doença. Já a fitoterapia utiliza
plantas para tratar os problemas. "Mas vale lembrar que os homeopatas não
descartam o uso de medicamentos alopáticos. Pelo contrário, eles encorajam que
o uso da homeopatia seja complementar ao tratamento tradicional", explica
a farmacêutica.
Quanto
à forma de administração, os remédios que se apresentam na forma líquida, como
xaropes, gotas, suspensão, comprimidos efervescentes ou em pó possuem efeito
mais rápido no organismo.
Já os comprimidos não podem ser partidos e devem ser
tomados com um copo de água. "Quando são partidos podem perder o revestimento
protetor, comprometendo sua ação terapêutica, principalmente, se os princípios
ativos forem sensíveis ao ácido do estômago", explica. As cápsulas não
devem ser abertas, com exceção daquelas que contém indicação para isso. Quanto
ao armazenamento, o ideal é manter os remédios em ambiente seco, longe do
calor, umidade, sem exposição solar, e guardados na própria embalagem. E,
claro, deixá-los sempre longe do alcance das crianças e animais.
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