Câncer de mama: risco é maior em mulheres que
fazem tratamento para engravidar
Muito empregada
em tratamentos de infertilidade, a estimulação ovariana pode aumentar as
chances de câncer de mama. Esse tipo de tratamento implica no uso de
medicamentos muito potentes para aumentar a quantidade dos hormônios ovarianos
(estrógeno e progesterona). Com base em fatos, estudo realizado na Suécia
comprovou que mulheres que estão em tratamento para engravidar podem ficar mais
vulneráveis ao câncer de mama no futuro – principalmente porque o tratamento
costuma aumentar a densidade mamária da paciente. De acordo com a coordenadora
da pesquisa, Frida Lundberg, muitas pacientes que se submeteram a tratamentos
de fertilização ainda estão abaixo da idade em que geralmente o câncer de mama
é diagnosticado. Isso motivou a investigação que, pela primeira vez,
estabeleceu uma correlação entre tratamentos de infertilidade e densidade
mamária.
Mulheres com
histórico de infertilidade têm um volume maior de densidade mamária em relação
às pacientes férteis, principalmente aquelas que se submeteram à estimulação
ovariana. “O problema das mamas densas é que, durante a mamografia – que é um
exame comprovadamente eficaz na detecção precoce do câncer de mama – nem sempre
os resultados são conclusivos. A composição mamária está relacionada
às quantidades relativas de tecido adiposo (‘escuro’ na mamografia) e fibroglandular
(‘branco’ na mamografia). Mas nem sempre as imagens são claras o suficiente
para não deixar dúvidas. Isto porque os tumores
também são densos (‘brancos’), dificultando a diferenciação entre os tecidos”,
diz Yoon Chang, coordenador do Departamento de Mama do CDB Medicina
Diagnóstica, em São Paulo.
De acordo com o
radiologista, os fatores mais frequentemente relacionados à densidade mamária
são: idade, índice de massa corporal (IMC), paridade (quantidade de filhos
nascidos) e tempo de uso de terapia de reposição hormonal (TRH). O fator
nuliparidade (nunca ter tido filhos) também é citado em alguns estudos. “Mulheres com mamas
densas têm até cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama em
relação àquelas com baixa densidade mamária. Daí a importância de seguir à
risca o calendário de mamografia anual. Além disso, é fundamental acrescentar
informações sobre a densidade mamária no resultado do exame, melhorando o
modelo de prevenção à doença”.
Chang cita a
ultrassonografia de mamas como um excelente complemento à mamografia. “Estudos
demonstram que a acurácia diagnóstica da combinação entre mamografia e
ultrassonografia pode ser superior a 90%. A ultrassonografia também é
fundamental nos casos em que a mamografia se mostra inconclusiva devido à
presença de um nódulo. Como todo nódulo pode ter natureza cística, sólida ou
ser uma combinação dos dois, esse tipo de informação somente é obtido através
da ultrassonografia. Vale lembrar que, devido às particularidades do tecido
mamário, a mamografia deve ser realizada sempre antes da ultrassonografia, a
fim de se verificar os reais ganhos em termos de diagnóstico”.
Fontes:
Dr. Yoon Chang - coordenador do Departamento de Mama do CDB
Medicina Diagnóstica, em São Paulo – www.cdb.com.br
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