Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
a terceira causa de morte entre adolescentes, o suicídio de jovens entre 12 a
18 anos é uma realidade em crescimento no Brasil. Neste cenário, as redes
sociais assumem cada vez mais protagonismo e acabam influenciando diretamente o
adolescente a tomar atitudes extremas, de acordo com a psicóloga do Complexo
Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro.
Os mais diversos tipos de conteúdo, hoje
disponíveis na Internet, também impulsionam o comportamento. "Os jovens
têm acesso muito maior à Internet e usam como um meio de comunicação. Se antes
havia o bullying na escola e a pressão social, hoje você tem tudo isso dentro
das redes sociais, que muitas vezes os pais não conseguem identificar",
argumenta a especialista.
Plataformas virtuais são ainda espaço para
atividades de risco, como jogos que induzem ao suicídio. Marina Arnoni Balieiro
salienta que essas atitudes estão relacionadas a uma tentativa de mostrar que é
possível ir além do seu limite.
Por isso, é importante que os pais fiquem atentos
aos sinais e não menosprezem qualquer tipo de manifestação do adolescente.
"O jovem já tem uma tendência natural a se isolar, então às vezes as
pessoas falam que isso é normal, coisa de adolescente. Mas não é. Muitas
situações podem estar acontecendo, perturbando seu filho de uma maneira forte e
não sabemos identificá-las", alerta a especialista.
Até mesmo as conversas descontraídas devem ser
observadas. Segundo a psicóloga, os indícios podem ser detectados até mesmo em
momentos mais tranquilos. "Quando um adolescente fala brincando que não aguenta
mais e deseja se matar, é preciso entender por que está se expressando assim.
Não é comum você falar que quer se matar", complementa.
Como forma de ajuda, Marina
Arnoni Balieiro esclarece que nem sempre a conversa consegue resolver e é
preciso procurar ajuda especializada. "A família tem que tentar conversar
e encontrar alternativas, mas às vezes é preciso encaminhar para a terapia, que
será um momento do adolescente encontrar um espaço e explicar o que está
sentido efetivamente", reforça a psicóloga.
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
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