A família é um sistema vivo em contínua
mudança e transformação. Os contextos mudam, os filhos crescem e os pais
amadurecem. Cada um deve fazer a sua parte como elemento participativo e
exercitar a flexibilidade e o reconhecimento.
É fundamental que exista um terreno de
amor, afetividade, cumplicidade, intimidade e respeito entre os membros da
família. Para isso, inicialmente, o comprometimento maior é dos adultos. Eles
têm um papel importante até no que diz respeito aos ensinamentos das
habilidades socioemocionais, ou seja, muito mais que a comunicação e o diálogo,
é preciso transmitir também emoções, sentimentos e energia.
Diante
disso, fica claro que ter um filho é uma grande responsabilidade. Ele chega com
um “cartão de existência” para os pais: “estou aqui. O que vocês me oferecem?”.
Começa então a missão de cuidar e educar. Essa relação inicial é o alicerce
para formar laços fortes e, consequentemente, criar uma família unida.
A construção da realidade é diária e
subjetiva. É importante se colocar no lugar do outro e ver a realidade com
os seus olhos. Inclusive, os primeiros anos de vida são essenciais para mostrar
aos filhos que eles são amados, protegidos e que podem contar com os pais. Isso
ajuda a reforçar a autoestima e autoconfiança da criança.
O efeito principal disso tudo é a criação
de bases emocionais sólidas, para que se tornem mais preparados e, assim,
enfrentem com segurança o mundo externo e acreditem que viver é sinônimo de
felicidade e não de sofrimento. E, mesmo que o relacionamento entre o casal não
perdure, as referências do pai e da mãe devem ser evidenciadas.
No entanto, não é só o
contato com os pais que merece atenção, pois é por meio das relações com os
avôs, tios e primos que a criança se reconhece como pertencente a uma
genealogia, a uma descendência e vive as primeiras experiências de relação
social. Os parentes não só ajudam na transmissão de valores e da identidade
familiar entre as gerações, como também atuam com uma ação de apreciação,
reconhecimento e valorização, sem carregar as expectativas que, muitas vezes, os
pais têm.
Portanto,
preocupar-se menos com o supérfluo e com os bens materiais, ter uma atenção
maior ao tempo dedicado ao convívio são fatores essenciais para o conhecimento
mais profundo um do outro. Geralmente, o filho quer a presença dos pais e
recebe um brinquedo; quer falar e ser ouvido, porém ligam a TV; precisa ser
acolhido e chora, mas é desqualificado em vez de ser atendido.
É
preciso cuidar da família como um ser vivo, que precisa de atenção, dedicação e
amor para sobreviver de forma saudável e não se perder na solidão emocional.
Cuidar das relações, do coração e do espírito, alimentar não só o corpo, mas a
mente e a alma dos filhos. No exemplo e na coerência dos adultos, os filhos se
espelham, constroem o caráter, a identidade e a relação com a vida.
É
compromisso dos pais permitir que os filhos se expressem em relação a eles: “Por
‘culpa’ dos meus pais, eu sou feliz”.
Eduardo
Shinyashiki - presidente do Instituto Eduardo Shinyashiki, mestre
em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das
competências de liderança organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de
experiência no Brasil e na Europa, é referência em ampliar o poder pessoal e a
autoliderança das pessoas, por meio de palestras, coaching, treinamentos e
livros, para que elas obtenham atuações brilhantes em suas vidas. www.edushin.com.br
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