2015 foi um ano difícil e com a chegada das férias escolares de fim de ano, muitas famílias pensam em viajar e aproveitar mais o tempo com as crianças, para assim relaxar. No entanto, seja qual for o programa, é preciso planejamento, pois, caso contrário, o que era para ser um período de diversão e descontração será um verdadeiro pesadelo financeiro.
Não adianta fazer o que não pode, com o dinheiro que não tem, pois assim, a alegria será momentânea e as dívidas se arrastarão por meses e, dependendo do tamanho, poderão fazer com que se fique inadimplente. É possível aproveitar o momento dentro do que o orçamento permite.
Para quem já se planejou e quitou a viagem, parabéns, você é educado financeiramente, pois o princípio é justamente analisar a situação financeira em que se encontra, sonhar – nesse caso, a viagem –, pesquisar as melhores opções com melhores preços e poupar, para, só então, realizá-lo.
Mas, infelizmente, esse não é o caso da maioria das famílias que decidem viajar no fim do ano. Então, vamos aos passos para que o objetivo possa ser alcançado da melhor maneira possível e sem frustrações futuras: a primeira coisa é saber exatamente qual é sua condição financeira, ou seja, saber se está endividado, equilibrado ou é um investidor. É importante que as crianças participem dessas conversas, pois elas compreendem muito mais do que pensamos e, quando todos estão a par da situação e focados no mesmo objetivo, fica tudo mais fácil.
A partir daí, poderá saber como agir e acordo com cada caso. Se estiver endividado, talvez seja melhor abortar a ideia, deixar a viagem para outro momento. Não é para deixarem de se divertir, afinal de contas, ninguém vive apenas para pagar contas, é preciso ter lazer. Só terá que fazer alguns ajustes; se estavam pensando em ir para outro estado, por exemplo, podem tentar ver alguma cidade mais perto que possam visitar ou então programas culturais na própria cidade em que vivem. Só não se diverte quem não quer.
Aos que estão equilibrados financeiramente, é importante muita cautela, pois significa que a pessoa não tem dívida, mas também não tem dinheiro guardado, então, qualquer passo não planejado pode fazer a situação mudar completamente. A recomendação é que façam desse período uma constante oportunidade para estarem juntos e felizes, por isso, pesquisem os destinos possíveis, com acomodações e programas compatíveis com o orçamento financeiro.
Quando vemos com antecedência, geralmente, pagamos mais barato e temos mais tempo para conseguir o dinheiro necessário. Se deixaram para a última hora, provavelmente, pagarão mais caro, ainda mais sendo alta temporada. Então, é preciso cuidado. Feito isso, é importante também já deixar claro as limitações de gastos que cada um poderá ter, para não se perderem nas contas, principalmente para as crianças.
Agora, se a família já é investidora, podem fazer uma viagem mais completa, talvez, com destino internacional, só é preciso ficar muito atento aos preços, câmbio de moeda, IOF, etc. Lembre-se: se a viagem não foi planejada, tem grandes chances de sair muito mais cara, então, não pode descuidar. De que vale ser investidor e correr o risco de voltar com dívidas que se arrastarão por quase todo o ano seguinte.
Seguem abaixo algumas orientações para quem quer fazer a viagem com sucesso:
1. Antes de reunir a família para conversar sobre o sonho da viagem de férias, é preciso saber em que situação financeira a família se encontra (endividada, equilibrada financeiramente ou poupadora);
2. Após definido o quanto pode investir para o sonho de férias, é necessário reunir a família para planejar e inclua as crianças;
3. Uma vez definidas as preferências de lugares, hora de pesquisar na internet e, depois, ir às lojas, buscando os melhores pacotes e vantagens. Lembre-se de consultar se tem milhas em seu cartão de crédito, isso pode ajudar a diminuir muito o custo das passagens;
4. Procure dar os passos de acordo com as condições. É preciso lembrar que muitas são as famílias que, por não planejar financeiramente, ao retornar, tiveram seus sonhos transformados em pesadelos por se endividarem e até chegarem à inadimplência;
5. Se for viajar dentro do país de carro, faça uma revisão do mesmo. Verifique documentação, seguro e somente dirija se estiver em boas condições físicas;
6. Chamo a atenção para pacotes econômicos com pagamento antecipados. O grande cuidado é pesquisar a operadora de viagem para saber de sua saúde financeira, consultar os órgãos de consumidores para atentar-se quanto a reclamações;
7. Caso vá viajar para fora do país, é fundamental que se adquira a moeda estrangeira daquele país; 80% em cartão pré-pago e 20% em dinheiro em espécie. Caso tenha vários familiares, faça com que todos tenham seus cartões com os limites já pré-estabelecidos e combine que este é o valor de sua cota. Oriente quanto dá para cada dia, assim, se for criança ou jovem, saberão de seus limites;
8. Levar no máximo dois cartões de créditos, com vencimentos próximos e posteriores a data da viagem. Lembre-se de informar a operadora de cartões para que saiba que estará fora do país durante o período;
9. Evite utilizar o cartão de crédito em caso de viagem fora do país, pois, quando chegar a fatura, haverá conversão da moeda e um custo de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Também se assegure de ter um seguro viagem;
10. Qualquer que seja a viagem, deverá levar uma reserva de 30% a 50% a mais. Lembro que imprevistos e surpresas como passeios de última hora, presentes, lembranças, etc. Caso tenha encomendas para trazer, procure sempre receber o dinheiro antes de quem encomendou.
Reinaldo Domingos - educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras
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