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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Por que dos 40 aos 60 anos a visão piora significativamente?




Especialista garante que não existe “botox para a visão”,
mas nem tudo está perdido

O processo de envelhecimento vem sendo cada vez mais desafiado pela ciência. Hoje em dia, quem tem 60 anos pode muito bem aparentar 40 – com ajuda de novas tecnologias empregadas pela indústria da beleza. Já com relação aos olhos a coisa não é tão simples assim. A visão, com o passar do tempo, sofre modificações resultantes do processo de envelhecimento e altera a forma com que a pessoa enxerga o mundo e se relaciona com tudo à sua volta.

“Nem todo mundo experimenta o mesmo nível de dificuldade para ver”, diz o oftalmologista Renato Neves – diretor do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. “Ao envelhecer, a pessoa normalmente precisa de mais luminosidade para ler e perceber objetos próximos. Mas um dos maiores incômodos mesmo é a dificuldade encontrada para fazer coisas que antes pareciam simples e fáceis. Ler a bula de um remédio, por exemplo, ou fazer a barba, ou ainda tirar a sobrancelha, são atividades que podem se transformar num pesadelo diário para quem tem mais de 40 anos. Afinal, não existe ‘botox’ que impeça o processo de envelhecimento dos olhos”.

É fato que, depois dos 40, os olhos encontram muito mais dificuldade para focar objetos próximos com a mesma habilidade de antes, na faixa dos 20 ou 30 anos. Até mesmo dirigir à noite se torna mais perigoso, já que a formação de halos e reflexos aumenta consideravelmente. Mas um dos problemas que mais preocupam os oftalmologistas é a redução na produção de lágrimas. “Isso é um problema que tem de ser controlado e observado de perto, principalmente em pacientes do sexo feminino na fase pós-menopausa. Afinal, se os olhos começam a ficar ressecados, a irritação ocular é uma constante – provocando um mal-estar frequente nas pacientes. Ter uma certa quantidade de lágrimas é essencial para manter os olhos saudáveis e a visão clara”, diz Neves.

Na opinião do oftalmologista, entre os 40 e os 60 anos de idade as pessoas têm de cuidar muito bem da visão, impedindo que as modificações que naturalmente ocorrem comprometam sua qualidade de vida, as relações familiares, ou ainda o desempenho profissional. “A presbiopia é um problema que costuma deixar o paciente muito aborrecido. Quando menos se espera, ele não consegue ler mensagens no celular, ver as horas ou checar o cardápio de um restaurante sem colocar os óculos para perto. Isso tudo porque o cristalino vai perdendo elasticidade com o passar dos anos até que, em determinado momento da meia-idade, o sistema de acomodação da visão de perto fica totalmente ineficiente”.

Neves diz que a cirurgia a laser ainda é um dos recursos mais indicados para quem tem presbiopia e quer pôr fim ao interminável tira-e-põe dos óculos. “Além do grau, a cirurgia personalizada a laser trata de pequenas aberrações da córnea de cada paciente, com resultados tão precisos que permitem que o paciente fique sem óculos em mais de 90% dos casos, inclusive para perto. O implante de lentes intraoculares para corrigir vista cansada leva menos de meia hora. Uma lente fina e circular é implantada no lugar do cristalino. Além de corrigir vista cansada, a lente multifocal e a acomodativa corrigem problemas para enxergar de perto, média distância, e de longe. Já para quem sofre de astigmatismo, as lentes tóricas são mais indicadas”. Para o paciente, trata-se de um grande ganho em qualidade de vida.

Além da presbiopia, é nessa fase, também, que aumenta o risco de se desenvolverem outros problemas de visão. Sendo assim, ainda que não tenha necessidade de usar óculos, qualquer adulto com mais de 40 anos deve ser examinado para que se descarte outras doenças oculares, como hipertensão ocular, glaucoma, degeneração macular etc. Pessoas que já sofrem de doenças como diabetes, hipotireoidismo, colesterol alto, hipertensão, depressão e artrite – e que tomam medicamentos regularmente – estão sempre mais sujeitas a efeitos colaterais que resultam em doenças oculares importantes. Sendo assim, o médico recomenda que, ao menos uma vez por ano, esse tipo de paciente faça uma consulta com seu oftalmologista.

 Prof. Dr. Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista com mais de 60 mil cirurgias a laser realizadas, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo - www.eyecare.com.br, www.drrenatoneves.com.br


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