Metade da população do país usa a internet em alguma
etapa da compra, seja na hora da pesquisa, na hora da própria compra ou após a
aquisição
A internet influencia mais de metade de todas as compras de
varejo no Brasil. Metade da população do país, cerca 106 milhões de pessoas,
utiliza a internet em alguma etapa da compra. É o que afirma novo artigo “Varejo
no Brasil: A Influência do Digital Sobre o Consumo”,
divulgado pelo The Boston Consulting Group (BCG).
Em 2014, as vendas de e-commerce representaram R$ 16
bilhões, 4% do total de R$ 420 bilhões das vendas no varejo no país. De acordo com a pesquisa, o impacto do
digital no consumo tem espaço para ficar muito maior nos próximos anos. A
internet atingirá 65% da população em 2019 e as vendas de smartphone (com
acesso à internet móvel) devem atingir 70% do total de celulares vendidos a
partir de 2016. Além disso, hoje a experiência online já é responsável por 3/4
de todas as atividades de descoberta de produtos e de quase 2/3 de todas as
atividades de pesquisa.
"A influência do digital
varia dependendo do tipo de consumidor, categoria do produto e qualidade da
conectividade regional", disse Silvia Sonneveld, sócia do BCG e autora do
artigo. "A utilização da internet é ainda predominantemente em famílias de
alta renda. Questões de infraestrutura de telecomunicações, renda e inclinação
pessoal restringiram o crescimento da penetração digital e uso dela em regiões
litorâneas e no interior. Mas isso está mudando, e esperamos que as mudanças
aconteçam rapidamente nos próximos anos."
A
pesquisa do BCG, que entrevistou cerca de 2500 brasileiros sobre o uso da
internet, indica que categorias distintas de consumidores conectados estão se
formando. Até o momento o BCG identificou cinco categorias, que se distinguem
pela demografia, ocupação e renda, extensão da adoção digital e seu uso, e
hábitos de compras online.
São
elas:
1. CASAL
ANTENADO (22%)
·
Demografia - Adultos, homens e mulheres, com idade média de 35 anos
·
Casados com filhos
·
Perfil Socioeconômico - Classe A e classe B, com renda dupla
·
Autodescrição -
Vive no celular/ primeiros a experimentar
·
Perfil de uso na internet - Uso alto
·
Perfil de Comércio Eletrônico (Primeira Compra online e frequência) -
Mais de 5 anos atrás; Frequência alta
2.
CAÇADORES DE PECHINCHAS (23%)
·
Demografia –
Adultos maduros, a maioria homens (59%) com Idade média de 45 anos
·
Casados com filhos
·
Perfil Socioeconômico - Classe B Tempo integral
·
Autodescrição - Usa
com frequência/ segunda onda
·
Perfil de uso na internet - Uso baixo
·
Perfil de Comércio Eletrônico (Primeira Compra online e frequência) - Mais de 5 anos atrás;
Frequência média
3.
NASCIDOS NA INTERNET (24%)
·
Demografia – Adultos, homens e mulheres, com idade média de 27 anos.
·
Solteiros
·
Perfil Socioeconômico - Classe B Tempo integral/um turno ou estudante
·
Autodescrição -
Vive no celular/ primeiros a experimentar
·
Perfil de uso na internet - Uso alto
·
Perfil de Comércio Eletrônico (Primeira Compra online e frequência) - Mais de 5 anos atrás;
Frequência média
4.
RECÉM- CHEGADOS (19%)
·
Demografia –
Adultos, a maioria mulheres (56%), com Idade média de 32 anos
·
Casados com filhos
·
Perfil Socioeconômico - Classe C Tempo integral
·
Autodescrição -
Vive no celular/ primeiros a experimentar
·
Perfil de uso na internet - Uso alto/moderado
·
Perfil de Comércio Eletrônico (Primeira Compra online e frequência) – 1 ano atrás ou menos;
Frequência baixa
5. COADJUVANTES(12%)
·
Demografia –
Adultos, a maioria mulheres (57%) com Idade média de 38 anos
·
Casados com filhos
·
Perfil Socioeconômico - Classe C, Tempo integral/dona de casa
·
Autodescrição -
Usa pouco/ não gosta de experimentar
·
Perfil de uso na internet - Uso moderado/baixo
·
Perfil de Comércio Eletrônico (Primeira Compra online e frequência) – Misto; Frequência baixa
De acordo com os autores do estudo, os varejistas
devem ter atenção especial com dois segmentos: os casais e os nascidos na
internet. Essas duas categorias contam com alta intensidade digital ou altos
níveis de e-commerce. Juntos, esses grupos de consumidores digitais
sofisticados compõem 25% da população, quase 50 milhões de pessoas.
“Acreditamos que com o aumento da renda do brasileiro e a maturidade digital
(quantidade de tempo que as pessoas passam online), o crescimento desses dois
segmentos deve ser ainda mais significativo”, afirma Rafael Ferreira, um dos
coautores.
A pesquisa constatou que os consumidores usam
ferramentas digitais de maneiras diferentes, dependendo da categoria do produto
em questão. Em uma extremidade, estão as grandes compras em que as pessoas
compram computadores, dispositivos móveis, aparelhos de grandes dimensões e
eletrônicos, por exemplo, em que o consumo por e-commerce já representa 13% do
total de vendas nesse segmento. Nesse
caso, a internet influencia múltiplas atividades nas etapas de compra: 9 de 10
consumidores pesquisam esses produtos online antes de ir até a loja comprar o
equipamento. “As empresas e marcas que não possuem estratégias para envolver os
consumidores em fase inicial provavelmente perderão espaço”, explica Silvia.
Na outra extremidade, estão os produtos que são
comprados repetidas vezes, como os de saúde e beleza. Os consumidores muitas
vezes fazem sua primeira compra de tais produtos na loja (com objetivo de ver uma
cor de batom ou esmalte, por exemplo) e, em seguida, usam o e-commerce para
compras repetidas.
"Os comerciantes e
varejistas no Brasil precisam começar a preparar-se agora para um futuro cada
vez mais digital e omnichannel", disse Silvia. "O desafio é
desenvolver ofertas com base em grupos bem definidos e adaptar essas ofertas
para atender às necessidades e situações particulares de cada categoria de
usuário. Mas no mundo digital, especialmente com dispositivos móveis, há uma
oportunidade para ir mais longe e realizar ofertas específicas que abordam as
preferências pessoais e, até mesmo, individuais, com base nos dados que definem
comportamento online de cada indivíduo."
The Boston Consulting Group
(BCG) - http://www.bcg.com
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