Pesquisar no Blog

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Saúde bucal: cuidado com as dicas de internet

Sempre que houver qualquer anormalidade, o recomendado é procurar um cirurgião-dentista!

 

As buscas na internet por opções que resolvam problemas cotidianos estão cada vez mais comuns, porém, quando o assunto é saúde, a atenção deve ser redobrada e a consulta a um especialista sempre é a melhor escolha.

Com a facilidade e o acesso na palma da mão, algumas pessoas optam por seguir dicas “caseiras” que encontram em sites de buscas para manter um sorriso saudável e bonito. O problema é que, na maioria das vezes, os tratamentos indicados nesses sites não funcionam. Pior ainda, podem provocar problemas maiores.

Diante disso, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) lista cinco mitos comuns, que geralmente são propagados em sites, blogs e redes sociais.


1 - Clareamento dental com bicarbonato de sódio e limão resolve?

Esta é uma das várias receitas disponíveis na internet com a promessa de clarear os dentes sem a necessidade de se recorrer ao cirurgião-dentista. Uma prática perigosa, pois o bicarbonato de sódio é um produto altamente abrasivo e utilizá-lo sem a devida orientação profissional pode resultar em corrosão e ranhuras do esmalte, queimaduras na gengiva, lábios e bochechas, além de poder causar maior sensibilidade em caso de exposição da raiz do dente.

Vale reforçar que não há qualquer comprovação científica sobre o uso do bicarbonato nesta forma caseira, como vem sendo indicado para o clareamento dental. A maneira mais segura de conquistar um sorriso saudável é realizar a higienização correta dos dentes e consultar o cirurgião-dentista periodicamente.


2 – A maçã substitui a escova de dente?

Não. A fruta rica em fibras e vitaminas é, sem dúvida, um alimento importante para a manutenção da saúde. No entanto, não é apropriado usá-la como forma de manter a higiene bucal. Assim, como qualquer alimento, a maçã não pode substituir a escova de dentes e os demais itens de higienização bucal – creme dental, enxaguante e fio dental. Somente esses produtos são capazes de promover a higienização correta da boca, fator essencial para a manutenção e prevenção de diversas doenças bucais.


3 - Cravo da Índia diminui dor de dente?

Há pessoas que relatam sentir diminuição da dor de dente ao mastigar ou tomar chá feito com cravo da Índia. Mas não é possível afirmar que haja uma relação entre o uso da especiaria e o alívio da dor.

Além disso, é arriscado ignorar a dor de dente ou procurar métodos paliativos para tratá-la. Quando surge um incômodo, significa que algo não vai bem. Sendo assim, somente o cirurgião-dentista é indicado para garantir um diagnóstico e um tratamento correto.


4 - Óleo de Coco ajuda a manter a saúde da boca?

Indicado para alimentação, cuidados com a pele e cabelos, o óleo de coco também aparece em pesquisas da rede como um item considerado altamente eficaz para manutenção da saúde da boca. Entre os benefícios apontados em textos da internet está sua possível ação antibacteriana, que seria capaz de reduzir a presença do Streptoccocus mutans, causador da cárie.

O fato é que não há estudos científicos ou reconhecidos que comprovem essa afirmação. Por isso, a melhor forma de prevenir cáries e combater o problema é manter a higiene correta da boca e fazer visitas regulares ao cirurgião-dentista.


5 - Vinagre de maçã e sal servem como enxaguante bucal?

Esta é mais uma dica caseira sem comprovação científica. Nenhum dos produtos citados possui propriedade capaz de eliminar bactérias, remover o tártaro (formação mineral que adere ao dente, permitindo o acúmulo de microrganismos) e prevenir o aparecimento de doenças.

O sal e o vinagre podem, inclusive, causar danos para a cavidade oral, como queimaduras, irritação e erupções. Portanto, bochechos só devem ser feitos com produtos indicados pelo profissional e por tempo determinado, a fim de trazer benefícios, não danos, à saúde.

O CROSP reconhece que há muitos estudos e produtos alternativos para prevenção de doenças, porém, reforça que a orientação profissional é fundamental. Sendo assim, dicas caseiras, mesmo que pareçam inofensivas, só devem ser adotadas com a anuência do cirurgião-dentista.

  

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


Tecnologia robótica traz vantagens únicas para cirurgias de hérnias abdominais complexas, aponta estudo

O uso da tecnologia robótica para a correção de uma hérnia da parede abdominal, considerada complexa, trouxe resultados positivos importantes para pacientes submetidos ao procedimento, de acordo com uma pesquisa chamada “robotic trans-abdominal preperitoneal approach (TAPP) aproach for lateral incisional hernias”, de 2021, feita em parceria por cirurgiões brasileiros e americanos. 

O estudo foi realizado com casos clínicos de pacientes que possuíam uma hérnia incisional (no local de uma cicatriz) com estruturas ósseas próximas e escassez de tecido, o que torna o reparo mais difícil. 

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr. Marcelo Furtado, realizar esse tipo de cirurgia de forma minimamente invasiva, sem a necessidade de grandes cortes, só é possível devido à tecnologia. “Essa ferramenta permite realizar uma cirurgia que seja efetiva, com segurança, e que tenha bons resultados pós-operatórios. O robô permite ao cirurgião ampliar a visão em até 20 vezes. Para o paciente os benefícios são menor dor pós-operatória, redução no risco de infecção e recuperação mais rápida”, ressaltou. 

As cirurgias de reparação de hérnias da parede abdominal são as mais realizadas no Brasil. Atualmente a maioria das cirurgias é realizada de forma convencional, principalmente no Sistema Único de Saúde e, algumas, por laparoscopia -- técnica minimamente invasiva. 

Para o vice-presidente da SBH, Gustavo Soares, a técnica ainda não é amplamente utilizada devido aos altos custos. “A robótica não há dúvida que é o futuro. Hoje não estamos em um estágio de discussão de SE ela vai ser o futuro, mas de QUANDO ela vai estar disponível para a maioria das pessoas. Tem a questão do custo, que limita muito, mas o Brasil avançou nos últimos anos, com um número grande de plataformas instaladas. O que era algo restrito há quatro anos, mais do que dobrou recentemente”, afirmou.

 

O QUE SÃO AS HÉRNIAS - A hérnia é um defeito ou um orifício nos músculos do abdome que permite que o intestino ou uma porção de gordura passe através dele. Ainda que hérnias possam ocorrer em muitos lugares no corpo humano, elas são mais comuns na parede abdominal.

“Elas podem ocorrer em qualquer idade, mas, atingem principalmente os adultos. Como trata-se de uma abertura na musculatura o tratamento é exclusivamente cirúrgico, com exceção da hérnia de hiato que pode ser tratada com medicamentos”, explica Gustavo Soares. 

As hérnias não desaparecem sozinhas e a única forma de curá-las é a cirurgia. 

 

DADOS - Em 2021 foram realizadas, em todo o Brasil, 143,3 mil cirurgias de hérnias abdominais, sendo que 38 mil foram em caráter de urgência, de acordo com dados divulgados com o DataSus. A região que mais operou foi a Sudeste, com 53 mil. O número se manteve em estabilidade na comparação com 2020 quando foram feitos 141 procedimentos para a correção de hérnias da parede abdominal, sendo 35 mil de urgência.


Já em 2019, antes da pandemia da COVID-19, os números chegaram a 268,1 mil em todo o Brasil, sendo 43 mil de urgência. Isso representa queda de 46,5% durante cada ano da pandemia.




 
sbherniaorgbr

Número de cirurgias em idosos aumenta a cada ano

Chamados de “idosos ativos” ou “novos idosos”, eles buscam por maior integração social, deixando de lado a aparência de rugas e cansaço

 

O Brasil vem observando um aumento de longevidade ao longo dos anos. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060, 25,5% da população brasileira terá mais de 65 anos, e a expectativa de vida vai aumentar de 72,74 para 79,8 anos, no caso dos homens, e de 77,9 para 84,23 anos, no caso das mulheres.

Junto ao aumento de longevidade, o número de idosos que buscam por cirurgias e procedimentos estéticos também tem crescido. É o que demonstram dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre 2016 e 2018, a porcentagem de procedimentos entre idosos aumentou de 5,4% para 6,6%.

As cirurgias de rejuvenescimento facial estão entre as mais procuradas pelas pessoas da terceira idade, como tratamento de pálpebras, lifting facial e lifting no pescoço. Outro procedimento bastante procurado é o levantamento de sobrancelhas que, de acordo com o diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica Arnaldo Korn, é feito de forma rápida e simples. “Este é um procedimento mais comum a partir dos 40 anos, mas pode ser feito em qualquer idade, desde que com orientação médica”, ressalta.

Seja por saúde ou estética, os idosos têm investido cada vez mais na autoimagem. Na terceira idade, eles sentem mais segurança para investir na aparência, já que, em geral, muitas pessoas nessa idade atingiram estabilidade financeira. Muitos estão aposentados e não precisam mais bancar seus filhos, sentindo-se financeiramente mais seguros para investirem em si mesmos.


Investindo na autoimagem

Muitas pessoas na terceira idade estão em busca de procedimentos para melhorar a autoimagem e, assim, sentir-se estimulados a cuidar mais da saúde, por meio da alimentação e de exercícios físicos. Desse modo, a cirurgia plástica feita na terceira idade pode trazer mais longevidade aos idosos, visto que, geralmente, as pessoas que se preocupam com a aparência também estão mais preocupadas com a saúde e bem-estar.

Além disso, embora os riscos sejam os mesmos para todas as idades, no caso dos idosos, é necessário ter uma atenção maior com o pré e o pós-operatório, visto que as pessoas nessa idade podem ter alguma doença, como diabetes e hipertensão, além de exigirem mais cuidados após o procedimento. De acordo com o diretor, “o cirurgião deve estar atento aos problemas de saúde do paciente, pois existem restrições, além de solicitar exames mais detalhados e fora do padrão convencional”, aponta.

Os exames podem informar ao médico quais tipos de cirurgia o paciente está apto a fazer e se ele pode associar mais de uma cirurgia de uma só vez. “Por envolver saúde, a segurança deve ser prioridade. É importante, também, pesquisar o histórico da clínica e do profissional que fará a cirurgia” alerta Korn, lembrando que nem sempre o mais barato é a melhor opção. Se houver alguma dificuldade financeira, ainda assim, o paciente não deve escolher a opção mais em conta, e sim aquela que garante segurança e qualidade. Nesse caso, o paciente pode contar com assessoria financeira e administrativa, como a oferecida pelo Centro Nacional — Cirurgia Plástica, que conta com condições especiais de parcelamento.

 

Pesquisadores brasileiros desenvolvem modelo de cérebro embrionário em passo essencial para o tratamento de epilepsia grave

 Pesquisadores brasileiros da UNICAMP, em parceria com a Universidade da Califórnia - San Diego, Estados Unidos, assinam estudo pioneiro à compreensão da origem da displasia cortical focal (DCF), malformação cerebral responsável por crises epilépticas. 

Recém-publicado no periódico Brain, –um dos jornais científicos mais importantes na neurologia e neurociência fundado em 1878, sob o título “Junctional instability in neuroepithelium and network hyperexcitability in a focal cortical dysplasia human model”, relata o processo de criação de um modelo de cérebro embrionário (organoide) a partir de células da pele. 

Em conclusão, traz perspectivas alvissareiras, à luz da ciência, para a investigação das causas da displasia cortical focal, completamente desconhecidas até hoje, e para a busca de tratamento efetivo. 

Fernando Cendes, professor titular do Departamento de Neurologia da UNICAMP e coordenador do Departamento Científico de Epilepsia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), e Iscia Lopes Cendes, professora titular do Departamento de Medicina Translacional da UNICAMP e membro do Departamento de Neuro-genética da ABN, integram o núcleo de estudiosos da UNICAMP. Eles enfatizam a relevância do trabalho e o significado para avanços na descoberta de terapias e drogas a assistência a pacientes com displasia cortical focal.

 

Malformação, DCF 

A displasia cortical focal é uma malformação bem específica do sistema nervoso central. Ocorre ainda durante as fases iniciais do desenvolvimento do cérebro no útero. Do ponto de vista visível, estrutural, pode ser considerada discreta e sútil, pois, na maioria das vezes, é difícil de ser detectada em exames de imagem de rotina. 

É, enfim, um tipo de malformação no qual os neurônios têm um arranjo alterado do córtex cerebral, além de apresentarem alteração da morfologia e função. 

A principal consequência, frisa Fernando Cendes, é a epilepsia:

“As pessoas com essa malformação específica enfrentam uma forma bem grave da doença, de difícil tratamento. Geralmente esses pacientes não respondem às medicações e têm alta frequência de crises. Muitas vezes, faz-se necessária a realização de cirurgias, devido à ausência de drogas eficazes e capazes de controlar os episódios”. 

Além de causar epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso, a DCF possui a característica de se manifestar muito cedo, em regra, os pacientes são ainda crianças. Suas crises recorrentes, chegando a dezenas ou até a centenas por dia, provocam limitações importantes ao desenvolvimento cognitivo, emocional e sociocultural. 

Aliás, a displasia cortical focal é a causa mais frequente de epilepsia grave, sendo um fator de risco de óbitos relacionados às crises epilépticas. É justamente a falta de conhecimento de sua origem e de caminhos de controle que resulta ameaça à vida.

 

Estudo e avanços 

Conforme pondera Iscia Cendes, a proposta do estudo foi decifrar etapas do processo desta malformação. Por exemplo, em que momento do desenvolvimento do cérebro ela se apresenta, quais suas intercorrências e como levam à displasia cortical focal. 

“O essencial para nosso grupo, tanto os pesquisadores brasileiros quanto os de San Diego, era sair do escuro que enfrentávamos até há pouco e entender as conexões aberrantes que acabam, com o tempo, gerando distúrbios no cérebro e crises”. 

A princípio, houve a seleção de quatro pacientes com DCF e de quatro controles, sem a malformação. Foi, então, feita uma biópsia superficial da pele de cada uma dessa pessoas. A partir daí, tornou-se possível realizar processo chamado de desdiferenciação, que consiste em transformar essas células, já maduras, em células-tronco. 

“Quando as temos como células-tronco, podemos visualizar como se diferenciam em relação a outros tipos de célula”, observa Iscia Cendes, que complementa: “Foi exatamente a partir dessas células dos pacientes que cultivamos neurônios em laboratório; um aglomerado de células que conseguiu simular o desenvolvimento do cérebro no período inicial”. 

Por não existir um sistema vascular e não ter meios de nutrir o organoide, o modelo de cérebro perdura por cerca de três meses, sendo eficiente, em especial, para estudos da fase inicial da embriogênese. 

Fernando Cendes considera que o principal mérito do trabalho é simular muitíssimo bem a lesão que aparece nos pacientes de DFC, tanto no ponto de vista de achados no microscópio quanto das alterações moleculares: 

“Também conseguimos registrar que os organoides apresentam descargas elétricas semelhantes ao processo de epilepsia. Assim, é possível observar e estudar os mecanismos que levam à distúrbios da cadeia de desenvolvimento e ainda gerar um modelo potencial para futuros estudos com medicações. Isso é absolutamente relevante em termos de saúde pública, pois até o momento todas as drogas utilizadas para o tratamento de displasia cortical focal são baseadas em protótipos de outros tipos de epilepsia e não surtiram resultado efetivo”.

 

Conclusões e perspectivas 

Em suma, o estudo atingiu a identificação de diversos processos biológicos ocorridos durante a formação do cérebro, aliás, responsáveis pela malformação. Ou seja, já evidenciou mecanismos que bem proximamente auxiliarão no desenvolvimento de medicações e tratamentos. 

“Registramos alterações relacionadas à constituição de um fio-guia, que orienta a migração dos neurônios para o local correto. Essa guia mostrou-se anormal, interferindo totalmente na formação do córtex cerebral humano. Enfim, o trabalho tem forte conclusão em relação aos mecanismos que levam à DCF. Outro mérito é ter gerado o modelo que agora pode ser utilizado para testes de triagem de novos remédios. Hoje, como resultado, temos a possibilidade real da promoção de estudos pré-clínicos específicos para a displasia cortical focal, antes algo inimaginável”, contextua Iscia Cendes. 

 

Resumo - Instabilidade juncional no neuroepitélio e hiperexcitabilidade da rede em um modelo humano de displasia cortical focal 

A displasia cortical focal (DFC) é uma malformação cortical altamente epileptogênica com poucas opções de tratamento. Aqui geramos organoides corticais humanos de pacientes com DCF tipo II. Usando este modelo humano, imitamos algumas características da DCF, como proliferação celular prejudicada, presença de neurônios dismórficos e células balão e hiperexcitabilidade da rede neuronal. Além disso, observamos alterações nas junções aderentes zônula occludens-1 e particionamento defeituoso 3, redução da polarização do citoesqueleto de actina e menos pontos sinápticos. Organoides corticais de DCF mostraram desregulação da pequena GTPase RHO A, um achado que foi confirmado no tecido cerebral ressecado desses pacientes. Funcionalmente, tanto a atividade elétrica espontânea quanto a evocada optogeneticamente revelou hiperexcitabilidade e conectividade de rede aumentada nos organoides de DFC.

Em conjunto, nossas descobertas sugerem uma instabilidade da zona ventricular na coesão tecidual das células neuroepiteliais, levando a uma parada maturacional de progenitores ou neurônios recém-nascidos, o que pode predispor à imaturidade celular e funcional e comprometer a formação de redes neurais na DCF.


Exames de tomografia auxiliam na avaliação de casos de COVID-19 e possíveis sequelas

Atualizado em tempo real, sistema contribui para a resolutividade dos casos

 

A urgência em detectar a infecção pelo novo coronavírus é uma medida essencial tanto para preservar a saúde dos pacientes quanto para evitar o aumento da disseminação. Para isso, existem vários métodos já conhecidos: o PCR, o teste de antígeno e o exame sorológico. Porém, o que muita gente não sabe é que a tomografia computadorizada também pode ajudar a entender melhor os impactos dessa doença. 

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) -- gestora de serviços de diagnóstico por imagem da rede pública --, entre 2020 e 2021, nos hospitais públicos de São Paulo e Goiás onde FIDI atua, foram realizadas mais de 300 mil tomografias computadorizadas e, dessas, cerca de 40 mil foram para verificar a possibilidade de acometimento do pulmão pela COVID-19. Para ajudar a identificar esses casos com mais agilidade, a FIDI implementou, em março de 2020, um sistema para ajudar no diagnóstico. Desde então, 43% das tomografias computadorizadas de tórax realizadas com essa suspeita, apresentaram padrão de imagem que pode sugerir COVID-19. 

Igor Santos, médico radiologista e superintendente de Inovação da FIDI, explica que, além da tomografia, as radiografias também podem auxiliar nesses casos. “As radiografias de maneira geral são utilizadas como exame de avaliação inicial de pacientes com sintomas respiratórios ou qualquer tipo de acometimento pulmonar. 

Além de possibilitar a exclusão de outros diagnósticos, o exame ajuda a verificar possíveis sequelas pulmonares. A tomografia computadoriza do tórax ou a tomografia de alta resolução conseguem identificar a existência de alterações similares à fibrose pulmonar, sequela da infecção de COVID-19. “ 

“A maior parte das pessoas, que estão vacinadas, vão ter chances muito baixas de sequelas, por cursarem com sintomas leves, não sendo necessário geralmente nenhum exame de imagem para avaliação. Pacientes que apresentam complicações da doença, em sua enorme maioria, não-vacinados, podem cursar com quadros mais graves, sendo necessária avaliação por exames de imagem que podem detectar eventuais sequelas”. finaliza Dr. Igor. 

 

FIDI - Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas.


Guarda-sol não protege contra raios solares e pode aumentar risco de queimaduras

 

Freepik

Com forte sol e calor, raios ultravioleta refletem na areia e conseguem romper barreira de proteção

 

O Rio Grande do Sul vem registrando ondas de calor com sol extremamente forte. Por isso, os cuidados com a pele devem ser ainda mais intensos. Ao contrário do que se imagina, somente sentar debaixo do guarda-sol durante a estadia na beira da praia não garante uma proteção completamente segura, explica a dermatologista e associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Francine Costa. 

De acordo com a médica, a radiação solar tem capacidade de refletir na areia e acessar a pele indiretamente. Com isso, a falsa proteção pode causar queimaduras que só serão sentidas mais tarde, causando um incômodo que poderia ser evitado. 

Ainda conforme Francine, outro cuidado importante é avaliar o tipo de tecido e a cor do guarda-sol. “São mais eficientes os guarda-sóis com tecidos mais escuros e espessos.” 

Por fim, ela recomenda a união de todos os mecanismos para a proteção solar, como filtro, chapéu e guarda-sol. “Não existe filtro que é bloqueador solar. É preciso reaplicar depois de um tempo. Quanto mais protegido do sol, melhor”, finaliza a médica.

 

 Marcelo Matusiak


O impacto positivo dos biossimilares nas terapias oncológicas


O desenvolvimento de medicamentos biossimilares tem sido uma solução inovadora na área da saúde, uma vez que vêm oferecendo novas opções de tratamento para os pacientes. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro biossimilar em junho de 2015. Atualmente, essa terapia pode ser utilizada para diversas doenças, inclusive para o tratamento de diferentes tipos de câncer, e traz perspectivas positivas para esses pacientes, ainda mais quando falamos do Mês de Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro. 

A data representa grande importância, considerando que o câncer é a segunda causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as prospecções não são muitos positivas e a estimativa para 2022 é de 625 mil novos casos. Além disso, um estudo da The Economist Intelligence Unit (EIU), publicado em 2020, prevê que nos próximos dez anos, o País registre um crescimento de 42% nos casos de câncer. 

Exatamente por estes motivos, os biossimilares se fazem tão importantes neste momento. São produtos biológicos com custo menor do que os fármacos “tradicionais” (ditos referência), e com segurança e eficácia cientificamente comprovadas. Para seu desenvolvimento e liberação, são considerados dois pontos fundamentais: a qualidade do medicamento, que tem de ser rigorosamente atestada por meio de extensivos estudos de comparação avaliando aspectos clínicos e não clínicos, e a questão econômica. 

Desta forma, esses medicamentos ampliam as opções para os clínicos, financiadores e sistemas de saúde de modo geral, mas mantendo a qualidade do tratamento. Sendo assim, os biossimilares contribuem para ampliar o acesso aos tratamentos oncológicos no Brasil, aportando novas e avançadas tecnologias para as terapias. 

Um exemplo é o tratamento de câncer de mama no Brasil, que vem utilizando biossimilares em combinação com a quimioterapia. O câncer de mama HER2 positivo é responsável por até 20% dos casos deste tipo de neoplasia no País, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Este subtipo de câncer de mama, tem por característica crescer e se disseminar muito rapidamente. Portanto, as terapias com fármacos contra a proteína HER2 (terapias-alvo) para este tipo de tumor revolucionaram o combate à doença, tanto no estágio inicial quanto nos metastáticos. 

O medicamento biológico trastuzumabe tem sido a base deste tratamento nas chamadas terapias conjugadas. No entanto, associá-lo a um segundo anticorpo monoclonal -- ou seja, remédios precisos, de origem biológica e criados para combater de câncer a doenças autoimunes -- numa estratégia conhecida como duplo bloqueio, melhora significativamente os resultados, conforme comprovam os estudos científicos. Como é o caso do Herzuma, droga aprovada pela Anvisa em 2019, e que pode ser indicada em diferentes fases da doença, inclusive após cirurgia, quimioterapia e radioterapia, ou em conjunto com esses tratamentos. 

Da mesma forma, o anticorpo monoclonal Bevacizumabe chegou ao mercado brasileiro em 2020 para o tratamento tanto do câncer de mama, quanto de diversas outras neoplasias, como pulmão, colorretal, células renais, ovários e colo de útero, sempre em terapias conjugadas, que inibem a multiplicação das células tumorais e “poupam” os tecidos saudáveis -- fatores essenciais para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. 

Assim, oferecer tratamentos com custos menores, sem comprometer a segurança e a eficácia, é uma forma de aprimorar o uso de recursos financeiros na saúde, ampliando a disponibilidade dos medicamentos à população. Dessa forma, todos saem ganhando. As perspectivas são otimistas não somente na oncologia, mas em diferentes áreas da saúde, e considero os biossimilares o futuro-presente da indústria farmacêutica, que só tende a crescer. 

Além disso, vale ressaltar que os medicamentos acessíveis são essenciais, mas mais importante do que isso, é o olhar para si, sempre atento a prevenção. Por este motivo, neste Mês de Combate ao Câncer, não deixe de se questionar sobre os cuidados com si mesmo e, se ainda não o tiver feito, realize o “check-up” anual e a respectiva visita médica para mostrar seus exames e programar o seguimento de sua saúde. Cuide-se!

 

Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães - oncologista, professora da disciplina de Oncologia Clínica da PUC-PR e diretora científica da Associação Amigas da Mama (AAMA).

 

Escondido à plena vista, câncer nos olhos pode ser prevenido com diagnóstico precoce

Em sua maioria assintomáticos, tumores oculares podem acometer pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Para especialista, consultas periódicas ao oftalmologista ainda são a melhor forma de aumentar as chances de cura

 

Em fevereiro, o Dia Mundial do Câncer (04/02) - iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) -, reacende o alerta da importância sobre a conscientização da doença, que pode afetar, inclusive, os olhos. Silenciosos, já que frequentemente apresentam sintomas apenas nos estágios mais avançados, os tumores oculares malignos podem atingir pessoas de todas as faixas etárias, mas, felizmente, são raros e, como a maioria dos tipos de câncer, apresentam altos índices de cura quando diagnosticados precocemente. 

Composto por diversas partes, o globo ocular apresenta uma extensa área suscetível ao surgimento de tumores. Contudo, segundo o oftalmologista Dr. Rommel Josué Zago, do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão), em sua grande maioria, eles não são malignos. “Um tumor diz respeito a um crescimento anormal de células em qualquer parte do corpo. No caso dos olhos, os tumores malignos, ou seja, de fato cancerígenos, são infrequentes, diferentemente dos benignos, que já possuem uma taxa de incidência maior.” 

Os tumores malignos podem ser divididos de acordo com a idade dos indivíduos, sendo o retinoblastoma o tipo que afeta de forma mais comum crianças até os 3 anos de idade - mas, ainda assim, são raros: no Brasil, cerca de 400 crianças são diagnosticadas por ano com a condição. Recentemente, o retinoblastoma ganhou os noticiários e a atenção da população quando o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin anunciaram que a filha do casal, Lua, de apenas 1 ano, estava com a doença. 

Como o próprio nome indica, o retinoblastoma afeta a parcela do olho responsável pela formação das imagens que enxergamos: a retina. Porém, mesmo localizado à plena vista, trata-se de um tumor praticamente imperceptível, a não ser nos estágios avançados: “Por se tratar de um câncer que acontece na infância precoce, dificilmente a criança queixa-se de algum desconforto e, dependendo da localização do tumor, ela consegue se adaptar a presença dele e, assim, não relata nenhum sintoma.”, explica o oftalmologista. 

Outro agravante dessa doença é que esse tipo de câncer pode ser hereditário: “Cerca de um terço dos retinoblastomas são bilaterais, ou seja, afetam ambos os olhos. Nestes casos, a grande maioria são hereditários, com 50% de chances de o paciente transmitir o gene afetado para seus descendentes, além da probabilidade de desenvolver outros tipos de câncer ao longo da vida ser ampliada”, explica o Dr. Rommel. 

No que tange ao tratamento, uma vez identificado o retinoblastoma, faz-se necessária uma consulta com um oncologista para uma avaliação sistêmica, ou seja, com o objetivo de verificar se houve metástase do câncer, com o seu espalhamento para outras áreas do corpo. Caso ele esteja apenas nos olhos, o oftalmologista responsável indicará a melhor forma de tratamento, que pode variar de acordo com cada caso, sendo a quimioterapia (geral ou local), a radiação externa ou com a introdução de placas internas nos olhos, o laser e o uso de calor (termoterapia) ou frio (crioterapia) algumas das possibilidades disponíveis. 

Em jovens e adultos, por sua vez, é o melanoma intraocular o tipo de tumor maligno mais frequente. O nome justifica-se pelo fato de acometer as chamadas células pigmentares, responsáveis pela coloração dos nossos olhos, cabelo e da nossa pele - na qual está presente a melanina, por exemplo. Contudo, diferentemente do câncer de pele, o melanoma que afeta os olhos não possui relação comprovada com os efeitos dos raios ultravioletas emitidos pela luz solar. 

Assim como no retinoblastoma, as formas de tratamento são variadas e dependem do tamanho e da localização do tumor, além da verificação da existência ou não de metástase para outras áreas do organismo, como os ossos, o fígado e os pulmões. Nos casos de melanoma, contudo, há ainda a possibilidade de retirar cirurgicamente o tumor, dependendo da área atingida - algo que não é possível nos diagnósticos de retinoblastoma. 

A identificação de tumores ainda nos estágios iniciais pode evitar a necessidade de intervenções mais graves - no caso dos olhos, a retirada total do globo ocular. Por isso, consultas regulares ao oftalmologista, com os exames padrões, que dilatam a pupila, podem auxiliar a identificar possíveis anomalias. Nas crianças, fotografias com flash e o chamado “teste do olhinho”, no qual é projetada uma luz para verificar se há o reflexo branco nos olhos, podem indicar a presença de um tumor, mas não substituem uma consulta oftalmológica, que deve ser feita nos primeiros seis meses de vida e, depois, periodicamente, segundo orientação do oftalmologista pediátrico. 

“É fato que não temos o costume de visitar o consultório médico com frequência, especialmente um oftalmologista, a não ser que tenhamos algum problema visível, algum sintoma que esteja incomodando. Contudo, especialmente quando falamos de câncer, o diagnóstico precoce ainda é o nosso melhor aliado para aumentar drasticamente as chances de cura e reduzir os impactos que essa doença pode exercer na nossa qualidade de vida”, finaliza.


Instituto da Visão de Curitiba - iVisão
Responsável: Dr. Marcello Fonseca, Diretor Clínico e Oftalmologista - CRM 12521
Endereço: Av. Sete de Setembro, 5899, Bairro Batel - Curitiba - PR. CEP 80240-0001
Mais informações: acesse o site da clínica


Médica do Grupo Trasmontano Saúde orienta sobre os riscos causados pela sífilis congênita

 A sífilis congênita é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pelo Treponema pallidum. Ela é uma doença transmitida, via placenta, pela mãe, que não teve o tratamento adequado, para a criança durante a gestação. O risco do bebê ser infectado é de cerca de 60 a 80%, e a probabilidade de infecção aumenta na segunda metade do período gestacional. 

A maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresenta sintomas ao nascer, porém as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses. São elas: erupções vesicobolhosas,nódulos salientes ao redor do nariz e boca e na região da fralda, dificuldade de crescimento e ganho de peso, rachaduras ao redor da boca ou secreção de muco, pus ou sangue pelo nariz e linfonodos, fígado e baço aumentados. 

Segundo Elis Regina Granzotti, gerente dos Centros Médicos do Grupo Trasmontano Saúde, algumas crianças podem apresentar meningite, coroidite, hidrocefalia ou convulsões, além de atraso no desenvolvimento mental. “Já nos primeiros oito meses de vida surge a inflamação dos ossos e cartilagens, especialmente de ossos longos e costelas, dificultando a movimentação dos bebês, o que pode acarretar desenvolvimento incorreto dos ossos”, explica.

 

Sintomas 

A manifestação ocorre após os dois anos de vida da criança, apresentando feridas no nariz e boca e os ossos podem crescer de maneira anormal. Outros sintomas são: problemas oculares, formação de cicatrizes na córnea, problemas com o desenvolvimento de dentes e ossos da face e surdez, que pode ocorrer em qualquer idade.

 

Diagnóstico 

O diagnóstico da sífilis congênita precoce é feito em avaliação clínica. Durante a gestação, o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue rotineiros da gestante no início da gravidez, e frequentemente, no terceiro trimestre e no parto. Se o diagnóstico for positivo para a mulher grávida, os médicos fazem um exame físico completo e procuram por feridas ou erupções cutâneas, para terem certeza se o bebê também pode estar infectado. Havendo feridas ou erupções cutâneas, amostras são coletadas e examinadas sob um microscópio à procura das bactérias. A placenta, o cordão umbilical e o sangue do recém-nascido também são testados para sífilis. “Quando falamos de sífilis congênita tardia, são feitos exames físicos e de sangue na mãe e na criança. Os médicos procuram nas crianças os problemas causados pela infecção, como inflamação dos olhos, deformidades dos dentes e surdez”, afirma a especialista.

 

Tratamento 

Todas as pessoas que têm sífilis são tratadas com o antibiótico Penicilina Cristalina ou Procaína. Gestantes infectadas recebem a medicação injetável, na via intramuscular (músculo) ou, raramente, em via intravenosa (veia). O tratamento com penicilina durante a gravidez é eficaz em 99% dos casos, tanto para a mãe, quanto para o bebê. No entanto, se o tratamento for realizado em menos de quatro semanas para o parto, as chances de o feto não ser infectado diminuem.

 

Prevenção 

A prevenção da sífilis congênita é realizada com um pré-natal adequado. É fundamental que mulheres grávidas sejam testadas para a sífilis durante o primeiro e terceiro trimestre de gestação. Porém, precisamos destacar que o melhor a ser feito para evitar a contaminação da mulher é o uso de preservativo durante as relações sexuais.

 

Como a medicina reprodutiva pode auxiliar casal com pessoa trans a realizar o sonho de ter filhos

 

Médico da clínia Origen BH fala da necessidade de decisões antes da transição hormonal e explica como são os procedimentos mais comuns 

 

Os tratamentos de reprodução assistida em casais com pessoa trans vêm crescendo, mas são pouco divulgados, pois ainda há muito preconceito envolvido. Fato é que com maior visibilidade das pessoas trans e acesso aos seus direitos, a tendência é que a informação circule cada vez mais entre a população. Isso ajuda a diminuir os tabus que envolvem o universo trans e permite que todos os seres que sonham em ter filhos possam realizá-lo. 

Na visão do médico ginecologista Marcos Sampaio, da clínica Origen BH, o acolhimento é o passo número um antes de se falar em qualquer tratamento. Segundo ele, é fato que a sociedade vem mudando nos últimos anos e a ideia de formação de família também. “Frente a isso, todos nós, principalmente os que estão na linha de frente e de apoio na medicina, precisam estar abertos às mudanças e também atentos na forma de lidar com a diversidade. Todas as pessoas, independentemente de credo, raça e orientação sexual devem ser respeitadas em seus sonhos e escolhas. Por isso, a escuta e o acolhimento são fundamentais quando um casal com pessoa trans procura a medicina reprodutiva”, diz. 

Segundo o médico, a primeira questão a ser colocada como prioridade de consenso entre o casal com pessoa trans é ter ou não ter filhos. “Esse diálogo é fundamental,  pois os óvulos e o sêmen precisam estar preservados para o tratamento. Não é possível fazê-lo se a pessoa trans iniciou a transição hormonal, pois tanto os ovários quanto os testículos param de funcionar”, explica Sampaio. 

No caso desse casal que quer ter filhos, o ideal, nesse caso, é congelar óvulos e espermatozoides antes da transição hormonal, para que seja viável, no futuro, fazer o tratamento com seu próprio material genético. 

Todo o procedimento é acompanhado pela equipe de psicologia da Origen, fundamental no processo de acolhimento desses pacientes e orientação sobre os melhores procedimentos. 

A medicina reprodutiva auxilia os casais com pessoa trans com duas técnicas: a fertilização in vitro e a inseminação artificial. Para adotar uma delas, a pessoa trans não pode ter feito a cirurgia de redesignação sexual. “No caso de homens trans, eles precisam ter o aparelho reprodutor preservado: útero e ovários; no caso de mulheres trans, o pênis e os testículos”, acrescenta Marcos Sampaio. 

Em ambos os tratamentos, as medidas adotadas são similares às de um casal hetero para a estimulação ovariana e para a produção dos espermatozoides, (que pode ser do companheiro ou de um doador anônimo). “A questão mais delicada nesse procedimento é o fato de o homem trans não desejar ter a gestação, e preferir transferir o embrião para o útero de outra pessoa. Todo esse procedimento é muito conversado com o casal, para que ele se sinta acolhido e seguro em realizar seu sonho da maneira mais orientada por possível”, complementa o ginecologista.

 

Enjoo durante as viagens? Entenda e saiba como evitar

A doença do movimento é um problema comum que pode atingir pessoas que viajam de carro, barco ou avião e todos são suscetíveis ao movimento gerado por esses transportes, sendo mais comum ocorrer em crianças e mulheres grávidas1. Essa condição tem nome complicado, mas explicação simples. A cinetose ou a tontura do movimento é a incompatibilidade entre o movimento que se vê e o que é percebido pelos órgãos que compõem os ouvidos, responsáveis pelo nosso equilíbrio2. E essa oscilação repetitiva do corpo, durante viagens curtas ou longas, causam o mal-estar. 

“Não necessariamente o movimento real é requisito para a manifes­tação desta desordem no aparelho vestibular – órgãos que compõem o ouvido –, uma vez que a mera percepção de estar se movendo já pode resultar em doença do movimento”, comenta Dr. Olavo Mion, médico Otorrinolaringologista (CRM – SP: 75.231). O especialista ainda explica que mulheres e gestantes têm quadros mais graves de cinetose e crianças menores de dois anos são menos sensíveis. Entre os pequenos, os picos ocorrem entre 3 e 12 anos. Já indivíduos com ansiedade, claustrofobia e enxaqueca têm mais risco de desenvolver a doença. 

A cinetose ainda causa náuseas, aumento da salivação, dor de cabeça, visão turva, tontura sem vertigem e sonolência e para realizar uma viagem confortável, o tratamento mais efetivo para a doença do movimento são anti-histamínicos e anticolinérgicos, principalmente quando combinado aos com cuidados ambientais e comportamentais2,3,4, como evitar movimentos bruscos, ingerir bebidas alcoólicas, e evitar alimentos gordurosos ou com alto valor calórico. Também é recomendado que a pessoa não olhe diretamente para telas ou aparelhos eletrônicos. 

“Os anti-histamínicos são o tratamento de escolha para os sintomas de vertigem, náusea e vômitos caudados pela cinetose e seu efeito de duração prolongado o torna o mais indicado para longas viagens. O dimenidrinato é eficaz, de rápido início de ação, quando comparado com outros anti-hista­mínicos e com menores efeitos colaterais que outros medicamentos”, explica o especialista, Dr. Olavo Mion, médico Otorrinolaringologista (CRM – SP: 75.231). 

Em um estudo sobre anti-histamínicos, Wood e Graybiel concluíram que o dimenidrinato foi mais efetivo que a meclizina5. Além disso, segundo Dahl e colaboradores, a meclizina tem menor eficácia que o dimenidrinato e outros anti-histamínicos, como a clorfeniramina, como concordam também Sherman6 e Zajonc7. Entre os anti-histamínicos citados acima, o dimenidrinato é o mais eficaz5,6. 

“Ainda, é importante se consultar com um especialista antes de tomar qualquer tipo de medicação”, reforça Mion.

  

 

Referências consultadas

 

1.    MedlinePlus. Motion sickness. 2021. Disponível em: https://medlineplus.gov/motionsickness.html#:~:text=Motion%20sickness%20can%20start%20suddenly,you%20can%20get%20motion%20sickness. Acesso em: ago, 2015.

2.    Leung AK, Hon KL. Motion sickness: an overview. Drugs Context. 2019;8:2019-9-4.

3.    Kumar GP, Anilakumar KR, Sekhar YC, Sharma RK. Motion sickness manifestations and prevention. Def Life Sc Jl. 2020;5(3):230-237.

4.    Koch A, Cascorbi I, Westhofen M, et al. The Neurophysiology and Treatment of Motion Sickness. Dtsch Arztebl Int. 2018;115(41):687-696. 

5.    Sanchez, CK, Lusk KA. The Pharmacologic Management of Motion Sickness. US Pharm. 2015;40(12):34-38.

6.    Sherman CR. Motion sickness: review of causes and preventive strategies. J Travel Med.2002;9(5):251-6.

7.    Zajonc TP, Roland PS. Vertigo and motion sickness. Part I: vestibular anatomy and physiology. Ear Nose Throat J. 2005;84(9):581-4.


FISIOTERAPIA: QUANDO É A HORA CERTA DE PROCURAR UM PROFISSIONAL

Como descobrir se é apenas um incomodo ou algo mais sério? Qual o momento de procurar um fisioterapeuta?

 

Após uma determinada idade e junto ao sedentarismo, é comum sentir dores ao realizar exercícios ou até mesmo outras atividades um pouco mais simples, como subir uma escada ou caminhar. Até os mais jovens podem passar por esses problemas, geralmente pela falta de prática ou a fraqueza muscular, mas fica um alerta, essas dores não devem ser vistas como algo comum. 

Muitas pessoas acabam ignorando esses desconfortos, o que pode gerar um agravamento na situação. Consultar um profissional da área, fisioterapeuta, é a saída ideal, já que esse irá observar seu caso, propor exames e atividades que ajudem você a eliminar essa dor. 

“Sempre que não conseguimos realizar certas funções das atividades diárias, ou quando sofremos desconfortos, o fisioterapeuta deve ser consultado para uma avaliação funcional”, explica a fisioterapeuta e diretora do Instituto Trata de Guarulhos, Raquel Silvério. 

Muita gente acredita que deve apenas procurar um fisioterapeuta quando sofre uma contusão ou acidente. Porém, não é bem assim, esse profissional pode resolver diversos outros problemas, como má postura e até dificuldades respiratórias, essa área é uma das mais versáteis na saúde.  

A fisioterapeuta, Raquel Silvério, separou alguns tópicos para te informar a hora certa de buscar um profissional:

 

-Lesões:
“O mais comum ao procurar um fisioterapeuta é apresentar ao profissional quadros de fraturas, problemas de postura, lesões esportivas, entre outras. Esses são os mais conhecidos, mas também existem quadros que podem ir desde incontinência urinária, passando por lesões neurológicas - frutos de um derrame, por exemplo”, explica a especialista.

 

- Alertas do corpo:
“As dores são os maiores sinais de que algo não está bem, mas existem outros sintomas para prestar atenção. “A grande parte dos pacientes só procura ajuda quando tem dores, mas outros sintomas também chamam a atenção, como cansaço intenso após atividades leves, má postura, perda de xixi durante o dia, perda de força muscular, entre outros”, comenta Raquel Silvério.

 

- Esperar a dor passar:
“ O ideal é sempre que aparecer uma lesão, procurar o mais rápido possível um profissional. Em lesões agudas como traumas, fraturas e entorses, quanto mais rápido o socorro, maiores as chances de minimizar as complicações decorrentes dessas lesões”, relata a fisioterapeuta.

 

- Ausência de tratamento adequado:
“As consequências podem variar desde a cronificação do quadro e, com isso, levar ao aumento das dores e disfunções associadas, até o risco maior de agravamento sendo necessário intervenções cirúrgicas, dependendo da avaliação médica” finaliza o especialista, Raquel Silvério.

 

 

Raquel Silvério - fisioterapeuta (Crefito: 116746-F) e Diretora Clínica do Instituto Trata, Unidade de Guarulhos, a profissional possui especialização em fisioterapia músculo esquelética pela Santa Casa de São Paulo, além de formação em terapia manual ortopédica nos conceitos Maitland, Mulligan e Mckenzie e forte experiência em tratamentos da coluna vertebral.

www.institutotrata.com.br


Crédito ficará mais restrito este ano, afirmam executivos de bancos

IMAGEM: William Chaussê/DC

A tendência de aumento da inadimplência é um dos motivos que deve levar as grandes instituições financeiras a fecharem a torneira do crédito

 

Ao longo deste ano, o brasileiro deverá ver prazos de financiamento menores, a entrada do crédito imobiliário mais gorda e o limite do cartão de crédito travado. Esses são alguns efeitos rapidamente sentidos pelos clientes, com os bancos restringindo o desembolso de crédito diante de um cenário de juros em dois dígitos e desaceleração da economia.

Outro efeito que começa a ser observado na carteira dos grandes bancos é o aumento da inadimplência. Baseado neste cenário, no mês passado a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que o desembolso em empréstimos e financiamentos deverá crescer 6,7% neste ano, ante uma projeção anterior de 7,3%.

 

PROJEÇÕES

Os executivos dos maiores bancos privados confirmam o sinal de alerta. "Não digo tirar o pé, mas a gente está mais cauteloso", diz o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr.. O banco projeta expansão de 10% a 14% na carteira este ano, nível menor do que os 18% observados em 2021.

Com a taxa básica de juros tendendo a superar 12%, Lazari acredita que linhas como financiamento imobiliário terão menos interessados. O presidente do Bradesco também espera empresas menos interessadas em tomar empréstimos, pois não vão fazer investimentos em infraestrutura com o juro nesse nível.

O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, vê o crédito crescendo entre 11,5% e 14,5% este ano no País, abaixo dos 23% observados em 2021, quando a carteira do banco bateu na marca inédita de R$ 1 trilhão. "Como a gente teve ano muito forte em 2021, é natural que haja arrefecimento em 2022, seja pela base de comparação, seja pela perspectiva macro", disse o presidente do banco, Milton Maluhy Filho, prevendo um arrefecimento dos empréstimos em todas as carteiras, como a de financiamento imobiliário, e um aumento da inadimplência.

No Santander, a expectativa é de um crescimento de até 9% este ano. O banco projeta um possível aumento na inadimplência - a instituição separou R$ 13,8 bilhões para fazer frente a possíveis calotes, aumento de 10,3% ante 2021. Sergio Rial, que acaba de deixar o principal posto executivo do Santander Brasil para assumir a presidência do conselho, ressalta que a inflação alta, que teve em janeiro a maior taxa para o mês em 6 anos, é um fator novo que pode afetar o crédito em 2022, pois corrói o poder de compra da população.

Analista da Ohmresearch, Carlos Macedo aponta que o desembolso de crédito já está mais fraco, diante do crescimento rápido da inadimplência, como resultado do fim dos programas do governo, que injetaram dinheiro na economia, e o vencimento de carteiras de clientes que foram renegociadas na pandemias. "A onda de adimplência vai desaparecer", comenta o especialista.

Ele, contudo, não acredita que os índices ficarão fora de controle e lembra que os bancos brasileiros estão bem provisionados.

 

Fonte: Estadão Conteúdo 

 Agência de notícias do jornal O Estado de S.Paulo


Posts mais acessados