Em sua maioria assintomáticos, tumores
oculares podem acometer pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Para
especialista, consultas periódicas ao oftalmologista ainda são a melhor forma
de aumentar as chances de cura
Em fevereiro, o Dia Mundial do Câncer (04/02) - iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) -, reacende o alerta da importância sobre a conscientização da doença, que pode afetar, inclusive, os olhos. Silenciosos, já que frequentemente apresentam sintomas apenas nos estágios mais avançados, os tumores oculares malignos podem atingir pessoas de todas as faixas etárias, mas, felizmente, são raros e, como a maioria dos tipos de câncer, apresentam altos índices de cura quando diagnosticados precocemente.
Composto por diversas partes, o globo ocular apresenta uma extensa área suscetível ao surgimento de tumores. Contudo, segundo o oftalmologista Dr. Rommel Josué Zago, do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão), em sua grande maioria, eles não são malignos. “Um tumor diz respeito a um crescimento anormal de células em qualquer parte do corpo. No caso dos olhos, os tumores malignos, ou seja, de fato cancerígenos, são infrequentes, diferentemente dos benignos, que já possuem uma taxa de incidência maior.”
Os tumores malignos podem ser divididos de acordo com a idade dos indivíduos, sendo o retinoblastoma o tipo que afeta de forma mais comum crianças até os 3 anos de idade - mas, ainda assim, são raros: no Brasil, cerca de 400 crianças são diagnosticadas por ano com a condição. Recentemente, o retinoblastoma ganhou os noticiários e a atenção da população quando o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin anunciaram que a filha do casal, Lua, de apenas 1 ano, estava com a doença.
Como o próprio nome indica, o retinoblastoma afeta a parcela do olho responsável pela formação das imagens que enxergamos: a retina. Porém, mesmo localizado à plena vista, trata-se de um tumor praticamente imperceptível, a não ser nos estágios avançados: “Por se tratar de um câncer que acontece na infância precoce, dificilmente a criança queixa-se de algum desconforto e, dependendo da localização do tumor, ela consegue se adaptar a presença dele e, assim, não relata nenhum sintoma.”, explica o oftalmologista.
Outro agravante dessa doença é que esse tipo de câncer pode ser hereditário: “Cerca de um terço dos retinoblastomas são bilaterais, ou seja, afetam ambos os olhos. Nestes casos, a grande maioria são hereditários, com 50% de chances de o paciente transmitir o gene afetado para seus descendentes, além da probabilidade de desenvolver outros tipos de câncer ao longo da vida ser ampliada”, explica o Dr. Rommel.
No que tange ao tratamento, uma vez identificado o retinoblastoma, faz-se necessária uma consulta com um oncologista para uma avaliação sistêmica, ou seja, com o objetivo de verificar se houve metástase do câncer, com o seu espalhamento para outras áreas do corpo. Caso ele esteja apenas nos olhos, o oftalmologista responsável indicará a melhor forma de tratamento, que pode variar de acordo com cada caso, sendo a quimioterapia (geral ou local), a radiação externa ou com a introdução de placas internas nos olhos, o laser e o uso de calor (termoterapia) ou frio (crioterapia) algumas das possibilidades disponíveis.
Em jovens e adultos, por sua vez, é o melanoma intraocular o tipo de tumor maligno mais frequente. O nome justifica-se pelo fato de acometer as chamadas células pigmentares, responsáveis pela coloração dos nossos olhos, cabelo e da nossa pele - na qual está presente a melanina, por exemplo. Contudo, diferentemente do câncer de pele, o melanoma que afeta os olhos não possui relação comprovada com os efeitos dos raios ultravioletas emitidos pela luz solar.
Assim como no retinoblastoma, as formas
de tratamento são variadas e dependem do tamanho e da localização do tumor,
além da verificação da existência ou não de metástase para outras áreas do
organismo, como os ossos, o fígado e os pulmões. Nos casos de melanoma,
contudo, há ainda a possibilidade de retirar cirurgicamente o tumor, dependendo
da área atingida - algo que não é possível nos diagnósticos de retinoblastoma.
A identificação de tumores ainda nos estágios iniciais pode evitar a necessidade de intervenções mais graves - no caso dos olhos, a retirada total do globo ocular. Por isso, consultas regulares ao oftalmologista, com os exames padrões, que dilatam a pupila, podem auxiliar a identificar possíveis anomalias. Nas crianças, fotografias com flash e o chamado “teste do olhinho”, no qual é projetada uma luz para verificar se há o reflexo branco nos olhos, podem indicar a presença de um tumor, mas não substituem uma consulta oftalmológica, que deve ser feita nos primeiros seis meses de vida e, depois, periodicamente, segundo orientação do oftalmologista pediátrico.
“É fato que não temos o costume de
visitar o consultório médico com frequência, especialmente um oftalmologista, a
não ser que tenhamos algum problema visível, algum sintoma que esteja
incomodando. Contudo, especialmente quando falamos de câncer, o diagnóstico
precoce ainda é o nosso melhor aliado para aumentar drasticamente as chances de
cura e reduzir os impactos que essa doença pode exercer na nossa qualidade de
vida”, finaliza.
Instituto
da Visão de Curitiba - iVisão
Responsável: Dr. Marcello Fonseca, Diretor Clínico e
Oftalmologista - CRM 12521
Endereço: Av. Sete de Setembro, 5899, Bairro Batel -
Curitiba - PR. CEP 80240-0001
Mais informações: acesse o site da clínica
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