No
entanto, dietas restritivas podem trazer complicações, influenciando até mesmo
no aumento de peso
Todo mundo quer se sentir bem ao se olhar no
espelho e algumas mudanças podem fazer com a autoestima melhore
consideravelmente, seja com um corte de cabelo, uma roupa nova ou ao ver aqueles
quilinhos indesejados indo embora. No entanto, nos últimos anos alguns tipos de
dietas começaram a surgir: low carb, dieta dukan, mediterrânea, paleolítica,
esses são apenas alguns dos nomes que fazem parte dos hábitos de quem é adepto
a regime e escolhe uma delas para seguir e alcançar o objetivo de emagrecer.
Contudo, mesmo que essas dietas sejam bem
famosas, elas merecem muita atenção, porque, de um modo geral, elas são
restritivas e muitas vezes não são adequadas. Além disso, ao restringir uma série
de alimentos, várias vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento
do organismo não são ingeridos. De acordo com especialistas, o melhor caminho
para fazer uma dieta é buscando auxilio profissional, como um nutricionista,
por exemplo, para que ele possa orientar a melhor dieta, que é baseada em
diversos fatores, como doenças pré-existentes, exames bioquímicos, histórico do
paciente, alergia e/ou intolerância alimentar, entre outros pontos importantes
a serem avaliados.
Dieta para emagrecer e ser saudável, é possível?
De acordo com uma pesquisa realizada pela
Banca
do Ramon, um tradicional empório de São Paulo, a maior preocupação do
brasileiro ao fazer dieta é perder peso. O estudo intitulado como “Hábitos
alimentares dos Brasileiros – preferências, dietas e tendências de consumo”,
mostra que 74% dos entrevistados fizeram dieta no último ano com o intuito de
emagrecer, enquanto 23% fizeram por motivos de saúde e 3% para ganhar peso.
Segundo Nathália Gazarra, nutricionista
consultora da Banca do Ramon, a popularização dessas dietas faz com que as
pessoas fiquem mais interessadas na prática, mas ao aderi-las podem prejudicar a
saúde. “As pessoas que fazem alguma dieta restritiva com o foco em
emagrecimento, 95% delas voltam a ganhar peso. Essas dietas tem uma perda de
peso rápida, porém a grande maioria das vezes é uma perda sem saúde, e tem
consequências, como fraqueza, mal-estar, alterações de exames bioquímicos,
inclusive pode desencadear compulsão alimentar e transtornos alimentares
graves. Por isso, independente da dieta, é necessário, buscar um nutricionista
para que ele veja o que mais adequado para cada objetivo”, explica.
O que dietas restritivas podem causar?
O organismo precisa de uma série de nutrientes
para que funcione bem, no entanto, com as dietas restritivas, ele pode ter
carência dessas vitaminas e minerais, fazendo com que além de ter pouca
energia, vários outros problemas apareçam. E conforme explica Gazarra, qualquer
dieta que impede a ingestão de alimentos que fornecem energia ao corpo, leva ao
emagrecimento rápido, contudo, esse método traz uma série de complicações,
sendo assim, não recomendado. “Independente do objetivo da dieta, seja ele,
cortar algum grupo alimentar ou diminuir muito a quantidade de alimento no dia,
além de ingerir menos nutrientes, pode até perder massa muscular, que é quem
nos dá mais vitalidade para as atividades diárias”, detalha.
Quando o corpo passa por esse tipo de mudança
radical, ele pode responder de alguma forma, desencadeando complicações, como:
Anemia
Vários fatores podem causar a anemia, mas, uma
alimentação pobre em ferro é um dos principais causadores da doença. De um modo
geral, a anemia acontece quando há uma diminuição dos níveis de hemoglobina no
sangue, proteína responsável por transportar o oxigênio dos pulmões aos
tecidos, pelos glóbulos vermelhos.
Alimentação restrita de ferro, vitamina B12 e
ácido fólico causam anemia. Esses nutrientes podem ser encontrados em carne
vermelha, leguminosas, ovos, queijo, leites, legumes verdes, entre outros. A
anemia pode causar sérios problemas, como deficiências cardíacas e
neurológicas, o melhor jeito de combate-la é tendo uma alimentação mais
saudável que inclua de tudo um pouco, sem exageros.
Compulsão alimentar
O corpo passa por uma série de alterações durante
essas dietas, como mau humor, a queda de cabelo, unhas quebradiças, falta de
energia e aumento da fome! Com todas essas transformações, é comum ter vontade
de ingerir algo mais calórico, como doces ou carboidratos, pois são alimentos
que fornecem energia imediata. E, então, vem o descontrole, pois, a restrição
leva a compulsão. “É comum ter episódios de compulsão alimentar, pois, o corpo
sente falta dos alimentos que foram cortados, é uma questão fisiológica e
psicológica, sem contar que dietas são bem estressantes para o cérebro, então,
ele entende como algo ruim. Quando existe um desejo de emagrecer, o melhor
caminho é a reeducação alimentar, porque as refeições são distribuídas de
maneira adequada de acordo com a rotina, de forma que, seja consumido todos os
nutrientes necessários para a vitalidade do ser humano”, conta Gazarra.
Problemas cardiovasculares
A restrição de determinados alimentos também
prejudica a saúde cardiovascular, muitas dietas provocam perda de sódio e
potássio, sendo que, esses dois são muito importantes para a saúde do coração,
desde que sejam consumidos com equilíbrio, pois o excesso também pode fazer
mal. O baixo nível de potássio no organismo causa hipocalemia, que é fraqueza
nos músculos, elevação na pressão arterial e batimentos cardíacos anormais. Já
o baixo nível de sódio pode levar a arritmia cardíaca, além de fraqueza
muscular, diarreias e vômitos.
Quando fazer uma dieta restritiva?
Dietas alimentares restritivas não são
recomendadas, principalmente se motivadas por questões estéticas, pois, podem
trazer muito riscos, no entanto, em alguns casos, dietas são importantes para
controlar alguma doença específica. Pessoas diabéticas ou hipertensas, por
exemplo, precisam evitar alguns tipos de alimentos, porém, é o médico e/ou
nutricionista quem vai dizer o que pode ser cortado e como deve ser
substituído, uma vez que, os nutrientes são necessários.
Pode-se comer de tudo e não tudo
O verdadeiro segredo para uma boa dieta é manter
o equilíbrio sempre. É necessário respeitar os limites do corpo, e, isso inclui
em respeitar a própria fome e se permitir ter refeições de qualidade, saborosas
e ricas em nutrientes. “Restringir muito a alimentação para alcançar um
objetivo estético é negligenciar o próprio corpo. As pessoas precisam saber que
é possível comer bem, sem exageros ou restrições. Perder peso não é um evento,
e sim um processo. É preciso um acompanhamento nutricional e contínuo com foco
na alimentação saudável e prática de exercícios físicos”, finaliza a
nutricionista.