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domingo, 12 de abril de 2015

Gengiva Inflamada faz mal para autoestima e para o coração




Acúmulo da Placa Bacteriana precisa ser tratado adequadamente para evitar perdas dentárias e doenças mais graves
É sempre bom ao escovar os dentes observar como anda a boca como um todo, pois bactérias, vírus e outros microorganismos são prejudiciais à saúde, ainda mais porque diabetes, problemas respiratórios e cardiovasculares tem relação com infecções na boca.

Mau hálito, inflamações na gengiva, problemas nos dentes e até nos ossos da mandíbula  podem ser consequência da falta de higiene e da má escovação, no entanto, vale lembrar que a gengiva inflamada pode prejudicar também a saúde do coração, pois as bactérias causadoras das infecções gengivais podem se espalhar pela corrente sanguínea e chegar aos vasos do coração.
Como as bactérias estão sempre presentes na boca, elas aproveitam os alimentos  ingeridos e a saliva para se desenvolverem. A placa bacteriana causa  cáries  e irrita a gengiva ao redor dos dentes, causando gengivite.
Outro ponto é com relação a força da mordida , num jovem ela pesa cerca de 60 quilos,  mas  com o passar do tempo ela vai diminuindo, por exemplo, na terceira idade, essa força diminui como parte de um processo de degeneração natural de todos os músculos do corpo, inclusive os da boca. Dr. Normando Scarabotto, cirurgião dentista, expoente em Estética e Saúde Bucal, salienta que quando um idoso perde um dente compromete cerca de 33% da efetividade da mastigação, o que pode ser ainda pior dependendo da localização do dente perdido, mexendo com a autoestima.
Esse processo pode ser evitado ou minimizado com a forma correta de higienizar a boca e com visitas constantes ao dentista. O Dr. Normando Scarabotto  explica que a placa bacteriana  é uma película incolor e que o tártaro ou cálculo dentário, na verdade é o biofilme mineralizado. “Isso acontece por termos muitos minerais dissolvidos em nossa saliva na forma iônica, e estes íons acabam entrando na estrutura do biofilme deixando ele duro e aumentando a aderência ao dente e só o dentista consegue removê-los”. 
O especialista alerta que a simples escovação não é capaz de remover o tártaro que começa a crescer cada vez mais, invadindo o espaço que existe entre a gengiva e o dente, gerando uma inflamação óssea que traz mobilidade e risco de perda dentária. “Além disso, existe o risco da endocardite bacteriana, que é a proliferação de bactérias no músculo cardíaco”, diz Dr. Normando.

Como saber se os dentes estão com tártaro:
Passar a língua sobre os seus dentes para sentir a textura e  se há rugosidade
Escovar os dentes com movimentos circulares pequenos e sem força – só com o peso da escova.
Se após a escovação há pontos rugosos, possivelmente seja tártaro (cálculo dentário).
O tártaro também é um problema estético, pois absorve e mancha com corantes fortes, como fumo, chá, café, vinho tinto etc.  “A principal função do dentista é conhecer o seu paciente, ensiná-lo sobre a própria saúde, orientar quanto a parte estética, fazendo com que a cada visita a pessoa ganhe uma injeção de ânimo para cuidar de si mesmo”, conclui Dr. Normando Scarabotto.

Dr. Normando Scarabotto - Cirurgião-dentista, expoente em Estética e Saúde Bucal 
Av. Queiroz Filho, 1.700, 7o. andar, cj. 704 – Torre D - Vila Hamburguesa - São Paulo – SP. Tel.: 5102-2319

Desconto direto em folha de pagamento: quais os cuidados?





Foi aprovado na Câmara dos Deputados ontem (09) uma medida provisória que oferece ao trabalhador a oportunidade de descontar até 10% do salário, direto da folha de pagamento, para pagar fatura de cartão de crédito. Ainda precisa ser aprovada no Senado, mas, se for concretizada, quais as consequências para o bolso dos assalariados?
Primeiramente, vamos lembrar que essa novidade se parece com o crédito consignado, que permite o funcionário tome um empréstimo com a empresa que será descontado em folha, podendo representar até 30% do seu salário. E então eu faço a seguinte pergunta: se a pessoa já não conseguia viver dentro do padrão de vida que 100% do seu salário podia oferecer, como ficará com menos do que isso?
Suponhamos ainda que o trabalhador se comprometa com todas linhas atreladas ao salário, então, ele terá uma redução de 40% dos seus ganhos, se tornando praticamente impossível passar o mês todo sem novos empréstimos ou parcelamentos, criando o famoso efeito bola de neve. A conta é bem simples: quem ganha R$ 2 mil terá uma redução de R$ 800, ficando com apenas R$ 1,2 mil.
Imagine se o trabalhador, em vez de utilizar esses R$ 800 do cálculo acima para consignados, utilizasse para investir? Em 10 anos, ele teria R$ 217.079,70 (rendimento mensal de 0,65% e correção anual de 10% de inflação real). É claro que esse é apenas um exemplo de como funciona quando temos educação financeira e praticamos o consumo consciente, só há benefícios.
No entanto, pensando pela lógica de que o endividamento já existe e precisa ser resolvido, há vantagens em utilizar essa facilidade de descontar a fatura do cartão direto da folha de pagamento, até porque, por conta da instabilidade econômica do país, os riscos de inadimplência estão altíssimos e, por isso, os bancos aumentam sua taxa média de juros, alcançando 290,43% a.a., de acordo com pesquisa divulgada ontem (09) pela Anefac. Contudo, ainda assim, é necessário muito controle e planejamento para seguir com essa prática.
Em relação aos governantes, a aprovação dessa medida deve ser muito bem analisada, uma vez que, na verdade, não deveriam estabelecer apenas medidas para crédito, mas também investir em programas de educação financeira, reforçando que o problema não são as ferramentas de crédito, mas sim a forma que são utilizadas. O foco não deve ser a resolução da consequência do problema, mas sim da causa, motivando o consumo e o crédito conscientes.


Reinaldo Domingos - educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.

Joaquim Levy e a CPMF





Cogita-se no Congresso a volta da CPMF com alíquota de 0,15% para financiar a saúde pública e ajudar no ajuste fiscal. Ela garantiria uma receita de R$ 30 bilhões.
Desde sua criação, a CPMF foi tema de debates acirrados entre os defensores e os críticos da tributação sobre a movimentação financeira, cuja origem foi a proposta do imposto único, que previa a substituição de vários tributos de elevado custo por apenas um. Porém, ela foi criada como um tributo adicional aos já existentes.
Contudo, mesmo tendo sido instituída como mais um tributo, a CPMF foi um importante experimento para a economia brasileira. Revelou-se um tributo de baixo custo, simples e que dificulta a sonegação.
A CPMF deixou de existir desde 2008. Mas, vale lembrar que um importante legado em defesa daquele tributo foi deixado pelo atual ministro da Fazenda Joaquim Levy, o que reforça sua possível volta.
Em 17/9/2007 o então secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, publicou no jornal Valor Econômico o artigo “CPMF gera menos distorções na economia que outros tributos”, afirmando que “a CPMF é hoje um dos tributos que gera menor distorção na economia”. O argumento de Levy encontra respaldo em vários trabalhos acadêmicos, inclusive em simulações que produzi para comparar o impacto de um Imposto sobre Movimentação Financeira (IMF) com o de um sistema tributário tradicional, sobre os preços de 110 setores da economia (vide capítulo 2 do livro “Bank Transactions: Pathway to the Single Tax Ideal”, disponível em http://mpra.ub.uni-muenchen.de/16710/1/MPRA_paper_16710.pdf0). Esse é um ponto de grande importância porque rebate o discurso frequente dos críticos dessa forma de tributação.
Outro aspecto do artigo de Levy trata da eficácia administrativa da CPMF em termos de transparência, custo, combate à sonegação e distribuição do ônus fiscal. Segundo o ministro da Fazenda, a CPMF tem qualidades pelo fato de “sua arrecadação ser transparente, verificável e barata, ela alcança agentes que escapam de outros impostos, aumentando a equidade do sistema como um todo”.
Não obstante a pertinência dos argumentos esgrimidos a favor da CPMF por Joaquim Levy, sua pura e simples recriação na atual conjuntura seria polêmica se utilizada apenas como instrumento de elevação da carga tributária.
Tributação sobre movimentação financeira não deve ser vista, mais uma vez, apenas como um mecanismo para socorrer as finanças públicas em situação crítica. Pelo contrário, deve ser introduzida como referência para uma reforma tributária voltada à simplificação da caótica estrutura fiscal do país, ao combate da sonegação, à redução dos custos administrativos das empresas e à melhor distribuição do ônus entre os contribuintes. O tributo deve resgatar a ideia inicial de utilização da movimentação financeira como base para a eliminação dos tributos declaratórios complexos e ineficientes em uso na economia brasileira.



Marcos Cintra - doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA) e professor titular de Economia na FGV (Fundação Getulio Vargas). Foi deputado federal (1999-2003) e autor do projeto do Imposto Único.

sábado, 11 de abril de 2015

OS PROTESTOS E AS BANDEIRAS EQUIVOCADAS




Os movimentos sociais Brasil Livre, Revoltados On Line e Vem Pra Rua confirmam que o novo protesto nacional está marcado para domingo, 12, e esperam que mais de 2,5 milhões de brasileiros participem. Manifestações reivindicatórias são positivas, próprias da democracia e importantes desde que dentro dos limites da ordem e da civilidade, como foram as de 15 de março último.
Entendo, todavia, que as “bandeiras” devem ser não apenas unificadas, mas centradas em temas pontuais, prioritários para o país e factíveis por parte dos governos – federal, estaduais e municipais – e que reflitam o real anseio do povo. No último protesto houve reivindicações descabidas e extemporâneas, como o impeachment de Dilma e clamor pela volta do regime militar. Isto ocorreu, segundo os organizadores, por parte de pequenos grupos isolados que protestam desordenadamente, porém com  liberdade de participação nos eventos.
É inegável que o país passa por situação delicada, política e economicamente, com reflexos sociais. O governo precisa ouvir a voz das ruas e responder com objetividade. Não adianta somente reconhecer a legitimidade dos atos, como disse a presidente, nem atribuí-los a eleitores que não votaram em Dilma, como justificou o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.
O governo deve deixar clara a decisão de adotar ações efetivas, como a reforma fiscal, que é necessária e vai exigir medidas drásticas e sacrifícios dos setores produtivos e da população em geral. Todavia, não basta somente pedir sacrifícios e colaboração, é essencial que o poder público dê sua contrapartida reduzindo os gastos, enxugando o quanto possível a máquina administrativa que é pesada, onerosa, pouco produtiva e com mínimo retorno efetivo. Deve o governo começar pela redução do número de Ministérios, muitos dos quais podem ser unificados ou transformados em Secretarias ou Diretorias sem prejuízo das atividades.
No âmbito federal, não somente o Executivo deve adotar medidas de austeridade e dar exemplos. O Legislativo também é perdulário e às vezes até irresponsável. A Câmara Federal insiste em construir novo anexo orçado em R$ 1 bilhão, com novos gabinetes, cafeterias, restaurantes, lojas e garagem para 4.400 veículos, além de outros penduricalhos. Uma obra totalmente desnecessária porque não houve aumento do número de deputados, e os atuais gabinetes e demais estruturas são suficientes; os parlamentares (Câmara e Senado) forçam a liberação das verbas de emendas orçamentárias (cerca de R$ 10 bilhões, no total), a maioria para obras não urgentes e com o detalhe de que muitas vezes o governo realiza e entrega a obra que acaba ociosa porque os municípios não conseguem manter e dar a utilização devida, por falta de recursos e estrutura. E o Judiciário deveria entender a situação e não se apegar ferrenhamente ao auxílio moradia, uma insignificância do ponto de vista individual quanto aos altos salários e outras vantagens percebidas, porém volumoso considerando-se o total, que poderia ir para projetos de interesse social.
Por tudo isso, o bom êxito e alcance dos movimentos de rua somente serão possíveis com a unificação da pauta popular e foco em questões pontuais e urgentes. Do contrário é desperdiçar o poder de fogo desta importante arma democrática. Talvez por isso, como efeito das manifestações de março a única resposta com que o governo Dilma acenou foi um pacote contra a corrupção, que o próprio governo pretende coordenar.

Luiz Carlos Borges da Silveira - empresário, médico e professor. Foi Ministro da Saúde e Deputado Federal. 

Cem dias de solidão



                   
Aos cem dias de seu segundo mandato, completados em 10 de abril, a presidente Dilma Rousseff continua praticamente isolada no Palácio do Planalto. A base de sustentação do governo no Congresso Nacional está muito abalada, colocando o Poder Executivo quase na condição de refém das mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados. É o velho clientelismo mostrando suas garras. Como se não bastasse, o próprio PT questiona a administração e as decisões do governo, tornando-o ainda mais frágil.
  A solidão de Dilma é a face mais aguda dos desentendimentos políticos que dificultam a solução da crise econômica, pois geram desconfianças, incertezas e insegurança. A presidente caminha num fio de navalha. Qualquer decisão que adote desagrada um ou mais segmentos integrantes do governo, cujos ministérios constituem uma Babel ideológica dos partidos aliados (???) e de sua própria legenda.
Indicação muito clara disso é o ajuste fiscal, tão necessário à Nação, mas contestado de modo veemente pelo PT e os setores mais à esquerda do pensamento nacional, que não aceitam a redução de benefícios para os desempregados e pensionistas do INSS. Outro exemplo é o projeto de lei relativo à terceirização, também do desagrado da CUT, do partido da situação e de organizações oficiosas que o apoiam, como os movimentos dos sem terra e sem teto, protagonistas de manifestação violenta em frente ao Congresso Nacional, no dia da votação, 7 de abril. Como agirá Dilma no momento de sancionar a matéria? Em contrapartida, propostas como a da redução da maioridade penal, defendida por vários partidos da base de sustentação e da oposição, não têm o apoio da presidente.
Dividida na tentativa de preservar o apoio de legendas cada vez menos sinérgicas, fragilizada politicamente dentro do próprio PT e pressionada pelo escândalo do petrolão, Dilma Rousseff vem adotando apenas medidas paliativas e não faz o que o Brasil precisa para retomar o crescimento econômico: juros e impostos menores; câmbio equilibrado; política eficaz de estímulo à competitividade industrial; investimentos em infraestrutura; garantia de abastecimento de energia e programa sério para enfrentar a crise hídrica; financiamentos de longo prazo para as médias e pequenas empresas; e política cambial mais equilibrada, que atenda à necessidade de impulsionar as exportações, mas sem exceder os limites de desvalorização do Real toleráveis para quem compra tecnologia, insumos e bens de capital no exterior.
Essas são providências essenciais para reanimar os investidores e despertar o chamado espírito animal dos empresários, invocado recentemente pelo próprio governo. Poucos ousarão empreender, aumentar a produção, criar produtos e serviços e alocar recursos na expansão de mercados, em meio ao presente cenário de incertezas e de políticas públicas inconsistentes, de curto prazo, com frágil apoio político e que, por todas essas causas, inviabilizam o planejamento das empresas e desestimulam a economia.   
Em vez de seguir premida pelos partidos, chegou a hora de a presidente Dilma, fazendo valer a legitimidade institucional de sua eleição, ignorar o fisiologismo e atender aos anseios dos mais de 53 milhões de eleitores que votaram nela, dos outros mais de 50 milhões que não votaram, dos trabalhadores, empresários e toda a sociedade, realizando o que o Brasil realmente precisa. Caso contrário, transformará o Palácio do Planalto num sombrio cenário realista da mítica aldeia de Macondo, na qual se isolaram, em “cem anos de solidão”, os membros da família Buendía, personagens do consagrado romance do Nobel de literatura Gabriel Garcia Marques.
Levi Ceregato - presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional).

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