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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Avanço da vacinação contra Covid-19 não refletiu ainda em retomada dos diagnósticos de cânceres exclusivamente masculinos

Número de casos de cânceres urológicos masculinos registrados no país continua abaixo do esperado: diagnóstico de câncer de próstata caiu 47,8%; de pênis, 13%; e de testículo, 28,6%, quando comparados os meses de janeiro a maio de 2019 e 2022. Os dados foram compilados do Painel Oncologia Brasil/Datasus


O impacto negativo da pandemia no diagnóstico precoce dos cânceres exclusivamente masculinos – próstata, pênis e testículo – ainda não foi revertido diante do calendário vacinal e do afrouxamento de medidas de isolamento em todo o país. Nos primeiros cinco meses de 2022 comparados com igual período de 2019, ou seja, antes da pandemia e após o início da vacinação, o cenário continua a ser de queda significativa no volume de casos registrados das doenças.

No país, em relação ao câncer de próstata, os diagnósticos caíram 47,8% (de 16.880 casos, em 2019, para 8.801, em 2022). Em relação ao câncer de pênis, 13% (de 391 para 340), e câncer de testículo, 28,6% (de 725 para 517). Os dados foram compilados do Painel Oncologia Brasil/Datasus.  

Essa redução chama a atenção porque pode ocasionar uma onda de diagnósticos mais tardios, com doenças mais graves devido à demora no tratamento e desfechos menos favoráveis para os pacientes, segundo o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Tradicionalmente, os homens são mais negligentes nos cuidados relacionados à saúde do que as mulheres. E com base nos dados do Datasus, é possível inferir que mesmo após a vacinação e a retirada das medidas de isolamento social, eles continuam afastados dos consultórios médicos e isso terá consequências”, avalia.


Números por região

O cenário em relação a esses diagnósticos, de acordo com a mesma base de dados, revela o seguinte:


Diagnóstico de câncer de próstata *

Região

Janeiro a   maio 2019 

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda   (2019 x 2022)

Norte

549

468

407

 169

69,2

Nordeste

4.302

2.845

3.357

2.045

52,4

Sudeste

8.380

6.986

6.903

4.733

43,5

Sul

2.663

2.265

2.008

1.291

51,5

Centro-Oeste

986

794

761

563

42,9

Total

16.880

13.358

13.436

8.801

47,8

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência



Diagnóstico de câncer de testículo*

Região

Janeiro a maio 2019

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda   (2019 x 2022)

Norte

22

32

24

        18

18,1

Nordeste

89

80

72

49

44,9

Sudeste

324

316

273

250

22,8

Sul

248

265

180

162

34,6

Centro-Oeste

42

44

45

38

9,5

Total

725

737

524

517

28,6

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência

 


Diagnóstico de câncer de pênis*

Região

Janeiro a maio 2019

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda (2019 x 2022)

Norte

19

37

41

 8

57,8

Nordeste

121

123

126

96

20,6

Sudeste

140

146

143

142

+ 1,4**

Sul

82

67

80

64

21,9

Centro-Oeste

29

24

47

30

+ 3,4**

Total

391

397

437

340

13

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência

** Regiões que registraram alta

 


A importância do checkup regular

De acordo com Guimarães, fazer os exames de rotina como hemograma, eletrocardiograma, colesterol e glicemia, ajuda a criar um histórico da saúde e entender melhor quando algo desanda. “Especialmente para o homem, é importante um acompanhamento constante com um médico, para conferir se tudo está realmente bem”, afirma.

No caso das doenças oncológicas, o diagnóstico precoce tem impacto determinante no tratamento. Isso porque diagnósticos mais tardios de tumores estão relacionados a pior prognóstico, a tratamentos mais agressivos, caros e com pior resultado. “Nesses casos, temos um custo irreparável que é a vida perdida. Um câncer em fase mais adiantada, mesmo quando o resultado do tratamento é satisfatório, pode levar a maior prejuízo tanto para o paciente quanto para a família em função de sequelas”, afirma.

Os tumores de pênis, por exemplo, quando restritos ao órgão, a cura pode ser atingida em mais de 70% dos casos. Porém, quando compromete linfonodos inguinais, a sobrevida é menor que 50% em cinco anos. Se acomete linfonodos pélvicos, a sobrevida não chega a 20%. “Em geral, metade dos diagnósticos desse tipo de tumor são feitos depois de um ano do início da doença. O atraso maior ainda provocado pelo cenário da pandemia, pode custar ao paciente a necessidade de mutilação cirúrgica (amputação do órgão)”, explica o especialista.

O câncer de testículo tem maior prevalência no mundo entre os homens de 15 a 34 anos, superando a leucemia, que é o câncer pediátrico mais comum. Um fator que dificulta o diagnóstico precoce no Brasil é o fato de ser muito comum o homem associar qualquer alteração no testículo com alguma doença venérea ou trauma recente. “A maioria tem medo de falar sobre o assunto, principalmente com as esposas”, afirma Guimarães. Embora o câncer de testículo tenha baixa mortalidade, o sucesso do tratamento é maior quando a doença é descoberta precocemente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, apesar dos avanços terapêuticos em relação ao câncer de próstata, cerca de 25% dos pacientes ainda morrem devido à doença. No Brasil, por mais que o câncer de próstata seja, biologicamente, uma doença com perfil indolente (de crescimento lento), cerca de 20% dos casos são diagnosticados em fase avançada. A desigualdade de acesso aos serviços de saúde é um dos fatores que levou ao aumento da mortalidade por câncer de próstata no país nas últimas três décadas.

Guimarães alerta que é fundamental realizar o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propiciam descobrir a doença em fase mais inicial, reduzindo assim a mortalidade. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. “Muito se fala que há excesso de diagnóstico e que muitos tumores, de tão indolentes, poderiam não ser tratados. Em alguns casos, isso até pode ocorrer, mas em um país com desigualdade de acesso aos programas de rastreamento, como é o caso do Brasil, devemos sim incentivar a população a fazer os exames”, destaca Guimarães.

 

IUCR - O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães

 

Dados mostram que 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão estão relacionados ao fumo

A doença ocupa primeiro lugar em mortalidade no mundo, atingindo mais de 30 mil pessoas anualmente no Brasil


O tabagismo excessivo é responsável por 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Trata-se do segundo tipo da doença mais comum no país e atinge cerca de 30 mil brasileiros por ano, sendo o mais letal, com taxa de sobrevida que chega, em média, aos 18%. A gravidade dos números sobre a doença levou à criação do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão: 1° de agosto. O objetivo da data é mobilizar e reforçar os cuidados preventivos junto à população.

 

Apenas 16% dos casos são descobertos logo no estágio inicial da doença. Geralmente, os indivíduos acometidos se dão conta de que algo está errado quando começam a aparecer os principais sintomas, como tosse (muitas vezes com sangue), dor no peito e perda de peso, que se manifestam em estágios mais avançados. “O principal fator de risco é o fumo, tanto ativo quanto passivo, sendo que o risco de ocorrência e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo”, alerta o médico William Nassib William Junior, diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, hub de saúde de excelência e uma das principais referências no país para este tratamento.


 

Diagnóstico

 

Os sintomas mais recorrentes em pessoas acometidas pelo câncer de pulmão são tosse persistente, catarro com sangue, dor no peito, rouquidão, falta de ar, pneumonias repetidas, bronquite, assim como perda vertiginosa de apetite e peso. Na BP, o diagnóstico de tumores no pulmão é realizado por meio de tomografia computadorizada, preferencialmente com o uso de contraste, bem como raio-X do tórax. Para confirmação de lesões suspeitas é feita biópsia para extração de amostras teciduais para serem examinadas em laboratório (análise anatomopatológica). O procedimento é feito com o auxílio da broncoscopia (endoscopia respiratória), da ecobroncoscopia (ultrassonografia endobrônquica – EBUS) ou ainda biópsia guiada por tomografia.

 

Para verificar a disseminação do tumor do pulmão para outras partes do corpo, utiliza-se o PET-Scan ou o PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons), tomografias de tórax, abdome total e cintilografia óssea, dentre outros exames de imagem que permitem identificar metástases.

 

De acordo com o médico da BP, quanto mais precoces o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de cura. “Muitas vezes o câncer de pulmão se desenvolve sem dar sinais, sendo primordial que fumantes ou pessoas expostas ao fumo de forma passiva façam acompanhamento profissional regularmente, assegurando que o tumor seja detectado em fase inicial”, explica William.


 

Tratamento

 

A cirurgia é a abordagem terapêutica mais indicada em casos de tumores em fase inicial. Quando o câncer atinge os linfonodos (gânglios linfáticos), o procedimento pode ser feito com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, com a administração de remédios que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a combater o câncer.

 

Já para os casos de metástases, ou seja, quando a doença já se espalhou para longe do seu ponto de origem, é necessário um tratamento sistêmico, que percorre a corrente sanguínea para atingir todos os possíveis locais de acometimento. “Existem três modalidades de tratamento para esses casos, que são a quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo, que utiliza uma classe de medicamentos responsável por agir sobre determinadas características moleculares dos tumores”, diz o médico.

Para a melhor tomada de decisão estratégica de tratamento, é necessária a realização de exame detalhado sobre a genética do tumor. “Dessa forma, é possível entender qual tratamento será mais eficaz”, finaliza o médico.


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo


A safra futura do produtor rural pode ser considerada bem essencial em caso de recuperação judicial?

 

A safra futura, na maioria dos casos, serve de fomento para a nova plantação e é responsável pelo giro de capital do produtor rural, sendo imprescindível para as atividades produtivas, principalmente para o empresário rural em crise. Nesse sentido, a proteção legal da produção agrícola é fundamental para os rendimentos da comercialização, com o objetivo de permitir o investimento na empresa em recuperação judicial.

A Lei de Recuperação Judicial nº 11.101/05 apresenta proteção aos bens essenciais à atividade econômica da empresa ou produtor rural que se encontrem sob processo de recuperação, impossibilitando a alienação durante o prazo de suspensão de 180 dias, previsto no artigo 6º, §4º, com o objetivo de utilizar a atividade empresária para superação da crise econômica e evitar a decretação da falência.

No entanto, o assunto é contraditório nos tribunais, principalmente quando a discussão recai sobre os rendimentos obtidos por meio de bens essenciais da empresa em processo de recuperação judicial, como é o caso da produção de plantio agrícola.

Em recente posicionamento, o Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Resp 1.991.989/MA (2021/0323123-8), definiu que a receita obtida pela utilização de tais bens não é tida como essencial ao produtor rural em recuperação judicial. Tal decisão excluiu a proteção que proíbe a alienação, venda ou constrição durante a suspensão deferida em favor do produtor rural em recuperação judicial, vindo a reparar a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão, em sede de agravo de instrumento, que havia entendido que os valores recebidos pela venda de safra de soja e milho seriam fundamentais para a recuperação do empresário rural em crise.

Ao proferir tal decisão, o Superior Tribunal de Justiça pontuou que a safra produzida e comercializada pelo produtor rural em recuperação judicial constitui bem de capital, sendo produto final da empresa, não encontrando amparo no conceito de essencialidade de bens para a continuidade da atividade, determinando, assim, a entrega da safra futura como forma de cumprimento de acordo firmado pelo produtor rural e terceiro antes do processo de recuperação.

Importante destacar, que ao desconsiderar a essencialidade da matéria-prima, há um grande risco ao produtor rural de sofrer constrições ou apreensões na safra futura, que poderia servir de fomento para a atividade empresarial. Isto porque, tratando-se de grãos produzidos pelo produtor rural em recuperação judicial, o ciclo produtivo somente poderá ser mantido se houverem recursos financeiros provenientes de sua venda que serão investidos na continuidade da safra. 

 

Tatiane Bagagí Faria - advogada da área Cível do escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br/pt/

 

Dia Nacional da Saúde (05/08): qual a importância do leite para a saúde

Leite e derivados são fortes fontes de proteínas, peptídeos, fósforo e vitaminas
Créditos: Envato

Combate à obesidade, dentes e ossos mais fortes são alguns dos benefícios do alimento


Presente em muitas culturas, o leite é um dos alimentos mais completos e versáteis que existem, podendo ser consumido de diversas formas e em praticamente todas as refeições do dia, e sempre associado à boa nutrição. 

Um copo cheio de leite de vaca contém vitaminas A e B, que são excelentes para garantir uma boa visão e o aumento da produção de células vermelhas do sangue; carboidratos para nossa vitalidade e energia; potássio para regular as funções nervosas; magnésio para os músculos; fósforo para liberação de energia; e proteínas para a restauração e o crescimento celular. Mariana Etchepare, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo, conta que o leite pode proporcionar vários outros benefícios. “O leite de vaca e seus derivados compõem um grupo de alimentos cultural e nutricionalmente importante, tanto por estarem presentes no cotidiano da maioria das pessoas,como por ofertarem quantidades consideráveis de nutrientes necessários ao desenvolvimento do organismo. No Brasil, o hábito alimentar é consumir leite de vaca na primeira refeição do dia, sendo ingerido puro, com café ou acompanhado de frutas, além de ser o ingrediente constituinte de diversas preparações culinárias tradicionais, doces ou salgadas” Por serem fontes de proteínas, peptídeos, fósforo e vitaminas A, D, B2, B12, biotina e cálcio, o consumo de leite e derivados colabora para o alcance das recomendações de ingestão diária destes nutrientes e auxilia nos benefícios citados abaixo:


Controle de peso

O consumo de leite e derivados como parte de uma dieta completa, variada e equilibrada está associado à manutenção de um peso corporal saudável e à diminuição do acúmulo de gordura visceral. “É um mito atestar que leite engorda. Pesquisas recentes mostram que pessoas que consomem leite e alimentos lácteos tendem a ser mais magras do que aquelas que não os consomem”, comenta Mariana.


Dentes mais fortes

A concentração de cálcio e fósforo presentes no leite e derivados é benéfica para o desenvolvimento e manutenção da saúde dos dentes. A proteína mais abundante do leite, a caseína, protege a superfície do esmalte quando os dentes são expostos a alimentos muito ácidos.


Fortalece os ossos

Sendo fonte de cálcio, fósforo, magnésio e proteínas, que são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos ossos, o consumo adequado de leite desde a infância e na vida adulta pode ajudar a tornar os ossos mais fortes e protegê-los contra doenças como a osteoporose.


Consumo

Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), apesar das altas nos preços do alimento, o consumo não diminuiu. Para o coordenador comercial de lácteos da Unium, Rogerio Wolf, o que acontece é uma forte queda de produção, chegando a 10% no primeiro trimestre, o mercado reagiu a queda da oferta com aumento de preços “Mesmo com o preço mais elevado, o leite é um produto essencial para a alimentação. Qualquer outro alimento que possa substituí-lo vai ser mais caro e pode não atender todas as necessidades nutricionais que o leite atende na dieta alimentar” finaliza.

 

Unium

 

Excesso de gordura corporal e seus impactos na fertilidade feminina e no sonho de ser mãe

Nutricionista da clínica Origen BH fala sobre doenças correlacionadas à obesidade e excesso de peso e a importância da abordagem da reeducação alimentar


Estudos recentes demonstram que a fertilidade feminina é negativamente influenciada pela obesidade e pelo sobrepeso. Mulheres com elevado percentual de gordura estão mais predispostas a ter irregularidade menstrual, ciclos oligoanovulatórios (ovulação irregular ou ausente) e infertilidade. Mas como então essas pacientes podem realizar o sonho de se tornarem mães? A nutricionista da clínica Origen BH, Bárbara Dora Alves Fernandes, explica que a maioria de pacientes com esse perfil convivem com hábitos alimentares ruins, além de sedentarismo.

De acordo com a nutricionista, o excesso de peso na mulher é associado também a resultados menos satisfatórios no tratamento da infertilidade e outras complicações. “Muitas pacientes com excesso de gordura corporal e que apresentem a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou a endometriose podem ter maior taxa de abortos espontâneos e maior risco de complicações na gravidez (como diabetes gestacional, doença hipertensiva da gravidez, parto pré-termo e alterações do crescimento intrauterino do bebê)”, exemplifica.

Segundo Bárbara, estudos e ensaios clínicos sugerem que vários fatores estejam possivelmente envolvidos na interação entre obesidade e infertilidade. Caso da leptina, hormônio produzido pelos adipócitos (células de gordura) e que atua no cérebro controlando o apetite, além de possuir outras funções no gasto energético do metabolismo. “Pesquisas indicam que quanto mais gordura no corpo, mais leptina é produzida e, quando em excesso, o controle do apetite é bloqueado e o metabolismo energético se torna mais lento e menos eficiente. Estudos in vitro sugerem que a leptina aumentada também pode afetar os ovários e reduzir a produção dos hormônios estrogênio e progesterona, dificultando a receptividade endometrial e implantação embrionárias”, diz a nutricionista.


Insulina - Outro problema que pode ser gerado pelo elevado percentual de gordura no organismo é a resistência insulínica devido ao excesso de glicose no sangue, comumente verificado na obesidade. A insulina é o hormônio responsável por mobilizar a glicose para dentro das células, que a utilizam para produzir energia. “Excesso de glicose sanguínea favorece uma hipersecreção de insulina e desencadeia uma resistência das células na sua ação. Além deste estado de hiperinsulinemia inibir a síntese de proteínas ligadoras de hormônios (SHBG) e das relacionadas à replicação celular (IGFBP), há aumento da produção dos hormônios estradiol, testosterona e progesterona. Essas alterações conduzem à secreção anormal de outros dois hormônios, o LH e o FSH, que afetam negativamente a maturação folicular e a ovulação. Além disso, a baixa de IGFBP pode interferir no desenvolvimento embrionário”, explica a nutricionista.

Bárbara Fernandes lembra ainda que o excesso de gordura pode dificultar a fertilidade por meio da lipotoxicidade – um efeito tóxico de moléculas de gorduras livres no sangue (conhecidas como radicais livres) em células reprodutivas, causando uma inflamação crônica de baixo grau nos folículos, aumento de insulina, triglicérides, lactato e proteína C-reativa (PCR) –, que afeta também o oócito (célula reprodutiva feminina) ou o próprio embrião.


Reeducação alimentar - Normalmente, a primeira abordagem na Origen à paciente obesa que quer fazer o tratamento de reprodução assistida é feita pela perspectiva de reeducação alimentar, com aumento da ingestão de alimentos in natura, ricos em nutrientes que podem favorecer a saúde reprodutiva e uma possível gestação. As estratégias para redução de peso e gordura corporal, principalmente baseadas em mudanças no estilo de vida e na alimentação, favorecem o restabelecimento da fertilidade, assim como a melhora dos resultados de tratamentos de reprodução assistida em mulheres com SOP e endometriose, além da redução das complicações obstétricas.

“Por tudo isso é fundamental que a paciente com sobrepeso ou obesa que sonha em ter filhos e apresenta a dificuldade da gravidez natural tenha uma orientação profissional feita por equipe multidisciplinar, não apenas com a nutricionista, mas com psicólogo (a), equipe de enfermagem e médico (a) especialista em reprodução

humana, pois é por meio de um planejamento global que vamos proporcionar a ela a melhoria nas condições nutricionais, psicológicas e fisiológicas para que o tratamento da gravidez tenha mais chances de obter o sucesso esperado”, acrescenta Bárbara Fernandes.


IMC - O atendimento nutricional é focado em otimizar as chances de resultado positivo no desfecho dos tratamentos e preparando o organismo da paciente para uma possível gestação, corrigindo possíveis deficiências nutricionais e desestimulando o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras. São avaliados o histórico de saúde, por meio de um questionário nutricional, além do índice de massa corporal (IMC) – que considera sobrepeso o IMC ≥ 25 e obesidade o IMC ≥ 30, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Exames bioquímicos podem ser solicitados para complementar a avaliação. Há ainda outros métodos adotados, como bioimpedância ou dobras cutâneas (que classificam percentual de gordura corporal), que juntos são capazes de dimensionar a proporção de gordura e massa magra do peso total.

“Importante verificar também as possíveis carências vitamínicas, principalmente as que são lipossolúveis (solúveis em gorduras), pois o excesso de adipócitos reduz a disponibilidade delas para o metabolismo reprodutivo – vitaminas A, , E e K. Além dessas, pode haver deficiência de vitamina C, zinco, magnésio e cálcio – possivelmente relacionada ao aumento do estresse oxidativo celular/inflamação na obesidade”, acrescenta.

Para cada mulher é feito um planejamento específico. Podem ser utilizados alimentos com capacidades funcionais, como gengibre, cúrcuma, própolis, chás de frutas vermelhas e cítricas, folhosos e vegetais, para ajudar no controle da inflamação. Muitas vezes é necessária também a suplementação para corrigir deficiências, contribuir no controle do apetite, atenuar inflamação e minimizar o estresse oxidativo celular”, complementa.

 

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva

 

Cerca de 20% das crianças são diagnosticadas com doenças visuais

No H.Olhos, referência em tratamento oftalmológico, miopia lidera o ranking dos casos atendidos; os chamados erros de refração são as doenças mais comuns na primeira infância

 

A atenção à saúde das crianças deve ser integral, principalmente quando o assunto é o cuidado com os olhos dos pequenos. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de doença visual. Especialistas H.Olhos, referência em casos de alta complexidade de oftalmologia, da rede Vision One, alertam que, até os cinco anos, o número de crianças que sofrem de miopia é de cerca de 1%. Aos 10 anos, a porcentagem sobe para 8% e aos 15, já chega aos 15%. 

“Diferentemente do estrabismo, os erros de refração nem sempre são evidentes. É por isso que exames de rotina devem ser feitos anualmente. Em estágios mais avançados, algumas crianças apresentam comportamentos, como: se aproximar ou se afastar dos objetos, dificuldade em reconhecer algo comum, tropeçar ou cair com frequência, apertar os olhos para enxergar melhor. Já em graus mais baixos, os sintomas mais comuns são dores de cabeça ou mesmo desinteresse por atividades simples”, pontua Dra. Márcia Ferrari, oftalmologista pediátrica do H.Olhos.

 

Principais erros de refração

Os erros de refração estão entre as doenças oculares mais frequentes e podem comprometer atividades do dia a dia assim como o aprendizado. Isso acontece quando a luz não chega com nitidez à retina, responsável pela formação de uma imagem. As principais são: 

- Miopia: dificuldade para enxergar objetos que estão longe;

- Hipermetropia: incapacidade de visualizar claramente objetos próximos e longe;

- Astigmatismo: objetos desfocados tanto perto como longe. 

De acordo com a especialista, o diagnóstico precoce é essencial para corrigir estes erros da maneira correta, a fim de evitar limitações da capacidade visual que acarretam o desenvolvimento incompleto da visão. “De maneira geral, as chances de um tratamento eficaz e mais assertivo aumentam quando o problema é detectado em estágio inicial. É fundamental que os exames oftalmológicos sejam feitos logo após o nascimento, como o Teste do Olhinho. Depois, o ideal é que os pais levem as crianças em consultas regulares a cada seis meses, até completar dois anos”, pontua Dra. Márcia.

 

Fique atento quando a criança apresentar:

- Dificuldade em reconhecer objetos comuns e pessoas conhecidas;

- Tropeçar ou cair com frequência.

- Apertar os olhos para enxergar;

- Levantar de seu lugar e se aproximar da lousa para ler o que está escrito;

- Desistir de prestar atenção pela dificuldade de leitura da lousa e apostilas/cadernos;

- Dores de cabeça no fim do dia de estudos pelo esforço para tentar ver melhor.

 

H.Olhos


Câncer de Estômago: um dos tipos mais letais do país pode ter influência genética

 Divulgação
Rotina equilibrada e teste genético são aliados para a prevenção da doença 


O Câncer de estômago, ou câncer gástrico, é o terceiro tipo mais frequente entre os homens e o quinto entre as mulheres do país. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostraram que, em 2020, foram registrados 21.230 novos casos da doença, sendo 13.360 homens e 7.870 mulheres. Enquanto o número de mortes, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer (SIM), foi de 13.850, desses 8.772 homens e 5.078 mulheres. 

O tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos. Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago, no entanto, estes são mais raros. 

Alguns dos sinais da doença são perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente.

Para evitar e prevenir o câncer de estômago é recomendado manter o peso corporal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos salgados e preservados em sal.

Apesar da prevenção, existem outras situações que podem aumentar o risco do seu desenvolvimento, entre elas, tabagismo; doenças pré-existentes, como anemia perniciosa; exposição a uma série de compostos químicos cancerígenos e a existência de parentes de primeiro grau com câncer de estômago.

Isso porque o câncer de estômago pode ser causado por mutações presentes no gene CDH1, que podem ser passadas de pais para filhos. Em condições normais, esse gene evita que o câncer aconteça em nosso corpo, já que ele produz uma proteína chamada caderina epitelial, que recobre as cavidades do nosso corpo, fazendo com que as células fiquem juntas. Isso regula a proliferação das células, evitando que elas se multipliquem de forma descontrolada, que é justamente o estágio inicial de cada câncer.  

Porém, quando o CDH1 é alterado, ele perde essa função e as células cancerígenas começam a se multiplicar de forma descontrolada, de forma a iniciar o crescimento de um tumor.

A estimativa é que pessoas com mutações nesse gene tenham a probabilidade de desenvolver a doença aumentada para até 70%. Já as pessoas sem mutações no CDH1 têm 1% de chance de desenvolver câncer de estômago durante a vida. 

Conhecer o risco à doença proporciona uma vida com mais tranquilidade para todos. E isso pode ser feito por meio de testes de mapeamento genético, como o meuDNA Premium que mostra a predisposição genética a esse tipo de câncer e de várias outras doenças. Com apenas uma amostra de saliva, você pode se proteger e, junto com seu médico, tomar as medidas necessárias para a prevenção.

As pessoas que têm mutações no DNA responsáveis por aumentar a predisposição ao câncer de estômago, devem conversar com um médico para definirem os cuidados e as medidas de redução do risco. Desse modo, o acompanhamento pode ser feito de forma personalizada, com base em todos os fatores envolvidos no desenvolvimento da doença. Por exemplo, exames de rastreamento podem ser iniciados mais cedo e feitos com maior frequência.

Os cânceres de estômago, mama, próstata, colorretal e outras doenças graves podem ser causadas por alterações em genes que estão na família. Por isso, testes de mapeamento genético, como meuDNA Premium, podem ser importantes para os cuidados de toda a família, garantindo mais bem-estar e qualidade de vida.

 

meuDNA Premium

 

Aneurisma cerebral: por que a doença mata antes de ser diagnosticada?

  A falta de conhecimento da população sobre a existência de protocolo de prevenção da existência de aneurismas cerebrais, que podem ser embolizados para não se romperem, fazem com que a doença não seja detectada a tempo de gerar grandes danos aos pacientes, que podem sofrer um AVCh (Acidente Vascular Cerebral hemorrágico) 

 

Cerca de 1% da população brasileira sofre de aneurismas cerebrais - dilatações das artérias cerebrais que formam espécies de bolhas que, quando rompidas, causam o Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (AVCh), uma condição que pode levar à morte. Porém, se o aneurisma é detectado previamente, antes do rompimento, ele pode ser tratado - e o paciente leva vida normal. "O problema é que o diagnóstico não é realizado em massa", diz o Neurorradiologista Intervencionista Renato Tosello, médico especializado no tratamento de aneurismas cerebrais.

Segundo ele, todas as pessoas deveriam passar, em suas rotinas médicas, por uma angiorressonância magnética ou uma angiotomografia, exames relativamente simples (cobertos pelo plano de saúde e disponíveis pelo SUS) e que detectam a presença de aneurismas. “O neurologista costuma solicitar o exame a quem faz parte do grupo de risco mas, cada vez mais, percebemos que todas as pessoas deveriam passar pelo check-up neurológico”, informa o Neurorradiologista Intervencionista Renato Tosello, médico especializado no tratamento endovascular de aneurismas cerebrais.

Segundo o Dr. Tosello, fazem parte do grupo de risco para aneurisma cerebral as pessoas que têm histórico de AVC na família (ou de aneurisma), fumantes, hipertensos, obesos, diabéticos e mulheres na menopausa. As mulheres, aliás, apresentam a doença em maior número que os homens. “A proporção é de 3:1, especialmente na faixa dos 40 anos em diante”, alerta o médico.

 

Diagnóstico, tratamento, prevenção 

Acaba de ser publicado pelo Journal of Neurointervencional Surgery, um dos veículos médicos mais importantes do mundo, um estudo científico realizado por pesquisadores brasileiros a respeito da eficácia do tratamento endovascular para aneurisma cerebral. 

Segundo o artigo científico, após seis meses de embolização, 70,1% dos 127 pacientes embolizados, com 177 aneurismas intracranianos tratados, tiveram a oclusão total dos aneurismas (fechamento total) e 87,3% tiveram oclusão favorável (quando existe enchimento de até 5% do aneurisma, quase uma oclusão). 

Após 12 meses do procedimento, o resultado foi de 83,3% de oclusão total e 97,7% de oclusão favorável. Outra boa notícia é que, em relação às questões de segurança, 97,6% dos pacientes não apresentaram efeitos adversos graves durante período de acompanhamento de 12 meses e não houve mortalidade relacionada ao procedimento.

Para o Dr. Renato Tosello, diretor-médico da Clínica Tosello e um dos autores do estudo, o Brasil firma-se como um importante centro de tratamento endovascular de aneurismas cerebrais a partir de constatações como as apresentadas nesta publicação. “Sabemos que, atualmente, o tratamento endovascular, também conhecido como embolização, é padrão-ouro para aneurismas cerebrais porque é o método menos invasivo e que permite a melhor e mais rápida recuperação do paciente. Sem a necessidade de abertura do crânio, essa cirurgia se dá com baixíssimos índices de complicações e óbitos, bem como grandes chances de cura em curto e médio prazos”, diz o médico.

O estudo foi realizado de dezembro de 2016 a setembro de 2019 e envolveu 127 pacientes com 177 aneurismas intracranianos, tratados em três centros diferentes.

Para ter acesso ao estudo, clique aqui: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35705359/

O aneurisma cerebral é uma “dilatação” que se desenvolve em um local de fragilidade da parede de um vaso sanguíneo (artéria ou veia) que irriga o cérebro. Frequentemente, se forma na bifurcação das artérias intracranianas. Por causa da dilatação, a parede do vaso fica mais enfraquecida e afilada à medida que aumenta de tamanho, como se fosse a borracha de uma bexiga que vai ficando mais fina e frágil enquanto se enche de ar até romper. Ao se romper e sangrar, o aneurisma causa um AVC hemorrágico sendo o do tipo subaracnóide, o mais comum.

O aneurisma normalmente não causa sintomas enquanto está pequeno, não comprime tecido cerebral ou nervos adjacentes e mantém sua parede íntegra (ou seja, quando não há ruptura).

Dependendo da localização e do tamanho do aneurisma, ele pode pressionar o tecido cerebral e os nervos ao seu redor, podendo gerar alguns sintomas como dor de cabeça; dor acima e atrás de um olho; dilatação da pupila de um olho; mudança na visão ou visão dupla e dormência de um lado do rosto e do corpo.

Se a pessoa não procura assistência médica, mas o aneurisma cresce e um dia se rompe e sangra, os sintomas podem variar conforme a seriedade do quadro.

Das pessoas que sofrem de aneurisma roto cerca de 40 – 50% morrem e ao redor de 20 – 25% ficam com algum déficit neurológico moderado ou grave.

 

Por que o diagnóstico ainda é pequeno 

Os diagnósticos precoces do aneurisma cerebral são poucos porque, justamente, não existe uma recomendação médica para um check-up neurológico preventivo – um erro que pode custar uma vida. “A cada dia, percebemos que é necessário fazer uma correlação entre doenças e as cardiológicas estão diretamente ligadas às cerebrais. Por isso, é importante realizar um checkup cardiológico e um neurológico anualmente”, aconselha o Dr. Tosello.

 

Clínica Tosello


Teste da Orelhinha tem importante papel no desenvolvimento auditivo e social das crianças

Fonoaudióloga do Hospital Paulista alerta para prejuízos que a não realização do exame podem causar ao longo da vida

 

Fonoaudióloga do Hospital Paulista alerta para prejuízos que a não realização do exame podem causar ao longo da vida.

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, possui mais de 40 anos de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Em localização privilegiada, a 300 metros da estação Hospital São Paulo (linha 5-Lilás) e a 800 metros da estação Santa Cruz (linha 1-Azul/linha 5-Lilás), possui 42 leitos, UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 salas cirúrgicas, realizando em média, mensalmente, 500 cirurgias, 7.500 consultas no ambulatório e pronto-socorro e, aproximadamente, 1.500 exames especializados.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia, assim como um Ambulatório de Olfato e Paladar, especializado no diagnóstico e tratamento de pacientes com perda total ou parcial dos sentidos. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.


Cistos intracranianos: o que fazer quando meu filho apresentar esse problema?

Dor de cabeça persistente pode indicar pressão no cérebro e presença de cisto

 

Sintomas como dor de cabeça e até mesmo atraso no rendimento escolar estão entre os principais motivos que levam os pais a buscarem ajuda médica para os filhos e, normalmente, o especialista solicitar exames de imagem para identificar a origem do problema.


“Hoje em dia é comum a realização de exames radiológicos como a tomografia e a ressonância do encéfalo e, muitas vezes, cistos cerebrais podem ser identificados nestes exames. Entretanto, nem sempre a presença do cisto está associado a sintomatologia apresentada. Em muitos casos, são “achados” de exames.”, explica Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico.


Nestas situações, é importante a opinião de um profissional habilitado para avaliar se o cisto cerebral pode ter alguma relação com os sintomas apresentados e tranquilizar os pais.


Mas, o que é um cisto intracraniano?

O cérebro é revestido de membranas e entre a primeira estrutura e a parte mais rígida - a membrana dura-máter - existe um espaço chamado subaracnóidea, onde ocorre a formação de um tipo de represamento do líquor produzido 24 horas por dia, que circula dentro das cavidades ventriculares e que precisa ser reabsorvido. Essa reabsorção ocorre em estruturas conhecidas como vilosidades aracnoides. Neste espaço, podem surgir compartimentos e desencadear o aparecimento do cisto aracnoide. 


Quando o cisto aracnoide pode gerar preocupação para os pais?

A preocupação maior é quando é identificado em crianças menores de 2 anos e que apresentam um crescimento progressivo da cabeça - que foge da curva normal do perímetro craniano. Este caso pode indicar o crescimento do cisto devido falha no escoamento do líquor nas cavidades ventriculares. Geralmente, o aumento do cisto causa compressão na região e compromete o desenvolvimento natural do cérebro da criança.


 Por outro lado, o cisto intracraniano pode ser identificado em todas as idades. A avaliação especializada poderá determinar se existe ou não indicação de cirurgia.


A dor de cabeça persistente também é um indicador de aumento da pressão craniana e isso está relacionado com a expansão do cisto.

Como é realizado o tratamento dos cistos intracranianos?

Normalmente, quando o cisto é pequeno e não apresenta crescimento progressivo, a ressonância deve ser repetida após 6 meses da realização do primeiro exame para acompanhar o caso, no entanto, em situações em que o cisto apresenta crescimento, muitas vezes, há necessidade de intervenção cirúrgica.


Cistos grandes devem ser operados? O cisto pode romper?

É possível encontrar cistos grandes mas estáveis, ou seja, que não apresentam crescimento e podem ser acompanhados com exames de imagem. Outros cistos podem progredir e necessitarem de tratamento cirúrgico. 


Há também casos em que o paciente – portador de um cisto intracraniano -  pode descompensar esse cisto depois de um traumatismo craniano. “Então, as duas situações podem ocorrer, o trauma pode levar a uma descompensação do cisto e o trauma pode levar ao diagnóstico de um cisto”, explica Dr. Ricardo.


Pode ocorrer uma ruptura espontânea do cisto e, também, associada a traumatismo craniano. Entretanto, são situações raras.


Quais são as cirurgias indicadas para os cistos aracnoides?

O objetivo da cirurgia é comunicar o cisto com as estruturas normais do crânio.

Pacientes que tem cistos pequenos, que não estão em progressão ou que a clínica nada tem a ver com o cisto, devem ser observados.


Já para os pacientes que apresentam progressão do cisto ou sintomas relacionados ao cisto aracnoide, a exemplo dos que estão localizados na região temporal – próximo a região da orelha – o procedimento cirúrgico deve ser indicado.


Há três tipos de cirurgias para os cistos aracnoides:


A microcirurgia, que corresponde a realização de uma pequena incisão, abordagem direta do cisto. A parede do cisto é rompida com auxílio de um microscópico, permitindo que o líquor possa ter a circulação reestabelecida no cérebro.


O neuroendoscópico que é uma ferramenta utilizada pelo neurocirurgião que permite uma pequena perfuração no crânio e introdução do endoscópico que atinge o núcleo do cisto (parte interna). Dependendo da localização do cisto, pode ser indicada a cirurgia aberta ou a endoscópica. Essas duas cirurgias conseguem tratar a grande maioria dos cistos.


A outra possibilidade de tratamento é a instalação de uma derivação cisto-peritoneal, entretanto, não deve ser realizada como primeira escolha de tratamento.

 

Quais são os riscos do tratamento cirúrgico para a criança?

Dentro do cisto a pressão é muito alta, isso porque existe um crescimento e aumento da pressão dentro na região. Quando é realizado um tratamento com abertura de uma janela, para acessar o cisto e realizar a comunicação, toda a pressão é modificada. Um dos principais problemas que podem ocorrer é o escape de líquido pela cicatriz cirúrgica, chamada de fístula liquórica, por isso é importante a realização ampla da comunicação do cisto com as estruturas intracranianas e, ao final, o fechamento deve ser bem executado para minimizar a possibilidade de escape de líquido.

 



Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
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Como manter uma rotina saudável no inverno

Aprenda a fazer escolhas conscientes com o VigilantesdoPeso
 

No inverno, o corpo pede cardápios mais quentes, que dão a sensação de calor. E, muitas vezes, interpretamos essa necessidade por alimentos gordurosos. A comida serve como combustível para aquecer o corpo e, nesse período, nosso metabolismo também se acelera. Com o frio, a queima calórica pode aumentar em até 10%. Para lidar com o desafio de atender essas necessidades de forma consciente, o VigilantesdoPeso, programa de emagrecimento sustentável que estimula mudanças de hábitos de mentalidade e de estilo de vida, elencou algumas dicas para ajudar a manter o foco no inverno, escolhendo alimentos saudáveis para não atrapalhar os objetivos pessoais de bem-estar.

Que tal aproveitar o clima frio para descobrir novas opções e combinações de pratos? Se o inverno não der vontade de comer salada, é possível substituir por vegetais cozidos ou no vapor, que trazem a sensação de aquecer o corpo. Sopas e caldos também são ótimas opções, especialmente no jantar. Além de bem quentinhos, são uma oportunidade de estimular a criatividade de sabores, incluindo legumes, hortaliças e temperos.
 

Nos lanches e sobremesas, é possível mudar a rotina ao esquentar frutas, como banana e maçã, temperar com um pouco de canela ou gengibre, ideias que também ajudam a saciar a vontade de doce. No frio, podemos querer mais acolhimento, conforto, energia e os doces e alimentos adocicados podem ser maus companheiros, quando consumidos em excesso. Cafés, chás, infusões - sem açúcar - podem diminuir a vontade por doces e alguns deles contêm cafeína, que ajuda a acelerar o metabolismo.

Outro desafio comum no inverno é a dificuldade em fazer exercícios físicos. O frio é uma justificativa muito usada para não levantar da cama logo cedo, as atividades ao ar livre são menos frequentes. Mesmo com uma taxa metabólica um pouco mais rápida no corpo, é importante se mexer nesta estação e buscar adaptações para não interromper os hábitos. Se o costume é caminhar na rua, mas no inverno você normalmente sai menos, pode experimentar fazer aulas fitness, de dança ou yoga online em casa ou na academia. Atividades em ambientes fechados podem ser uma opção para espantar a preguiça, é apenas uma questão de experimentar o que combina melhor com a sua rotina.

Outra dica vai além dos alimentos. Na hora de dormir, o inverno pode ser até um excelente aliado para estimular uma média regular de sono. Para quem quer se manter em equilíbrio, é importante observar que a qualidade de sono impacta diretamente os hábitos alimentares. Estudos indicam que não dormir o suficiente ou não ter um sono de boa qualidade (com muitas interrupções) pode prejudicar a resolução de problemas e a tomada de decisões, o pensamento e a concentração, a criatividade e o humor - incluindo maiores sentimentos de estresse. Aproveite a estação para dormir um pouco mais cedo.

Com o metabolismo corporal acelerado, queimando mais calorias, o inverno pode ser uma ótima oportunidade para quem quer perder ou manter o peso. Mas é preciso se manter no foco do estilo de vida saudável, adaptando suas escolhas para manter uma alimentação balanceada, se movimentar e dormir bem. Conheça mais dicas para o inverno no site da VigilantesdoPeso.


Pé chato em crianças a partir dos 7 anos deve ser avaliado por especialistas

Cerca de 4% das crianças não desenvolvem o arco plantar e podem ter problemas nos membros inferiores na vida adulta


Muitas pessoas não sabem, mas todas as crianças nascem sem o arco plantar, aquela curvinha no meio do pé. Ao longo da infância, o arco plantar se desenvolve e ao redor dos 10 anos de idade deve estar completamente formado.

Contudo, algumas crianças permanecem sem essa curvatura. Essa condição é chamada de pé valgo, popularmente conhecido como pé chato.

Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates e RPG, bem como em fisioterapia neurofuncional voltada para crianças, o pé chato é um dos motivos que mais levam os pais a buscarem fisioterapeutas e médicos ortopedistas.

“É importante esclarecer que todos os bebês nascem com o pé sem o arco plantar. A região plantar do pé na infância é composta por gordura. Assim, todos os bebês têm o pé chato. Por volta dos dois anos, a formação do arco se inicia e estará completamente formado até os seis anos ou mais. A partir dos oito anos, caso os pais percebam que o arco plantar não se desenvolveu, é preciso procurar a ajuda de um especialista”, explica Walkíria.



Botas não são mais usadas

Antigamente, o tratamento para o pé chato era o uso de botas ortopédicas e palmilhas especiais. Vale ressaltar que ao longo dos anos estudos apontaram que essas botas não tinham qualquer benefício na formação do arco plantar e correção do pé chato. “Na verdade, esses acessórios causavam problemas como atrofias musculares e constrangimento social”, comenta Walkíria.



Fortalecimento muscular é crucial

Hoje em dia a fisioterapia é a técnica mais usada para corrigir o pé chato, juntamente com palmilhas. “A palmilha é um recurso importante, mas para funcionar precisa ser usada em conjunto com o trabalho de fortalecimento dos grupos musculares envolvidos na marcha e na formação do arco plantar”, segundo a fisioterapeuta.

“O apoio dos pés depende do calcanhar e das bases do dedinho e do dedão. Para a correção do arco plantar é preciso trabalhar toda a musculatura dessas estruturas dos pés por meio do fortalecimento e alongamento das cadeias musculares. Isso vai promover o reequilíbrio das estruturas dos arcos e corrigir o problema”, reforça Walkíria.



Pés descalços

A especialista chama a atenção dos pais para evitar o desenvolvimento do pé chato. “Como o arco plantar se desenvolve na infância, é possível adotar alguns cuidados para evitar problemas nos arcos plantares.

“O melhor conselho para os pais é deixar a criança descalça, principalmente na aquisição da marcha. A criança também deve ser estimulada a andar em superfícies como areia, grama, terra, piso, carpetes etc. Aquelas meias antiderrapantes também são melhores do que calçados nessa fase de desenvolvimento”, ressalta Walkíria.

Por fim, temos algumas condições mais preocupantes de deformidades nos pés que merecem uma avaliação mais aprofundada.

“O pé plano flexível é modificável por meio dessas técnicas que falamos. Contudo, há um outro tipo de pé plano chamado de rígido. Esse pode estar ligado a doenças neuromusculares, entre outras. Dessa maneira, o melhor sempre é contar com a orientação de um especialista”, finaliza Walkíria.
 


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