Saiba a melhor
época para compra de passagens e como aproveitar as milhas, além de conhecer os
destinos mais econômicos.
Não existe mais um "número mágico" para
comprar aéreo, mas o planejamento se tornou o fator crucial para economizar. É
o que aponta o professor Rodrigo Borsatto Sommer da Silva, coordenador do curso
de Gestão em Turismo, da UNIASSELVI, que desmistificou o processo de compra de
passagens, comenta sobre os destinos de baixa temporada que rendem economia,
como aproveitar as milhas e quais os pontos de atenção em relação ao orçamento
para quem optar por um destino fora do país.
A “janela de ouro” para
comprar passagens
Com base em estudos de grandes plataformas de
viagem, Borsatto afirma que a tendência atual não é mais sobre o dia da semana,
mas sim sobre uma "janela de ouro" de antecedência.
No caso dos voos domésticos, "a recomendação
prática, para o brasileiro médio, é tentar não deixar para menos de 30 dias. O
ideal é buscar algo entre 30 e 60 dias de antecedência," explica o
especialista, alinhando-se a relatórios que apontam um "ponto ótimo"
em torno de 42 a 45 dias. Em alta temporada, a antecipação pode chegar a 60
dias.
Já para os voos internacionais, o docente aponta
que a janela é maior. “O ideal é monitorar preços com 6 a 8 meses, mas comprar
na faixa de 2 a 5 meses antes da viagem”. Segundo o especialista, o período
entre 60 e 150 dias é onde surgem as oportunidades mais interessantes, devendo
ser antecipado em épocas de altíssima temporada, como Réveillon e o mês de
julho.
Economia na baixa temporada
A baixa temporada, caracterizada pela menor demanda
turística, oferece a combinação ideal de preços mais baixos, menos filas e
melhor qualidade de experiência. Os períodos mais favoráveis são de março a
junho e de agosto a novembro.
O professor cita que, no Brasil, capitais do
nordeste, como João Pessoa, Maceió e Salvador, além de Foz do Iguaçu, no sul, e
cidades históricas de Minas e regiões serranas (Gramado/Canela) são excelentes
opções fora dos picos.
“No exterior, a Europa é o caso clássico”, segundo
Borsatto. Por isso, meses de novembro a março, com exceção de feriados, e as
meias estações podem gerar economia de até 40% em comparação ao verão. De
acordo com o docente, “cidades como Lisboa, Madri e Roma mantêm a estrutura
turística, mas com preços mais amigáveis. Na América do Sul, Buenos Aires e
Santiago oferecem ótimo custo-benefício na primavera e outono”.
Saiba como acumular e
aproveitar as milhas
Para aproveitar os programas de fidelidade, a
palavra-chave é disciplina. O professor Rodrigo Borsatto, lista as estratégias
mais eficientes. “O primeiro ponto é concentrar gastos em um único cartão e em
poucos programas, em vez de pulverizar. Quanto mais centralizado, mais rápido o
acúmulo de pontos, sempre pagando a fatura integral e em dia, porque quaisquer
juros anula o benefício das milhas”, explica.
O segundo é ficar atento às promoções de
transferência bonificada. “Bancos e parceiros oferecem bônus de 40%, 60% ou até
mais para transferir pontos do cartão para programas de milhagem de companhias
aéreas. A estratégia mais eficiente é manter os pontos no banco (onde, em
geral, eles têm validade maior) e só transferir quando houver uma promoção de
bônus e você já tiver uma ideia de rota ou período em mente”, destaca o
especialista.
Borsatto alerta sobre um erro comum: transferir
pontos sem planejamento e deixá-los parados até vencer. “Para evitar isso, é
importante acompanhar a data de expiração e, se perceber que a validade está se
aproximando, avaliar um resgate útil (passagens, upgrades ou até produtos) em
vez de perder tudo”.
Ele lembra que milhas são um “ativo que se
desvaloriza”. Segundo o professor, “tabelas mudam, promoções variam, e a
inflação de pontos é real. Acumular é bom, mas acumular eternamente não é uma
boa estratégia”.
Dicas para blindar orçamento
Pensando em viagens futuras com câmbio instável,
caso do dólar e euro, o especialista recomenda trabalhar com cenários e margem
de segurança para imprevistos.
Para viagens internacionais, “simule o orçamento
usando um câmbio 10% a 15% acima da cotação atual”. Além disso, ele sugere uma
reserva de segurança de 20% a 30% sobre o total da viagem é prudente para
absorver volatilidade cambial e imprevistos. Para viagens nacionais, 10% a 20%
é suficiente.
Borsatto também alerta alerta para os custos frequentemente
subestimados, como vistos e taxas consulares, renovação de passaporte,
vacinas/certificados, seguro-viagem obrigatório, taxas de bagagem despachada,
sobretaxas de resort/turismo, e custos de conectividade (roaming, eSIMs).
"Se o viajante colocar todos esses itens na planilha desde o início, a
chance de o orçamento ‘dobrar’ no susto diminui muito", finaliza.
UNIASSELVI
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