Cerca de
4% das crianças não desenvolvem o arco plantar e podem ter problemas nos
membros inferiores na vida adulta
Muitas pessoas não sabem, mas
todas as crianças nascem sem o arco plantar, aquela curvinha no meio do pé. Ao
longo da infância, o arco plantar se desenvolve e ao redor dos 10 anos de idade
deve estar completamente formado.
Contudo, algumas crianças permanecem sem essa curvatura. Essa condição é
chamada de pé valgo, popularmente conhecido como pé chato.
Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates e RPG,
bem como em fisioterapia neurofuncional voltada para crianças, o pé chato é um
dos motivos que mais levam os pais a buscarem fisioterapeutas e médicos
ortopedistas.
“É importante esclarecer que todos os bebês nascem com o pé sem o arco plantar.
A região plantar do pé na infância é composta por gordura. Assim, todos os
bebês têm o pé chato. Por volta dos dois anos, a formação do arco se inicia e
estará completamente formado até os seis anos ou mais. A partir dos oito anos,
caso os pais percebam que o arco plantar não se desenvolveu, é preciso procurar
a ajuda de um especialista”, explica Walkíria.
Botas não são mais usadas
Antigamente, o tratamento para o pé chato era o uso de botas ortopédicas e
palmilhas especiais. Vale ressaltar que ao longo dos anos estudos apontaram que
essas botas não tinham qualquer benefício na formação do arco plantar e
correção do pé chato. “Na verdade, esses acessórios causavam problemas como
atrofias musculares e constrangimento social”, comenta Walkíria.
Fortalecimento muscular é crucial
Hoje em dia a fisioterapia é a técnica mais usada para corrigir o pé chato,
juntamente com palmilhas. “A palmilha é um recurso importante, mas para
funcionar precisa ser usada em conjunto com o trabalho de fortalecimento dos
grupos musculares envolvidos na marcha e na formação do arco plantar”, segundo
a fisioterapeuta.
“O apoio dos pés depende do calcanhar e das bases do dedinho e do dedão. Para a
correção do arco plantar é preciso trabalhar toda a musculatura dessas
estruturas dos pés por meio do fortalecimento e alongamento das cadeias
musculares. Isso vai promover o reequilíbrio das estruturas dos arcos e
corrigir o problema”, reforça Walkíria.
Pés descalços
A especialista chama a atenção dos pais para evitar o desenvolvimento do pé
chato. “Como o arco plantar se desenvolve na infância, é possível adotar alguns
cuidados para evitar problemas nos arcos plantares.
“O melhor conselho para os pais é deixar a criança descalça, principalmente na
aquisição da marcha. A criança também deve ser estimulada a andar em
superfícies como areia, grama, terra, piso, carpetes etc. Aquelas meias
antiderrapantes também são melhores do que calçados nessa fase de
desenvolvimento”, ressalta Walkíria.
Por fim, temos algumas condições mais preocupantes de deformidades nos pés que
merecem uma avaliação mais aprofundada.
“O pé plano flexível é modificável por meio dessas técnicas que falamos.
Contudo, há um outro tipo de pé plano chamado de rígido. Esse pode estar ligado
a doenças neuromusculares, entre outras. Dessa maneira, o melhor sempre é
contar com a orientação de um especialista”, finaliza Walkíria.
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