Segundo o IBGE, o número de mães acima dos 40 anos quase dobrou em duas décadas. O congelamento de óvulos surge como alternativa segura para viabilizar a maternidade tardia
O número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos quase dobrou nos
últimos 20 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgados em maio de 2025. Em 2003, foram registrados
57.832 nascimentos de mães nessa faixa etária (2,1% do total). Já em 2023, o
número chegou a 109.170 (4,3% do total). A tendência reflete mudanças sociais e
o acesso a tecnologias médicas que permitem adiar a maternidade, como o
congelamento de óvulos.
O congelamento de óvulos, ou
criopreservação, consiste em coletar óvulos maduros e preservá-los em baixas
temperaturas para uso futuro. A técnica evoluiu com a vitrificação, que aumenta
a taxa de sobrevivência dos óvulos após o descongelamento e melhora as chances
de fertilização. Segundo análises publicadas no Physicians Weekly, os avanços
laboratoriais tornaram o procedimento mais seguro e eficaz, ampliando sua
adoção em diferentes países.
Qualidade dos óvulos é determinante
A ginecologista Dra. Ana
Maria Passos,
especialista em saúde da mulher 40+, , alerta para a
importância da preparação antes do congelamento: “Não vale a pena congelar
óvulos de qualquer jeito. É preciso preparo, como se fosse engravidar agora. Se
houver deficiência nutricional, desequilíbrio hormonal ou intoxicação por
metais pesados, os óvulos podem não estar aptos a gerar um embrião saudável.”
Apesar dos avanços, o
congelamento de óvulos ainda é um procedimento caro e pouco acessível no
Brasil. Nos Estados Unidos, segundo dados da American Society for Reproductive
Medicine (ASRM) publicados pelo Physicians Weekly, os custos variam entre US$
10 mil e US$15 mil por ciclo, sem incluir taxas de armazenamento.
Riscos e limitações
médicas
O congelamento não garante uma
gestação futura. Há riscos relacionados à estimulação ovariana, como a síndrome
de hiperestimulação, além da possibilidade de baixa qualidade dos óvulos
coletados. Mesmo com a vitrificação, especialistas reforçam que o sucesso
depende de múltiplos fatores, incluindo idade da mulher no momento da coleta e
saúde reprodutiva geral.
Avanços tecnológicos
complementares
Além da vitrificação, técnicas
como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) e melhorias no
cultivo embrionário aumentaram as taxas de sucesso da reprodução assistida.
Isso mostra que o congelamento de óvulos faz parte de um conjunto de soluções
tecnológicas que evoluíram para apoiar a maternidade tardia.
Aspectos éticos e
sociais
O adiamento da maternidade
levanta debates éticos: até que idade é seguro tentar engravidar? A American
Society for Reproductive Medicine (ASRM) destaca que o congelamento deve ser
acompanhado de informação clara para evitar falsas expectativas. O tema envolve
não apenas ciência, mas também responsabilidade social e individual.
O aumento da maternidade tardia no Brasil mostra uma tendência irreversível. O congelamento de óvulos, quando realizado com preparo adequado e informação de qualidade, é uma ferramenta poderosa para garantir que mulheres possam decidir o momento certo de engravidar sem abrir mão da saúde e da segurança.
Dra.
Ana Maria Passos - Com mais de 19 anos de experiência como ginecologista e
obstetra, Dra. Ana Maria Passos oferece um atendimento especializado em saúde
da mulher, com foco na prevenção e promoção de um envelhecimento saudável.
Atuando na AME Clínica, em Porto Alegre (RS), ela é especialista em
perimenopausa, menopausa, endometriose, síndrome dos ovários policísticos e
gestação. A Dra. Ana Maria é reconhecida por sua abordagem humanizada e
atualizada, utilizando reposição hormonal e suplementação para promover o
bem-estar feminino, especialmente em mulheres acima dos 40 anos.


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