Obras de Larissa Anne. Foto: Divulgação
Ao completar um ano de seu espaço, no centro de São
Paulo, a WG Galeria traz 35 obras dos artistas Larissa Anne, Danilo Cunha e
André Firmiano, com curadoria de Maria Luiza Meneses
WG Galeria celebra o
primeiro ano de atividades do seu espaço no centro de São Paulo e apresenta Rupturas
Imaginadas até 25 de janeiro de 2025. A exposição reúne
três artistas contemporâneos que, a partir de suas trajetórias distintas e de
uma profunda relação com a cidade, provocam uma reflexão sobre as tensões
urbanas, sociais e culturais que marcam o presente.
Com
curadoria de Maria Luiza Meneses, a mostra apresenta obras dos
artistas Larissa Anne, Danilo Cunha e André
Firmiano, que se afastam das convenções estabelecidas e fazem
da cidade e de suas complexas dinâmicas o cenário e a matéria-prima de suas
criações. "Rupturas Imaginadas" propõe um questionamento sobre as
relações de classe, raça e gênero na maior cidade da América Latina, e
investiga como as diferentes camadas sociais, territórios e identidades se
cruzam, se separam e se tornam simultaneamente distantes e interdependentes.
Três artistas, três rupturas
A
exposição busca abrir um campo para os gestos dos artistas, que questionam as
convenções visuais, sociais e artísticas. Cada um dos trabalhos exibe uma
profunda crítica aos sistemas estabelecidos, oferecendo novas formas de olhar
para o espaço urbano e as narrativas que o constituem.
- Larissa Anne,
que combina sua formação em arquitetura com a pesquisa do graffiti,
utiliza a cidade como um campo de reflexão sobre o tempo e o território.
Suas obras, compostas por três telas, evocam memórias e marcas de um
passado recente, abordando as casas, a vida familiar e as ilusões de
futuro, com uma paleta de cores que transmite uma crítica social implícita
nas relações de poder e nas expectativas de vida. Seu trabalho destaca-se
pela capacidade de atualizar o passado à luz das questões contemporâneas,
convidando o público a refletir sobre a complexidade do espaço e da
memória coletiva.
- Danilo Cunha,
por sua vez, se inspira na estética da contracultura urbana, com fortes influências
do punk, hardcore, skate e hip-hop. Seu trabalho explora a cidade em sua
forma caótica, buscando a beleza na desordem e realizando intervenções no
espaço com materiais coletados da própria urbe, como pedaços de
lambe-lambes, tijolos e espelhos de fachadas. Para "Rupturas
Imaginadas", ele apresenta uma pesquisa inédita sobre os modos de
ocupação da cidade, criando instalações que subvertem as normas e exploram
as contradições e poéticas do cotidiano urbano.
- André
Firmiano traz à galeria uma reflexão profunda sobre o
mito de criação do mundo, com base na filosofia Bakongo, e investiga a transição
entre a vida e a morte. Suas 14 obras, que formam a série "A Quebra
da Horizontalidade", mesclam a abstração com o figurativo e dialogam
com a ancestralidade dos povos africanos, enquanto trazem também uma
crítica ao presente e ao futuro, em especial à virtualização das
experiências humanas no contexto contemporâneo. Firmiano utiliza as redes
sociais e o metaverso como um ponto de conexão com a história, criando uma
ponte entre o passado ancestral e o futuro digital.
- A cidade como protagonista
A
curadora Maria Luiza Meneses explica que a cidade de São Paulo,
com sua complexa estrutura social e histórica, é o pano de fundo que dá
substância a cada uma das obras apresentadas. "Caminhar por São Paulo é
observar a diferença", afirma Meneses. A partir da análise das dinâmicas
sociais e urbanas, a exposição propõe um olhar atento para as zonas da cidade
que carregam as marcas da colonização, mas também as fissuras abertas pelas
resistências populares ao longo da história. "A cidade contemporânea é uma
ruína colonial", diz ela, refletindo sobre as desigualdades que perpassam
a urbe e como essas diferenças ainda determinam quem tem acesso à dignidade e
quem é deixado à margem.
Um ano de arte e reflexão
WG
é uma galeria de arte que estabelece diálogo entre a pesquisa e registro de
artistas residentes e a multiplicidade de repertórios de artistas emergentes da
arte contemporânea. Possui como sócios o casal de arquitetos e artistas André e
Mariana Weigand, a head de negócios Cris Genaro e o jornalista Fernando Mungioli.
Vem se consolidando no mercado das artes como um espaço legitimamente aberto a
diferentes perfis de artistas, linguagens, materialidades e público. A WG considera
as questões sociais, culturais e políticas que definem a realidade atual, ao
mesmo tempo que valoriza a relação com colecionadores e se dedica à formação de
novos consumidores de arte contemporânea.
A
abertura da exposição "Rupturas Imaginadas" é uma celebração da
trajetória da WG e um convite para o público refletir sobre a cidade, a arte e
os caminhos possíveis para um futuro mais inclusivo e plural.
Serviço:
Exposição: Rupturas Imaginadas
Artistas: Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano
Curadoria: Maria Luiza Meneses
Período: até a 25 de janeiro de 2025
Local: WG Galeria – Rua Araújo, 154, Mezanino, São
Paulo – SP
Entrada: Gratuita
Site: www.wggaleria.com
Instagram: @wg.galeria
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