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sábado, 28 de dezembro de 2024

Por que o Ano Novo pode ser gatilho para gerar estresse, ansiedade e depressão?

Segundo pesquisa, fatores emocionais, culturais e sociais podem aumentar em até 75% o nível de estresse nessa época do ano. Saiba como cuidar da saúde mental e tratar a síndrome de fim de ano

 

Ansiedade, depressão e estresse no fim de ano é um fenômeno global que combina fatores culturais, emocionais e sociais. No Brasil, por exemplo, o nível de estresse pode aumentar em 75% neste período, segundo uma pesquisa da Isma-Brasil (International Stress Management Association – Brasil). O fenômeno conhecido como síndrome do fim de ano, afeta muitas pessoas e pode ser atribuído ao balanço de metas não cumpridas, expectativas exageradas e comparações com padrões irreais de sucesso. Globalmente, a ocorrência de depressão e tristeza nesta época também se relaciona com reflexões sobre o futuro e o isolamento social. 

A psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Yaskara Luersen, explica que a sociedade das telas e da imagem tem agravado a situação. “As redes sociais e o constante uso de telas tem prendido muitas pessoas em padrões e comparações fora da realidade, e que, muitas vezes, nem se identificam com o perfil e a história de vida individual”, afirma a especialista.

Luersen também aponta que a falta de autoconhecimento e as expectativas em relação às outras pessoas levam a uma autocobrança excessiva, e a definição de metas pessoais desequilibradas. “As repetidas frustrações com metas e padrões inalcançáveis geram decepção e insegurança, e a entrada em um novo ciclo anual pode reforçar a memória dos sentimentos e significados negativos”, afirma.

A pressão social e cultural para sempre se apresentar bem sucedido nas festas e encontros de fim do ano, ou o isolamento social, também podem representar uma situação de conflito emocional interior para pessoas que têm enfrentado dificuldades em diversas áreas de suas vidas. 

“É preciso trabalhar o autoconhecimento e o autodesenvolvimento. Cada ser humano tem o seu propósito e deve procurar significados baseados em valores éticos de forma a construir relacionamentos profundos e duradouros, dentro e fora do círculo familiar, de modo que a jornada em cada ciclo seja avaliada e desfrutada com mais leveza, alegria e esperança”, reflete a psiquiatra.

 

Como lidar com a Síndrome de Fim de Ano

Algumas práticas ajudam a minimizar os impactos emocionais, confira:

  • Estabeleça metas realistas: evitar expectativas inatingíveis ajuda a reduzir a autocobrança.
  • Não use as redes sociais como padrão e nem se compare com os outros.
  • Pratique a autocompaixão: Entenda que é normal não atingir todos os objetivos e valorize os pequenos progressos.
  • Crie uma rotina equilibrada: Reserve tempo para descanso, exercícios e atividades prazerosas.
  • Desacelere: Priorize compromissos essenciais e aprenda a dizer não para evitar sobrecarga.
  • Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental pode ser fundamental.

“Focar em ações de autodesenvolvimento contribui para uma maior satisfação, ao mesmo tempo em que uma busca por aquilo que realmente é importante, como os relacionamentos, fazer o bem ao próximo, ser produtivo de acordo com as suas possibilidades, e participar de uma comunidade, torna a vida mais significativa, mesmo em momentos de dificuldade, e nos fortalecem para vivermos bem novos ciclos e um ano novo”, pondera a Dra Luersen.

  

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


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