Altas temperaturas aumentam o risco de desidratação e agravam doenças
O verão, marcado por altas temperaturas, exige atenção especial com a saúde, especialmente a dos rins. Nessa época do ano, aumentam os riscos de problemas como litíase urinária (pedras nos rins), infecções do trato urinário e agravamento de doenças renais pré-existentes.
A nefrologista Paula Gabriela Sousa, do Hospital Evangélico de
Sorocaba (HES), explica que os rins colaboram com a regulação de temperatura
corporal através do equilíbrio de líquidos, sais e da pressão arterial no
organismo, dessa maneira, a prevenção da desidratação é um fator muito
relevante nesses períodos de calor. “Desidratações prolongadas ou recorrentes,
bem como redução do fluxo sanguíneo para os rins, relacionados ao excesso de
calor, podem causar piora aguda da função renal. Além disso, a desidratação
leva à redução do fluxo de urina, o que pode facilitar a formação de cálculos
nas vias urinárias e proliferação bacteriana, com maior risco, respectivamente,
de litíase urinária e infecções urinárias”, afirma.
Escolhas inteligentes para hidratação e alimentação
Para prevenir esses problemas, a hidratação é essencial. Além de água, isotônicos, água de coco e sucos naturais são boas opções. "Se a pessoa não apresenta doenças específicas que exijam controle da ingestão de líquidos e certas restrições de fontes de ‘sais’, como o potássio, não há contraindicação a nenhuma bebida em específico, porém, é preciso ter em mente que o abuso de determinadas substâncias nunca é recomendado e, no verão, isso não é diferente”, alerta a nefrologista.
Como exemplo, ela cita as bebidas alcoólicas, que aumentam o risco de desidratação, por inibirem a secreção de um hormônio responsável pela retenção de líquido pelos rins. “Deve-se também recordar que bebidas industrializadas, com adição de açúcares e gaseificadas não são recomendadas em grande quantidade. A palavra chave, como sempre, é equilíbrio”, destaca.
A alimentação também desempenha um
papel importante. Para proteger a saúde renal e controlar doenças crônicas
associadas, a médica recomenda priorizar alimentos naturais e evitar
processados e ultraprocessados, que contêm altos níveis de sódio. “O consumo
excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco dietéticos para
diversas doenças crônicas, dentre elas doenças renais e hipertensão arterial.
Dessa forma, a Organização Mundial de Saúde recomenda que a ingestão de sódio
seja inferior a 2 gramas por dia. Prefiram descascar mais e desembalar menos”,
orienta.
Atividades físicas no calor
No verão, a prática de atividades físicas exige cuidados
adicionais. “No contexto de calor intenso e exposições ambientais nesse período
do ano, aumenta a chance de desidratação que, aliada a possíveis lesões
musculares, podem levar à piora rápida da função renal por uma combinação de
desidratação e de efeitos dessas substâncias liberadas pelos músculos lesados,
que são potencialmente danosas aos rins”, explica. Dessa forma, a dica é
praticar atividades adequadas ao seu condicionamento, sob supervisão de
profissionais habilitados, procurar horários com menor exposição aos raios
ultravioletas e realizar intervalos para manter-se sempre hidratado.
Sinais de alerta
Por fim, Dra. Paula ressalta que muitas doenças renais são silenciosas e assintomáticas, porém, alguns sinais podem ser indicativos de doenças renais e devem ser observados. São eles: alteração da coloração da urina (tornando-se mais escura, acastanhada ou com sangue visível), ardência ao urinar, dores ou fraqueza musculares intensas, redução da quantidade de urina ao longo do dia, náuseas, vômitos, alteração da consciência (sonolência excessiva, confusão mental) e edema (inchaço nas pernas).
“Busque estar em dia com suas consultas médicas de rotina, para
que receba orientações específicas para o seu caso no que se refere aos
cuidados com dieta, hidratação e atividade física durante todo o ano, inclusive
nos períodos de calor intenso”, finaliza.
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