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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Férias, viagens e… dor de ouvido no avião? Saiba como evitar!

 

Mudanças de pressão durante voos podem causar desconforto e dor de ouvido, principalmente em crianças. Especialistas explicam por que isso acontece e compartilham dicas simples para prevenir o problema

 

Viajar de avião é sinônimo de descanso e diversão, mas para muitas pessoas, também pode ser motivo de desconforto. A dor de ouvido durante o voo é um problema comum, causado pela mudança brusca de pressão atmosférica durante a decolagem e o pouso. A explicação está na tuba auditiva, um canal que conecta o ouvido à garganta e que, em algumas situações, não consegue equalizar a pressão adequadamente.


“Quando a tuba auditiva está bloqueada, ocorre um barotrauma, que é o acúmulo de líquido ou sangue na orelha média, causando dor intensa e desconforto. Isso pode ser ainda mais frequente e incômodo em crianças”, explica o Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista pela USP.

Estudos apontam que cerca de um terço dos passageiros sente algum tipo de desconforto auditivo durante os voos, sendo crianças e pessoas com problemas respiratórios as mais afetadas.


Por que crianças sofrem mais? A Dra. Roberta Pilla, otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), esclarece que as crianças são mais propensas a sentir dor de ouvido no avião devido à anatomia da tuba auditiva, que é mais estreita e menos eficiente. “Esse problema se intensifica se a criança estiver resfriada, gripada ou passando por um quadro de alergia ou infecção nos ouvidos”, destaca a especialista.


Para evitar que a viagem seja atrapalhada por esse desconforto, as especialistas indicam medidas simples e eficazes:

  1. Manobra de Valsalva: Inspire profundamente, tampe o nariz e sopre suavemente com a boca fechada. Essa técnica ajuda a equalizar a pressão, mas deve ser feita com cuidado para evitar o agravamento do desconforto.
  2. Mastigar ou bocejar: Para adultos, mascar chicletes ou alimentos mais duros, como maçã e cenoura, ajuda a movimentar os músculos da face e liberar a tuba auditiva. Provocar o bocejo também traz o mesmo efeito.
  3. Amamentar ou oferecer chupeta para crianças: Durante a decolagem e o pouso, amamentar bebês ou oferecer chupeta é uma forma eficaz de estimular o movimento da mandíbula e aliviar a pressão. “Deixar a criança chupar a mamadeira, tomar água pode ajudar a mobilizar essas estruturas”, recomenda a Dra. Roberta Pilla.
  4. Spray nasal descongestionante: O uso de soro fisiológico ou descongestionantes pode ser recomendado por um otorrinolaringologista, especialmente se houver algum processo inflamatório ou resfriado.
  5. Compressa morna no ouvido: Em casos de dor intensa, aplicar uma compressa quente no ouvido por cerca de dez minutos pode aliviar o desconforto.
  6. Evitar viagens com congestão nasal: Segundo a Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista pela USP, evitar voos quando o nariz estiver muito congestionado é fundamental. “O risco de barotrauma aumenta significativamente. Caso a viagem seja inevitável, converse com um otorrino antes”, aconselha a especialista.

“Entender os mecanismos do desconforto e adotar estratégias preventivas é a melhor forma de aproveitar uma viagem tranquila e sem dor”, conclui a Dra. Roberta Pilla.

Com essas dicas, adultos e crianças podem viajar com mais conforto e aproveitar as férias sem dor.

 

 

Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista. Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.

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