Latidos
excessivos, alterações na postura corporal e até mudanças no apetite são alguns
dos sinais que podem indicar que o pet está sofrendo de estresse
Conhecidos por seu temperamento alegre e
energético, os cães costumam transmitir a impressão de que estão sempre bem,
prontos para brincar e socializar. No entanto, o estresse também pode
acometê-los. Este fenômeno, mais comum do que se imagina, pode ser desencadeado
por uma variedade de fatores, como mudanças no ambiente, ausência prolongada do
tutor, barulhos altos ou mesmo interações sociais indesejadas. Embora os cães
não possam verbalizar o que sentem, eles demonstram o estresse por meio de
comportamentos e sinais físicos, que, quando reconhecidos, podem ajudar a
buscar o suporte necessário.
“O estresse em cães pode ser difícil de perceber,
especialmente porque muitos pets demonstram disposição e alegria no dia a dia.
Muitas vezes, a impressão é de que eles estão sempre bem, mas essa fachada pode
mascarar sinais de estresse que, quando ignorados, afetam negativamente a saúde
do animal”, destaca Marina Tiba, médica-veterinária e gerente de produto da
Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal.
Os principais sinais de estresse incluem
comportamentos agitados, como andar de um lado para o outro; alterações na
postura, como tremores, orelhas para trás, corpo encolhido ou cauda entre as
patas; problemas comportamentais, como urinar ou defecar dentro de casa,
agressividade ou hiperatividade repentina; e perda de pelo, especialmente
quando combinada com outros sinais.
Outros sintomas incluem bocejos frequentes, que não
estão necessariamente relacionados ao sono, lambedura excessiva, especialmente
nas patas, tremores e o ato de se coçar de forma repetitiva, mesmo na ausência
de parasitas ou alergias. O estresse também pode se manifestar por
comportamentos destrutivos, como roer móveis ou cavar incessantemente, bem como
em vocalizações excessivas, como latidos ou choros. Mudanças na alimentação e
no apetite também são comuns.
O mais importante para ajudar os cães a lidarem com
o estresse é procurar a orientação de um profissional comportamental. Esses
especialistas podem avaliar a situação de forma detalhada e sugerir as melhores
práticas para reduzir o estresse, como mais caminhadas, brincadeiras ou ajustes
na rotina. Caso necessário, também podem recomendar intervenções adicionais,
como terapias comportamentais ou, em situações específicas, o uso de fármacos.
Além disso, os tutores devem adotar uma abordagem
compreensiva e preventiva. Uma das primeiras ações recomendadas é identificar
e, sempre que possível, eliminar ou minimizar os fatores estressantes. Por
exemplo, se barulhos altos, como fogos de artifício ou tempestades, estiverem
causando o estresse, deve-se criar um ambiente seguro e confortável para que o
cão se sinta protegido. Proporcionar uma rotina consistente, com horários
regulares para alimentação, passeios e brincadeiras, também é fundamental, pois
a previsibilidade contribui para o bem-estar emocional do animal, como explica
Marina.
Outra estratégia eficaz é o uso de enriquecimento
ambiental. Brinquedos interativos, como aqueles que liberam petiscos, e
atividades que estimulam os instintos naturais do cão, como busca e caça,
ajudam a manter a mente ocupada e reduzem o impacto de fatores estressantes.
Caminhadas e exercícios físicos regulares são igualmente importantes, pois não
só melhoram a saúde do cão, como também ajudam a liberar energia acumulada,
diminuindo o nível de estresse.
Além dessas medidas, o uso de produtos à base de
feromônios sintéticos tem se mostrado uma alternativa eficaz no controle do
estresse canino. “Feromônios sintéticos imitam os sinais químicos naturais produzidos
por fêmeas lactantes, transmitindo uma sensação de segurança, familiaridade e
conforto ao cão. Disponíveis em formatos como difusor, spray e coleira, essas
soluções podem ser usadas tanto em casa quanto em situações externas, como
viagens, visitas ao médico-veterinário ou passeios, ajudando a manter o
bem-estar do pet”, explica a profissional.
Com a devida atenção aos sinais e a adoção de
práticas que promovam o bem-estar, é possível reduzir significativamente os
níveis de estresse nos cães, garantindo-lhes uma vida mais tranquila e
saudável. “Oferecer um ambiente seguro e enriquecedor é essencial para que o
animal se sinta amado e protegido, independente das adversidades que possa
enfrentar”, finaliza Marina.
Ceva Saúde Animal
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