Estima-se
que no Brasil cerca de 1,8 milhão de pessoas vivem com diferentes tipos de
demências. Ação concentra na redução de risco por meio da prevenção
Durante o mês de
setembro, ocorre a campanha “Setembro Lilás”, que tem como
principal objetivo conscientizar e combater o estigma relacionado à demência.
Neste ano, ao celebrar sua 12ª edição, a iniciativa visa transformar o Mês
Mundial de Conscientização sobre Alzheimer em um período de maior significado
voltado para prevenção.
A Federação
Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), em parceria com suas
associações federadas, lança a campanha com o tema
"Nunca é Cedo ou Tarde Demais", focando nos fatores
de risco e na importância de reduzi-los para evitar, atrasar ou potencialmente
até prevenir o Alzheimer e outras formas de demência. Além disso, campanha visa
alertar a população da importância ao acesso à educação e conhecimento para
todas as pessoas, pois nunca é tarde demais para começar ou voltar a estudar,
acessar a educação e o conhecimento.
No Brasil,
estima-se que cerca de 1,8 milhão de pessoas vivem com diferentes tipos de
demência, com aproximadamente 100 mil novos casos sendo diagnosticados
anualmente. Até 2050, o número de diagnósticos de demência pode chegar a seis
milhões no país. Vale mencionar que essa condição é a sétima principal causa de
morte em todo o mundo. Além disso, mais de 50% dos familiares que cuidam de
pessoas com esse diagnóstico relataram que sua própria saúde foi afetada devido
às responsabilidades de cuidado, apesar de expressarem sentimentos positivos em
relação ao seu papel.
“É fundamental
compreender que a demência não faz parte do processo normal de envelhecimento.
Portanto, ao longo do mês de setembro, nosso objetivo é aumentar a
conscientização e eliminar os estigmas associados a essa condição. É de extrema
importância nos unirmos para destacar o papel do sistema de saúde pública no
cuidado da demência. No Brasil, a falta de acesso a diagnóstico e suporte,
tanto para as famílias quanto para as pessoas com demência, é evidente. Assim,
aprovar e implementar o plano nacional de demência assume uma importância
crucial, visto que permitirá a introdução de cuidado integral em todas as
fases, desde o diagnóstico até o tratamento, incluindo apoio às famílias e
promoção da inclusão social”, enfatiza Elaine Mateus, presidente da Febraz.
Atualmente,
existem aproximadamente 50 Planos Nacionais de Demência no mundo; no entanto,
somente 21% dos governos que se comprometeram a desenvolvê-los até 2017
realmente o fizeram. A Febraz explica que sistemas robustos de suporte após o
diagnóstico podem permitir que governos e sistemas de saúde ofereçam um melhor
apoio às pessoas que vivem com Alzheimer ou outros tipos de demência, podendo
também resultar em economias de custos pela redução de hospitalizações.
Como
reduzir o risco do Alzheimer e outras demências
De acordo com a
Febraz, a redução dos riscos de Alzheimer e outros tipos de demência,
juntamente com a conscientização de sua importância, deve ser uma prática
incorporada em todas as fases da vida. A Federação enfatiza os seguintes pontos
para mitigar os riscos: reduzir o consumo de bebidas alcoólicas; cessar o
tabagismo; realizar exames de audição e, se necessário, utilizar aparelhos
auditivos; evitar lesões graves na cabeça; participar de atividades físicas;
manter um padrão de sono regular; e adotar um estilo de vida saudável.
A presidente da
Febraz ressalta que, à medida que as taxas de demência aumentam em países de
baixa e média renda, os esforços para elevar a conscientização sobre a redução
dos riscos e as medidas preventivas podem ter um impacto significativo na
diminuição das taxas de prevalência.
"Outro ponto
que merece nossa atenção é que muitos dos fatores de risco estão associados às
disparidades sociais e econômicas, o que torna imperativo que os governos
abordem essas desigualdades. Isso desempenha um papel crucial na prevenção da
demência", reforça Elaine.
Sobre a Febraz
A Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz) foi fundada em 1996 e, desde então, é membro ativo da Alzheimer Disease International. Em 2018, a organização se constituiu formalmente como pessoa jurídica representativa da sociedade civil organizada. Quatro associações de Alzheimer brasileiras integram a Febraz. Nossa atuação mantém relações oficiais com a ADI, uma entidade com sede em Londres que congrega mais de 100 outras organizações ao redor do mundo, e com a Alzheimer Iberoamérica, que reúne outros 20 países da América Latina, além da Espanha.
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