No dia 30 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Se você tem esclerose múltipla (EM), ou se preocupa com alguém que tem, você sabe o quão imprevisível a doença pode ser. Os sintomas físicos podem ir e vir e variar de leve a gravemente incapacitante.
Porém os sintomas físicos são apenas um aspecto da vida com
EM. Muitas pessoas também apresentam sintomas de saúde emocional e
mental. Existem tratamentos para esclerose múltipla disponíveis que podem
ajudar com os sintomas físicos, mas também é importante abordar os problemas de
saúde mental.
COMO A EM PODE IMPACTAR VOCÊ EMOCIONALMENTE
Conversamos com Alexandre Lucidi (@alucidi) - médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, e ele explica que os sintomas físicos são provavelmente os que levam aos pacientes a procurá-lo para obter um diagnóstico e, a princípio, aliviar esses sintomas, por isso é importante um conjunto de ações com a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
O caminho para o diagnóstico pode ser longo e
estressante, e não seria surpreendente se sua primeira reação fosse parar de
praticar atividades físicas. No entanto, a confirmação de uma doença ao longo
da vida pode desencadear uma montanha-russa emocional e de outras doenças por
sedentarismo, finaliza o médico.
ATIVIDADES FÍSICAS RECOMENDADAS PARA QUEM TEM (EM)
A Professora Doutora Ingrid Dias (@ingridbfdias), Mestre em Ciências da Educação Física, Coordenadora do Grupo de Pesquisa do Laboratório de Treinamento de Força (EEFD/UFRJ), explica que assim como sabemos, a prática de atividades físicas tem efeitos benéficos em indivíduos saudáveis e proporciona resultados potenciais no tratamento de doenças crônicas degenerativas, como a esclerose múltipla. Os principais benefícios de manter um programa regular de exercícios físicos para esses pacientes incluem: aumento da aptidão cardiorrespiratória, aumento da força e da resistência muscular, redução da fadiga, melhora do humor e da capacidade de realizar as atividades da vida diária.
Os exercícios
físicos também ajudam no controle dos sintomas da doença, melhorando a
qualidade de vida desses pacientes. No entanto, aqueles de alta intensidade
devem ser evitados, para minimizar recaídas e a fadiga
excessiva. Apesar dos inúmeros benefícios da atividade física na saúde corporal
e mental dos indivíduos com esclerose múltipla, o nível de desempenho desses
pacientes ainda é muito baixo. É importante que a rotina de prática faça parte
dos programas de reabilitação, principalmente para minimizar os
comprometimentos da capacidade funcional.
MANEIRAS SIMPLES DE AUMENTAR A SAÚDE EMOCIONAL DE PESSOAS COM DIAGNÓSTICO DE EM
Para começar bem, pedir ao neurologista ou clínico geral referência de terapeutas, explica Higor Caldato (@drhigorcaldato), médico psiquiatra e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), especialista em psicoterapias e transtornos alimentares.
A TCC pode ajudá-lo a encontrar melhores maneiras de gerenciar os desafios da vida com (EM). Também pode ajudá-lo a manter seu plano de tratamento e cuidar melhor de si mesmo. Há evidências de que a TCC pode ajudar a melhorar questões como:
·
Depressão;
·
Ansiedade;
·
Estresse;
·
Fadiga;
·
Dor.
A TCC pode não ser adequada para todos. Depois de falar com um terapeuta, você será guiado para o tipo de terapia mais adequado para você. Outras opções de aconselhamento para EM podem incluir:
·
Treinamento de atenção
plena;
·
Meditação;
·
Terapia Comportamental
Dialética (DBT);
·
Terapia familiar;
·
Terapia de Grupo.
Da mesma forma que a TCC pode ajudar as pessoas com EM, também pode ajudar seus entes queridos. Isso inclui parceiros românticos, pais, filhos e amigos. Ao identificar pensamentos que afetam suas emoções, você pode mudar suas ações para encontrar soluções e melhorar as habilidades de enfrentamento.
Se ir ao consultório de um terapeuta for um problema logístico, pergunte sobre as opções de teleconsulta.
FONTES:
Alexandre Lucidi (@alucidi) - médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia. Com atuação em Neurogenética e Neuroimunologia, graduado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), tem Residência Médica em Genética Médica pelo Instituto Nacional da Saúde da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira, Fiocruz (IFF/Fiocruz) e Especialização em Neurologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Mestrando do Programa de Pós Graduação em Neurologia da UNIRIO/HUGG e participa de estudos fase 3 na mesma instituição. Integrante da equipe de Neurologistas do Hospital Copa D’Or/ Rede D’Or São Luiz e voluntário em ações de conscientização sobre a esclerose múltipla na Associação de Pacientes do Estado do Rio de Janeiro.
Professora Doutora Ingrid Dias - (@ingridbfdias), Mestre em Ciências da Educação Física, Coordenadora do Grupo de Pesquisa do Laboratório de Treinamento de Força (EEFD/UFRJ) - formada em Educação Física UGF; Especialista em Musculação UGF; Mestre em Ciência da Motricidade Humana UCB; Doutora em Fisiopatologia Clínica UERJ; tem Pós-doutorado pela UERJ e pela UFRJ; Pesquisadora Responsável e Coordenadora do Laboratório Treinamento de Força da UFRJ; Professora Universitária da Graduação ao Doutorado EEFD/UFRJ; Palestrante; Consultora em Treinamento para Grupos Especiais.
Higor Caldato - (@drhigorcaldato), médico psiquiatra e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), especialista em psicoterapias e transtornos alimentares.
Graduado em medicina pelo Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/FAHESA) e fez sua residência médica em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bem como suas especializações de psicoterapias e transtornos alimentares também pela universidade carioca.
REFERÊNCIAS:
DIMINUIÇÃO DA FADIGA CENTRAL EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA APÓS 8 SEMANAS DE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - https://www.rehab.research.va.gov/JOUR/11/485/pdf/chang485.pdf
A IMPORTÂNCIA DA FORÇA MUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES PARA A CAPACIDADE FUNCIONAL DOS MEMBROS INFERIORES NA ESCLEROSE MÚLTIPLA: REVISÃO SISTEMÁTICA -
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877065719301873
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