Em 2023, a marca será registrada 14
dias mais cedo, fator impulsionado, em parte, pela inflação acumulada IMAGEM: Paulo Pampolin/DC
O Impostômetro, painel
instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro
histórico da capital paulista, atinge nesta quarta-feira, 30/8, às 21h15, a
marca de R$ 2 trilhões em tributos arrecadados.
Este é o valor pago pelos
contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o
início do ano. Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições,
incluindo as multas, juros e a correção monetária.
Em contraste ao ano passado, quando
esse patamar foi alcançado em 14 de setembro, o economista-chefe da ACSP,
Marcel Solimeo, revelou que a diferença de 14 dias se deve, em parte, à
inflação acumulada durante o período.
A alta da inflação, embora
tenha sido mitigada por algumas medidas de desoneração, exerceu influência
direta no aumento dos preços dos produtos e, por consequência, na arrecadação
tributária.
"Vale destacar que a
redução temporária nos impostos sobre os combustíveis, de certa forma, amenizou
o impacto do aumento geral dos preços”, avaliou Solimeo.
No entanto, o economista alerta
para a necessidade de abordar os gastos públicos como parte fundamental da
equação econômica do Brasil. Solimeo mencionou o novo arcabouço fiscal (PLP
93/2023), denominado Regime Fiscal Sustentável, que procura controlar o
endividamento, substituindo o teto de gastos em vigor, por um regime fiscal
focado no equilíbrio entre a arrecadação e as despesas.
"O arcabouço fiscal busca
estabelecer diretrizes para o aumento dos gastos. No entanto, após sua implementação
é esperado que ocorram aumentos significativos na carga tributária para cumprir
as as novas metas fiscais", explica o economista-chefe da ACSP.
O presidente do Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Amaral, lembra que, no
passado, houve a desoneração dos impostos sobre os combustíveis e uma
diminuição nas alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica.
Entretanto, em 2023, essas medidas foram revertidas, começando em maio e junho
do mesmo ano.
"Uma das razões para
atingirmos essa marca mais cedo é o aumento na arrecadação, em comparação ao
mesmo período do ano passado. Tributos significativos, como o ICMS sobre
energia elétrica, tiveram um impacto substancial, especialmente após o aumento
nas alíquotas”, completa Amaral.
O painel físico do Impostômetro está localizado na Rua Boa Vista, 51, no Centro Histórico de São Paulo, junto ao edifício-sede da ACSP.
Redação DC
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