Outubro
Rosa desperta atenção para dúvidas comuns antes de planejar o implante mamário
Entre as neoplasias, o câncer de mama é uma das doenças
que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, possui uma taxa de
mortalidade de 14,23 para cada 100 mil mulheres, conforme registro de 2019 do
Inca - Instituto Nacional do Câncer. Em 2021, foram registrados 66.280 novos
casos de câncer de mama no país. A campanha nacional Outubro Rosa é um dos
marcos de conscientização sobre prevenção e tratamento da doença, mas não deve
ser o único momento de atenção para o cuidado com a saúde da mulher.
Mulheres que têm silicone estão mais sujeitas à doença do que as que não têm: MITO
Conforme explica a cirurgiã, esse assunto é muito
pesquisado por médicos do segmento, mas chegou-se à conclusão, após diversos
estudos, de que as chances de uma mulher com prótese de silicone desenvolver a
doença é a mesma de uma mulher que não possui próteses. O que pode acontecer,
de acordo com a médica, é que, em raríssimos casos, o silicone do tipo
texturizado pode ocasionar o chamado “linfoma de células gigantes anaplásico”.
Esse é um câncer bastante raro, no entanto, é curável na grande maioria dos
casos.
O silicone dificulta a realização da mamografia: VERDADE
Para mulheres que possuem próteses de silicone, o procedimento da mamografia é um pouco mais complexo e exige um cuidado a mais, porém, não impede a realização do exame preventivo. Mariana Cioffi revela que, geralmente com próteses mais antigas, é possível até mesmo o rompimento da cápsula, se a paciente não alertar sobre a presença do implante, mas faz um alerta importante: “Mesmo com próteses de silicone, é importante realizar a mamografia regularmente, pois somente ela poderá identificar se há a ocorrência de tumor ou não”, explica.
As próteses de silicone fora da validade causam câncer no organismo: MITO
Hoje, as próteses são desenvolvidas com tecnologia
avançada, não existindo mais validade do material ou tempo máximo para
permanecer dentro do organismo. Antigamente, o conteúdo e o revestimento do
implante mamário tornavam a durabilidade limitada e o risco de rejeição muito
maior. “Não existe mais o perigo de o silicone vencer dentro do corpo e causar
alguma complicação. A mamoplastia de aumento que fazemos hoje é um procedimento
muito seguro. A retirada das próteses é feita apenas quando há necessidade
específica ou desejo da paciente”, esclarece a médica.
Diagnosticada com câncer de mama, a paciente deve retirar as próteses de silicone: VERDADE
Como conta a Dra. Cioffi, é comum a necessidade de
retirar as próteses de silicone para o tratamento cirúrgico, pois facilitam as
manobras nos procedimentos. Além disso, a cirurgiã ressalta a importância de
fazer o acompanhamento com um oncologista e um mastologista, realizar os exames
de rotina, de mamografia e demais complementares para rastreio de tumores com
frequência, além de fazer também a supervisão da prótese, com o cirurgião
plástico.
Quem teve câncer de mama não pode colocar silicone: MITO
O volume das mamas têm um significado cultural de autoestima e representação de identidade para muitas mulheres. Por este motivo, está cada vez mais comum a cirurgia plástica reconstrutora, realizada por um conjunto de médicos especializados. Mesmo em pacientes que foram submetidas à mastectomia total (retirada total da mama), é possível a realização de procedimentos com segurança - com próteses de silicone ou até mesmo com o uso de músculo ou gordura da própria paciente.
Por fim, a cirurgiã reforça a importância de
desmistificar antigos estereótipos. “Ainda existe muita desinformação sobre
riscos e benefícios de colocar próteses de silicone, mas a medicina avançou
muito nos últimos anos”, complementa.
Mariana Cioffi - graduada em Medicina pela Universidade
de Caxias do Sul, com especialização em Cirurgia Geral pelo Hospital
Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., em Cirurgia do Trauma no Hospital de
Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) e em Cirurgia Plástica no Hospital São
Lucas da PUCRS. Também possui pós-graduação em Cosmiatria, LASER e
Procedimentos Minimamente Invasivos no Hospital Israelita Albert Einstein em
São Paulo. CRM: 35851/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário