Especialista da
Rede de Hospitais São Camilo de SP destaca alguns hábitos simples que ajudam a
minimizar o problema
O colesterol é uma gordura produzida pelo fígado e
dividida em dois tipos: o HDL, também chamado de “colesterol bom”, e o LDL,
considerado o “colesterol ruim”. O primeiro contribui para a redução da
deposição de gordura na parede dos vasos e o segundo para o seu aumento.
Nem sempre considerado vilão, ele tem papel importante na constituição das
membranas celulares e dos ácidos biliares, que ajudam a digerir gorduras, e no
metabolismo das vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K). Além disso, é
bastante significativo para a síntese de vários hormônios, como, por exemplo, o
cortisol, a aldosterona e os hormônios sexuais.
Mas, apesar de seus benefícios e de desempenhar um papel essencial para o bom
funcionamento do organismo, a sua presença em altos níveis pode ser negativa
para o corpo. De acordo com o Ministério da Saúde, quatro em cada dez
brasileiros sofrem com colesterol alto, acendendo um alerta.
“O alto índice de colesterol resulta na obstrução da circulação em diversos
locais do organismo, como as artérias coronárias (causando a angina e o infarto
do miocárdio), artérias do encéfalo (levando ao AVC - acidente vascular
cerebral ou derrame), artérias dos rins, dos membros e da retina, gerando
sérios problemas de saúde”, afirma Dr. Luiz Guilherme Velloso, cardiologista da
Rede de Hospitais São Camilo de SP.
Entre as principais causas que colaboram para o aumento dos níveis de
colesterol estão genética, má alimentação, alterações causadas por outras
doenças associadas, como doenças renais e hepáticas crônicas, disfunções da
tireoide, das suprarrenais e diabetes. Existem também casos associados ao uso
de alguns medicamentos.
Para o tratamento, são utilizados diferentes medicamentos, sendo as estatinas
as mais recomendadas, por conta de sua eficácia. Com elas, é possível reduzir o
quadro, mas o estilo de vida baseado em bons hábitos também é um forte aliado
na sua redução.
Hábitos do dia a dia que podem ajudar
- Parar de fumar: Deixar de
lado o cigarro favorece a elevação do “colesterol bom” (HDL) e,
consequentemente, diminui o “colesterol ruim” (LDL). “Isso porque a
lipoproteína de baixa densidade (LDL) deposita o colesterol nas placas de
ateroma, obstruindo as artérias. No entanto, a lipoproteína de alta densidade
(HDL) consegue remover o colesterol ruim destas lesões, sendo benéfica para a
saúde”, complementa Dr. Luiz.
- Praticar exercícios físicos: Ter uma
rotina de atividades físicas também é uma maneira de diminuir os índices, além
de evitar diversas complicações à saúde.
- Não consumir bebidas alcoólicas em excesso: O
cardiologista afirma que o consumo de álcool em quantidades pequenas e
controladas contribui para elevar os níveis de colesterol HDL, o “colesterol
bom”. Porém, em doses exageradas, prejudica a saúde. No geral, o ideal é
não beber, mas, caso a pessoa tenha este hábito, que o desenvolva de forma
moderada.
A alimentação como aliada
Outro hábito importante e que faz toda a diferença na luta contra o
colesterol alto é uma boa alimentação. O médico dá algumas dicas para a hora
das refeições:
- Reduzir o consumo de alimentos ricos em gorduras
trans e/ou saturadas: Esse cuidado tem efeito bastante importante, seja
no aumento do colesterol HDL como na redução do “colesterol ruim” ou LDL.
- Evitar comer carnes gordas: Para
evitar o aumento do colesterol, as carnes magras grelhadas ou cozidas são as
mais indicadas. Carnes com gordura aparente, como alcatra, contrafilé e
picanha, não são boas opções. Também é recomendado tirar dos pratos embutidos
como salsicha, linguiça, bacon, torresmo e vísceras, além da pele de aves,
peixes e porco.
- Incluir na dieta a ingestão de fitosteróis e
fibras: Os fitosteróis tem como característica uma
estrutura química semelhante ao do colesterol bom. Com isso, alimentos com
gorduras de origem vegetal são bastante úteis para diminuir o colesterol LDL.
As fibras também são recomendadas na dieta.
Ademais, o cardiologista
destaca a importância do consumo de leite desnatado, clara de ovos, frutas,
verduras, legumes, castanhas e nozes em pequenas quantidades. E reforça que o
consumo de gema de ovo, frios, leite integral, manteiga, queijos amarelos,
biscoitos amanteigados, folhados, sorvetes cremosos e chantilly não são
benéficos para o corpo.
Hospital São Camilo
@hospitalsaocamilosp
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