A halitose, ou mau hálito, é resultado de uma variedade de problemas. A falta de higiene bucal adequada é um deles. “A escovação mal feita (ou não feita) faz com que partículas de alimentos se acumulem na superfície da língua, entre os dentes ou no tecido gengival. O que acontece a seguir é que as bactérias que existem naturalmente na boca vão quebrar as referidas partículas e liberar substâncias químicas com forte odor.” explica a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde.
No entanto, especialistas alertam que este tipo de
halitose pode acontecer por alguns outros motivos: diabetes mal compensado
resulta em hálito cetônico (e promove odor de fruta passada); insuficiência
renal (produz odor de ureia ou urina); insuficiência hepática (tem como
característica o odor de terra molhada ou de rato) e câncer (hálito com odor de
necrose).
Detecção de compostos de enxofre voláteis na
respiração exalada como um potencial método diagnóstico para células escamosas
oral carcinoma.
Câncer?
Sim. O mau hálito pode ser um indicativo de câncer.
A multiplicação celular desordenada originada pela
doença, em alguns casos, resulta em tecidos tumorais (tumores de partes moles)
comprimindo os tecidos normais os envolvendo e provocando necrose. Decorrendo
da morte tecidual, acontece a produção de algumas substâncias de odor
desagradável, que são carregadas pela corrente sanguínea e alcançam os pulmões.
“Tais substâncias são eliminadas, então, pela expiração, o que provoca a
halitose (ou mau hálito), que pode ser percebida tanto pela boca quanto pelas
narinas.” destaca Bruna Conde.
O carcinoma espinocelular oral (câncer que se
desenvolve em qualquer local da boca) causa uma proporção significativa de
morbidade e mortalidade global por câncer. Em todo o mundo, são responsáveis
por 300.000 casos (2,1% do total mundial) e 145.000 mortes por ano. Entre
estes, o escamoso oral carcinoma celular (CEC) representa 90% de todos os casos
e comumente ocorre na cavidade oral.
Muitos métodos foram desenvolvidos para medir mau
cheiro. “No consultório temos um aparelho tecnológico capaz de medir e
diagnosticar a halitose e distinguir qual a origem do problema.” conta a
cirurgiã dentista Bruna Conde.
Quais sinais é preciso se atentar?
• Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais
de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo.
• Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca
ou bochechas
• Nódulos (caroços) no pescoço
• Rouquidão persistente
Nos casos mais avançados observa-se:
• Dificuldade de mastigação e de engolir
• Dificuldade na fala
• Sensação de que há algo preso na garganta
• Dificuldade para movimentar a língua
“Fique atento a esses sinais e a mudanças na
coloração ou aspecto da sua boca. No caso de anormalidades, procure um
profissional capacitado.” finaliza Bruna Conde.
Dra Bruna Conde - Cirurgiã
Dentista.
CRO SP 102038
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