Na era da tecnologia, as mais diversas plataformas digitais já são aliadas da saúde humana. É o caso da telemedicina, que encurta caminhos e traz conforto para pacientes em todo o mundo. Na pandemia, esse sistema de atendimento cresceu e se consolidou, assim como as mais diversas formas de trabalho remoto, que tiveram suas vantagens evidenciadas e incorporadas de forma definitiva ao cotidiano.
Da mesma forma que acontece com as pessoas, muitas
vezes os animais precisam de um atendimento imediato ou de uma consulta com
mais conforto, sem precisar sair de casa. Outro ponto importante é o acesso a
profissionais especializados. Na medicina veterinária, as especialidades não
são tão comuns, especialmente em regiões remotas, mas isso não significa que o
pet não vai precisar de um atendimento com ênfase em determinada área, como
cardiologia, dermatologia ou endocrinologia. Nesse cenário, até mesmo as
clínicas veterinárias ganham mobilidade com a redução das consultas presenciais
e o direcionamento do foco da equipe para atender demandas de urgência e
consultas de alta complexidade.
Em um momento de grandes transformações sociais, a
telemedicina tem claramente crescido no Brasil, trazendo mais possibilidades de
satisfazer demandas diversas a partir de um tratamento adequado e sem grandes
custos. O caminho está aberto e culminou na recente legalização da prática. No
dia 8 de junho, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou a
resolução que regulamenta o serviço. Um novo nicho de mercado é criado e, a
partir de agora, então, novas ofertas e possibilidades devem surgir de forma
acelerada.
Para o tutor ter acesso a uma consulta, basta ele
acessar um dos aplicativos disponíveis, com uma internet estável, microfone e
câmera, no computador ou no celular. A startup Dr.
MedPet já está com o sistema pronto, apenas aguardando a norma entrar em
vigor, em 1º de julho. O projeto da empresa visa democratizar o acesso aos
melhores veterinários, de forma simples e rápida.
Outro exemplo é a startup Be Pet, que também estava aguardando a
liberação para habilitar o recurso da telemedicina, totalmente voltada aos
criadores de pássaros, com o propósito de reduzir o deslocamento desnecessário
para as clínicas especialistas.
De acordo com o Instituto Pet Brasil, em 2021, os
serviços veterinários representaram 9,3% do mercado pet, totalizando R$ 4,7
bilhões. Segundo a startup DrMed.Pet, com a democratização do acesso aos
serviços veterinários, o mercado tende a crescer em torno de 14%, inicialmente.
O principal responsável por esse aumento é a consulta com valor acessível, que
traz boa parte dos tutores que, mesmo tendo receitas mais baixas, não abrem mão
de ter seu “melhor amigo” ao lado.
O mercado pet, apesar de sua grandeza, ainda é
muito incipiente e carente de inovação. Além dos aplicativos direcionados para
a conexão do tutor com o especialista, outras tecnologias certamente serão
agregadas, a exemplo do reconhecimento da identidade do pet.
As possibilidades são infinitas, e em breve a
inovação trará possibilidades antes inimagináveis para cuidar dos amigos de
patas. O desenvolvimento de robótica, a adaptação de equipamentos projetados
para humanos, a criação de acessórios, como coleiras com IoT, que registram os
sinais vitais e comunicam-se diretamente com os planos de saúde ou com os
veterinários para uma emergência, entre outras tecnologias, serão a nova
realidade do dia a dia dos pets.
Alaíde Barbosa - CEO da Capri
Venture, uma corporate venture builder que nasceu com o propósito de
transformar o ecossistema pet – capriventure@nbpress.com
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