Uma análise sobre os índices de implementação de 5G no mundo chama a atenção para o trabalho que a América Latina precisa fazer para acompanhar o ritmo das outras regiões. De acordo com a Statista, até 2025 ao redor de 14% das conexões de redes móveis no mundo serão através da tecnologia de 5G, enquanto na América Latina seriam de apenas 7%.
Alinhada
com essas projeções, a Bloomberg justifica
que o lento progresso da região na adoção dessa tecnologia se deve ao fato de
que as operadoras têm focado em migrar os clientes de 2G e 3G para as redes 4G,
que ainda não alcançam 80% de cobertura. Ambas as empresas concordam que a
região enfrenta uma tarefa importante em termos de investimentos em
infraestrutura e liberação do espectro.
Este
artigo analisará a trajetória que a América Latina está seguindo em sua jornada
para o 5G.
O avanço atual
A
Statista estima que a implementação das redes 5G será maior em países como o
México, Brasil e Chile, os quais devem atingir um patamar de 10% nessa
tecnologia até 2025.
O
progresso feito por esses três países nessa área é notável. Em 2021, o Chile se tornou o primeiro país na
América Latina a incluir a rede de quinta geração em todo o seu território.
O México anunciou em fevereiro a chegada
de uma rede 5G comercial para seus cidadãos. E o Brasil deve ter a maior cobertura de
rede 5G na América Latina até 2025.
Uruguai,
Argentina, Equador, Peru, República Dominicana e Suriname também estão no
processo de implementar suas próprias redes 5G. De acordo com a Statista,
em fevereiro desse ano, 19 redes 5G estavam implementadas na América Latina.
Apesar
de vários países latino-americanos ainda não terem redes 5G, seu
desenvolvimento é uma prioridade para seus governos. Enquanto a Colômbia atrasou seu leilão de espectro devido
às eleições presidenciais, países da América Central como a Costa Rica, El
Salvador, Honduras e Guatemala anunciaram a gestão de espectro e processos de licitação para
2022.
A prioridade:
infraestrutura otimizada
Os governos são fundamentais para
essa trajetória. Além de leiloar o espectro, eles são responsáveis pela
execução de legislação adequada e pela atualização das regulamentações para as
operadoras.
Para
as operadoras, a implementação do 5G terá um impacto em suas infraestruturas de
telecomunicações existentes. Uma análise da McKinsey mostra
que é necessário um aumento de pelo menos 10 vezes na performance da rede para
que o 5G assegure a banda larga móvel aprimorada (eMBB), comunicações de baixa
latência e ultraconfiáveis (URLCC) e comunicações massivas do tipo máquina
(mMTC).
Isso
significa que as operadoras precisam investir em infraestruturas de redes
centrais e de redes de acesso por rádio (RAN), o que pode ser caro. Algumas
operadoras estão preferindo modernizar suas infraestruturas existentes para a
primeira fase da implementação de 5G.
A
rede 5G é necessária para manter a América Latina competitiva, mas o maior uso
de dados necessário para rodar as aplicações de 5G significa que a mudança para
5G pode aumentar o consumo total de energia pela rede de 150% a 170% até
2026, de acordo com estimativas da Vertiv.
Isso significa que as operadoras precisarão investir em tecnologias mais
eficientes, como soluções de refrigeração inovadoras, que ajudem a compensar o
aumento nos custos.
Muito
do desenvolvimento das redes 5G está vinculado não apenas à infraestrutura, mas
também em investimentos em novo hardware que respalde o aumento da demanda. A
Statista projeta que as seis maiores economias da América Latina (Brasil,
México, Argentina, Colômbia, Chile e Peru) provavelmente investirão em conjunto um total de $120
bilhões de dólares para integrar as redes 5G em
seus territórios.
Isso
inclui mudanças que vão desde a modernização de antenas e torres de
telecomunicação até a capacidade das baterias para a continuidade da
alimentação de energia. As baterias de íon-lítio serão fundamentais para dar suporte a várias
aplicações devido à sua maior densidade de
potência, menor peso e maior vida útil. Além disso, baterias de íon-lítio
oferecem sistemas de gerenciamento de baterias (BMS) integrados para monitorar
a saúde das baterias.
À
medida que os países continuem a trilhar o caminho para o 5G, esperamos ver
progressos no desenvolvimento de produtos e serviços com recursos tecnológicos
inovadores que são possíveis apenas com a ampla adoção do 5G. Mais do que
velocidade e redução de latência, as possibilidades que o 5G trará para os diversos setores da economia
serão enormes, com um impacto nos modelos de
negócios, nos regimes de trabalho e nas cadeias de suprimento.
Gustavo Pérez - Diretor de Vendas para contas nomeadas para a Vertiv
América Latina.
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